[ 31 de março, terça-feira ]
Keith emite ruídos baixos e excitantes enquanto distribuo beijos calorosos por seu quadril, logo acima do cós do jeans desabotoado. Estamos nisso há vários minutos, com ele ajoelhado sobre mim no sofá, os dedos enterrados em meu cabelo e minhas mãos em seu bumbum. Deslizo os lábios mais para o centro, onde há uma trilha fina de pelos loiros sob o umbigo. Engancho os polegares em sua cueca, e estou prestes a puxá-la para baixo junto com a calça, quando a campainha ecoa pela casa.
— É melhor atender.
— Não! Estávamos na melhor parte, continua.
— Devem ser seus amigos. Você disse que eles viriam para fazer uma live na garagem.
— Eles podem esperar!
— Não farei nada enquanto nossos convidados esperam na porta.
Keith bufa e sai de cima de mim. Não é como se eu não quisesse continuar, principalmente vendo seu rosto corado e as pequenas marcas arroxeadas que deixei em sua pele, mas não dá. Gosto de aproveitar cada segundo de intimidade com ele, me afogar em seus toques e cheiro e sabor, e isso leva tempo. E seria constrangedor abrir a porta logo depois de uma rapidinha no sofá, como ele gosta de chamar. Me levanto e ajeito a roupa.
— Como estou? — pergunto.
— Como alguém que estava dando uns pegas. Seu cabelo está uma zona e posso ver a ereção.
— Acha que vão notar a ereção? — comprimo os lábios, penteando o cabelo com os dedos.
— Honestamente, espero que nenhum dos meus amigos fique reparando no pênis do meu namorado.
— Não vai pôr uma camiseta?
— Não — sorri. — Diferente de você, gosto de deixá-los constrangidos por saberem que empataram nossa foda.
Fico um pouco envergonhado, porém não discuto. É o Keith, afinal; ele não tem pudor nenhum. Aposto que todos estão acostumados. A campainha toca novamente, mas dessa vez estamos prontos para atender. É realmente o restante da Crowstorm e, para a minha surpresa e alegria, a Ari. Sorrio largamente, tentando não pensar na ereção que sinto sumir aos poucos.
— Você está uma bagunça — Castiel diz.
— É que Leigh e eu estávamos limpando o sótão.
— Sei. Esses chupões não enganam ninguém — ele aponta.
— Não olhe pro meu quadril, seu pervertido — o loiro rebate. — Controle seu homem, Arianinha. Será que não mereço um pouco de respeito em minha própria casa? E por que chegaram quando eu e meu amado estávamos prestes a entrelaçar nossos corpos na doce e agoniante dança do coito?
Fico mortificado. Castiel respira fundo e solta o ar pela boca.
— Você me cansa — declara. — Vamos começar essa maldita live, antes que eu desista e vá embora. Oi, Leigh.
— Oi, pessoal...
Os rapazes somem dentro de casa, deixando apenas a Ari e eu. Ela abre um sorriso divertido.
— Doce e agoniante dança do coito? — arqueia as sobrancelhas.
— Vou cavar um buraco e enterrar minha cabeça nele — choramingo. — Entre, por favor. Fico feliz que tenha vindo, não esperava sua visita.
— Eu não podia te abandonar com esse bando de trogloditas — ela abana a mão. — Sei que é homem também, mas você é diferente deles. E sinto muito se chegamos numa hora ruim.
