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[ 26 de setembro, domingo ]




  Aceito ir à praia pelo simples prazer de provocar o Castiel com um biquíni minúsculo que minha irmã me emprestou. Normalmente não me sinto confortável com tanta exposição em público, mas é muito satisfatório ver sua expressão e o brilho excitado em seus olhos, principalmente depois que dou um mergulho. Em determinado momento peço que ele passe protetor solar em mim e ouço um suspiro trêmulo.

  As crianças não têm roupas de banho, então apenas vestimos bodies neles e chapéus, que eles ficam tirando o tempo todo. Deixamos as cadeirinhas sob o guarda-sol, o que nos obriga a ficar sem sombra, mas o importante é proteger a pele delicada dos três.

  — Você está tentando me torturar?

  Abro os olhos. Castiel está sentado em sua cadeira de praia do outro lado do guarda-sol.

  — Como assim?

  — Você está aí, com esse biquíni minúsculo, cabelo molhado e toda reluzente. Me fez passar protetor no seu corpo todo! Se quer me matar, Greene, enfie logo uma faca no meu peito.

  — Não estaria passando por isso se não tivesse furado comigo ontem — sorrio. — Na verdade, poderíamos estar em um lugar mais privado agora, usando nadica de nada. Estou sendo generosa contigo, usando esse biquíni.

  — Não sabe o quão difícil está sendo não ficar com a barraca armada na frente de todo mundo. E tem um imbecil que não tira os olhos de você!

  — O que posso fazer? Todo mundo adora uma mamãe gostosona.

  — Ficou bem confiante de repente, né? — debocha. — Por favor, vamos deixar as crianças com meus pais e voltar pro hotel. Eu preciso muito de você agora.

  — Não mais que eles — indico os bebês com a cabeça. Emily está mordendo o chapéu. — Por que não leva um deles para molhar os pés? Está quente.

  — Não vou te deixar aqui, sozinha, com esse bando de urubu rodeando.

  — Me poupe, Chase. Um homem já me chateia o suficiente, nem penso em arranjar outro — abano a mão.

  — Caramba, eu sinto o amor — debocha. — Pega leve comigo, Greene, sabe que sou louco por você.

  — You know it's too little too late, a little too wrong and I can't wait. But you know all the right things to say, you know it's too little too late — cantarolo, enrolando uma mecha de cabelo no dedo.

  — Não sei se está brava ou se está só me zoando.

  — Um pouco dos dois.

  Castiel bufa e se deita na cadeira de praia. Abro um sorriso satisfeito. Há algo de muito divertido em pentelhar o marido que furou contigo depois de implorar por um pouco de romance. Então, ele se levanta e solta a Hayley e a Emily das cadeirinhas.

  — Vou curtir um pouco com as garotas que não se divertem me torturando.

  — Se afogar qualquer uma delas, vou te transformar em comida de peixe — ameaço.

  Ele se afasta até a beira do mar, onde se senta com as garotas. Não posso ouvi-los, mas ambas parecem bem animadas com a água indo e voltando. Pego o Kurt, para que ele não se sinta excluído, e a primeira coisa que ele faz é tentar se livrar da parte de cima do meu biquíni. O coloco para mamar, protegendo seu rostinho do sol com a mão. Sugo o ar entre os dentes quando ele me morde.

  — Kurt, não! Sem morder — minhas palavras não surtem nenhum efeito. Outra mordida. — Kurt Thomas Chase, eu disse não!

  Então, Kurt abre o maior berreiro e se recusa a continuar mamando. Me sento, com os pés na areia, e o ajeito no colo. Homens, birrentos e manhosos desde o nascimento. Quando volto a olhar pro Castiel, tem duas pessoas paradas ao lado dele — um homem e uma mulher. Megan. E aquele deve ser seu suposto namorado. Oh, Deus, por que? Ela fica muito melhor de biquíni. Não fiquei com tantas estrias depois da gravidez, mas, de repente, me sinto hiper consciente da presença delas. Castiel se levanta com certa dificuldade.

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