Por volta das quinze para as três horas da tarde, o doutor chamou na porta e aquela senhora o recebeu. Ele entrou e foi analisar a situação de Aisha, quando constatou que ela estava um pouco melhor, mas que ainda estava com febre, chegando a conclusão que o ideal é que ela não passasse pela punição naquele dia.
Logo ele escreveu um bilhete e mandou que um dos soldados levassem uma carta a aqueles juízes, afirmando que Aisha estava ainda muito debilitada e que o seu castigo deveria ser suspenso. Assim que o homem saiu com a mensagem na mão, o doutor afirmou para elas o que estava escrito naquele documento, afirmando em seguida que deveriam aguardar a resposta.
Aisha estava muito ansiosa. Ela queria ter mais uma chance para poder se livrar daquele martírio naquele dia, pois, caso contrário, imaginava que poderia não resistir a mais aquela punição, tendo o seu corpo não se recuperado, nem parcialmente, do castigo anterior. Enquanto ela estava a rezar, pouco mais de vinte minutos depois, o soldado bateu na porta e entregou o bilhete para o doutor com os seguintes dizeres:
Diante da situação apresentada pelo doutor, decido, de forma liminar, acatar o pedido e suspender os castigos a serem ministrados nessa tarde contra a senhora Aisha. Entretanto, informo que tal suspensão ocorrerá apenas no dia de hoje e por uma única vez. Os castigos seguintes serão ministrados de forma contínua, uma vez a cada dia, sem chance de nova apelação.
Por um lado Aisha ficou aliviada, no começo dos dizeres daquela resposta. Mas, ao final o seu desespero ficou intenso. Aqueles homens pareciam querer a torturar ao extremo diante daquelas decisões. Ela teria mais um dia para se recuperar, mas, em seguida teria que suportar aqueles castigos por três dias seguidos, sem chance de conseguir um novo relaxamento da pena, o que a colocava em uma situação muito similar a que estava no momento.
- E se depois de dois dias eu estiver tão debilitada o quanto estou hoje doutor? Questionou ela assustada.
- Pelo que diz a sentença aqui Aisha, infelizmente nada poderá ser feito. Eles estão decididos a continuar os castigos, sem nenhuma chance de nova apelação de sua ou de minha parte.
Ela balança a cabeça em negação, quando aquele doutor diz que precisava se retirar. Nesse instante Aisha começa a chorar, imaginando que a decisão só protelou o seu sofrimento físico, por mais algum tempo, mas, que aquela parte final da mensagem a colocava em um sofrimento psicológico muito maior e não evitaria o seu receio de não suportar aquela condenação.
Assim que o doutor saiu daquele espaço ela disse ainda em meio a um choro desesperado para aquela senhora:
- Eu imaginava que poderia não sair viva daqui senhora. Mas, agora isso é uma certeza. O que esses senhores fizeram foi uma sentença de morte. Eu não sei se seria mesmo pior ser apedrejada para que isso acabasse logo.
- Aisha, o que você está a dizer? Apedrejamento é uma das piores punições que existem no mundo e todo mundo sabe disso. Agora você tem uma chance. Apedrejamento é até a morte.
- Aqui também será, senhora. Só está disfarçado de outra coisa.
- Aisha, você tem mais um dia para se recuperar. Se eles quisessem mesmo te matar, eles teriam dado a sentença toda em um dia ou não teriam aceitado a apelação de hoje.
- Acho que seria melhor se eles tivessem feito isso. Pelo menos eles teriam me matado de uma vez.
- Por favor senhora. A senhora precisa acreditar que é possível. Não pode se entregar assim. Tem que mostrar que é forte.
- Eu não sei se consigo mais senhora. Eu estou desesperada. Eu não aguento mais tanta dor.
- Eu estou aqui com você. Vai dar tudo certo.
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Casamento forçado e abusivo III
Mistério / SuspenseDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...