Na Inglaterra as comemorações de Natal se aproximavam e Johnson estava cada vez melhor, já podendo iniciar atividades físicas na academia. Depois de algumas semanas de recuperação ele estava se sentindo muito bem.
A grande questão é que com Aisha desaparecida, era difícil comemorar qualquer coisa, até mesmo o Natal. Nenhum dos membros daquela família se mostrava feliz ou animada diante daquele contexto. Mesmo assim, foi marcada uma reunião familiar para a ceia no dia 24 de dezembro.
No dia 23, Aisha estava a ter muitas lembranças do seu passado. Por um momento, ela sentou no sofá demonstrando tristeza em seu semblante e Lina a questionou:
- Tenho notado que esses dias está muito reflexiva Aisha, está acontecendo alguma coisa?
- O natal está se aproximando Lina. Essa data tem tantas lembranças boas para mim quando estava no Ocidente, que tenho ficado triste ao rememorá-los.
- Eu entendo. No Ocidente essa é realmente uma data muito boa, de muitas comemorações e festas. Sinto saudade do clima de lá também Aisha.
- Nos primeiros anos que estava lá, fizemos ótimas viagens para a casa dos meus avós de criação. Eles ficavam tão felizes com a nossa chegada. Brincávamos muito com os nossos primos. Era uma festa muito boa. Uma pena que isso foi acabando com o passar dos anos. Agora rememorando e impossibilitada de estar com eles, vejo o quanto esses momentos eram importantes.
- A vida é mesmo assim Aisha. Por isso precisamos aproveitar cada momento como se fosse o último, pois tudo passa e nada volta, só deixam lembranças.
- Nesse momento eu queria muito estar na Inglaterra. Estou sentindo muita saudade da minha família.
- Eu também Aisha. As vezes me pego imaginando como os meus pais estão. O quanto ficariam felizes com o neto. Outras vezes, penso que eles jamais irão me perdoar novamente depois de abandoná-los da forma que fiz.
- Não pense assim Lina. É claro que seus pais vão te perdoar.
- Não sei Aisha. Tenho muito medo de que eles se revoltem e não me perdoem por eu ter saído sem dizer nada.
- Você tem o seu filho Lina, sabe o que é um amor de pais com os filhos. Todos dizem que é um amor incondicional. Amores desse tamanho perdoam quase tudo.
- Pensando por esse lado sim. Mas, por outro, acho que eu os decepcionei muito. Se eles sabem o que eu fiz e, provavelmente, sabem, porque há indícios e eles devem ter investigado junto a polícia, acredito que eles estão muito tristes pelas minhas escolhas.
- Não se culpe assim Lina. Você foi enganada. Como muitas outras pessoas desse regime. Sempre leve isso em consideração antes de avaliar a sua situação. Senão você será injusta com você mesma. Diz Aisha, quando Lina agradecida a abraça.
Após esse diálogo, Lina vai para a cozinha para preparar o almoço e Aisha fica sentada no sofá ainda pensando na sua família. Minutos depois Osnin passa por aquele cômodo e a vê pensativa.
Chegando na cozinha ele questiona para Lina:
- Está acontecendo alguma coisa com Aisha?
- Amanhã é uma data muito importante para os ocidentais. É o natal deles Caivan. Aisha está a sentir falta da sua família e das comemorações que ela viveu lá nesse dia especial.
- É verdade. Estou tão acostumado com o nosso calendário diferenciado que nem estava a recordar desse fato no calendário Ocidental. Nessa data a minha família, que era cristã, também sempre comemorava com a ceia. É uma data muito especial para mim também. Tenho muitas lembranças de quando era criança e adolescente.
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Casamento forçado e abusivo III
Misterio / SuspensoDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...