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[ 24 de dezembro, sábado ]





  Surpreendentemente ou não, o aeroporto está lotado de gente — grande parte das pessoas provavelmente indo visitar a família, enquanto Leigh e eu aguardamos para passar o natal longe da nossa. Pensando bem, Castiel é minha família, então tudo bem. Meus pais reclamaram um pouco porque nunca passei o natal longe deles, mas entenderam. Acredito que teriam compreendido ainda mais se soubessem da gravidez, porém ainda não tive coragem de contar. Não posso deixar de pensar que meu pai nos julgará um bocado antes de ficar contente por ter um neto. Enfim.

  Nosso vôo sairá às seis da tarde, o que significa que chegaremos em Las Vegas por volta das dez da noite. Castiel nem desconfia de nada, inclusive da minha mudança de visual. Tenho prendido o cabelo sempre que nos falamos por videochamada e evito passar qualquer maquiagem, embora tenha pedido para Ariana me ensinar o básico. Aposto que ele vai adorar. Também pensei nos últimos dias e acho que é uma belíssima oportunidade para nos casarmos, já que estaremos em Las Vegas. Não poderia ficar melhor!

  O vôo atrasa quarenta minutos, então são quase onze da noite quando pousamos em Las Vegas. Leigh pensou em alugar um carro, mas iremos embora amanhã à noite, então não valeria a pena. Pegamos nossa bagagem — apenas duas mochilas com algumas roupas — e vamos para um ponto de táxi. A cidade é extremamente iluminada e agitada e linda; passamos por inúmeras capelas, cassinos e estabelecimentos adultos no caminho. O hotel onde os garotos estão hospedados, e onde nos hospedaremos também, fica um bocado longe do aeroporto.

  — Imagino a cara que eles farão — digo quando entramos na fila para fazer o check-in. — Conseguiu um quarto para nós no mesmo andar que os deles?

  — Um andar abaixo, para que não nos vejam antes que possamos surpreendê-los. Estou louco de vontade de ver o Keith. Só espero que ele esteja aqui.

  — É claro que estão. Onde mais estariam?

  — É Las Vegas, podem estar em qualquer lugar.

  — Acho que não. Castiel não me disse que ia para lugar nenhum essa noite e ele sempre avisa.

  O processo do check-in é bem rápido. Leigh decide deixar a mochila no quarto antes de irmos ver os meninos, mas levo a minha comigo. A primeira parada é o quarto do Keith. Um segurança tenta impedir nossa passagem quando vê para onde estamos indo, mas uma funcionária da Moon Records aparece e nos reconhece. Leigh bate na porta.

  — Quem é? — Keith grita de lá de dentro.

  — Serviço de quarto — Leigh responde.

  A porta se abre em questão de segundos e um Keith hiper sorridente aparece, com cabelo úmido e um desses macacões que imitam animais — o dele, no caso, é de gato laranja, pelo que posso ver do capuz caído nas costas.

  — Eu sabia, sabia que viria! Plantei a sementinha na sua mente e ela floresceu, como o planejado.

  — Oh, então me manipulou?

  — Sim, mas com amor.

  Keith precisa levantar um pouco os pés enquanto passa os braços ao redor do pescoço do Leigh num abraço. Apenas fico ali, parada, aguardando e absorvendo a fofura deles. Tomara que a reação do Castiel seja boa assim também.

  — Arianinha! — Keith me abraça pela cintura e me gira. — Eu vi as fotos do seu ultrassom e seu bebê é o amendoim mais fofo do mundo, mal posso esperar para ser o titio Keith. E você está maravilhosa! Amei o cabelo, a roupa, tudo. Está tão sexy, eu me arrastaria aos seus pés se já não estivesse me arrastando aos pés do Leigh e se você não fosse, sabe, noiva do meu melhor amigo.

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