Um ano difícil

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O mês de janeiro de 2020 passou rapidamente e já haviam preocupações com relação a uma doença que havia aparecido inicialmente na China, mas que estava se espalhando pelo mundo, uma nova espécie de Coronavírus.

Até aquele momento a situação não era muito alarmante, mas já se imaginava que aquele vírus pudesse se espalhar pelo mundo se a sua capacidade de contaminação fosse tão grande o quanto aparentava naquelas primeiras semanas de contágio.

Com poucas informações sobre o tema, a rotina de Aisha e sua família ainda permaneceu igual durante os meses de janeiro e o começo do mês de fevereiro daquele ano. Quando novos casos começaram a ocorrer na Europa e a preocupação das famílias começou a aumentar Johnson e Evelyn começaram a evitar saídas e aglomerações, já quase no fim do mês de fevereiro.

Foi no mês de março daquele ano que as coisas ficaram mais preocupantes no Reino Unido. Mesmo com o primeiro-ministro do país colocando a economia em primeiro plano, tentando buscar uma imunidade de rebanho que poderia nunca ser alcançada, para depois trabalhar a proteção dos cidadãos ingleses, a realidade de que o vírus era de fácil contágio e muito letal se impôs e em pouco tempo, depois de ter que ir para a UTI devido à doença, ele mudou de postura e começou a trabalhar para manter um distanciamento social e colocar a proteção da vida de seus cidadãos como algo mais prioritário do que o comércio e as finanças governamentais.

No decorrer desse mês, Loren estava a trabalhar no hospital e Saleh também. A cada dia que passava e o número de pessoas infectadas aumentava, mais preocupada toda a família ficava por ter Loren na linha de frente do combate dessa doença tão letal. No dia 11 de março a OMS decretou que o Coronavírus se tratava de uma Pandemia e todos os indicadores demonstravam que era um vírus que demoraria algum tempo para passar e que iria contaminar e levar muitas pessoas a óbito, especialmente idosos e pessoas com a saúde fragilizada.

Foi quando Loren falou para os pais e para Aisha que evitaria visitá-los nos próximos dias, até que a pandemia diminuísse o número de infectados, pois estava com medo de pegar a doença no hospital e levá-la até os seus familiares. Enquanto conversava com os seus parentes por aplicativo, ela dava para eles dicas para se proteger, pedindo que eles ficassem a maior parte do tempo em casa, pois a COVID-19 era uma doença muito contagiosa e muito perigosa, especialmente, para idosos, que era o caso de seus pais.

Depois da fala da irmã, Aisha resolveu modificar a dinâmica de trabalho de sua Ong e passar todas as pessoas para o regime de home office visando proteger os seus trabalhadores. A recomendação repassada aos funcionários é que eles só saíssem em caso de necessidade extrema.

A medida que os dias do mês de março iam passando a situação só foi piorando no Reino Unido e na Europa como um todo. Evelyn rezava muito para que Loren não pegasse esse vírus, pois muitas pessoas estavam a morrer no final daquele mês. Para Aisha era angustiante ver as preocupações de sua mãe com a saúde de Loren, que trabalhava na área de saúde e precisava continuar o seu trabalho para salvar vidas.

Apenas no final do mês de março, quando os casos estavam aumentando drasticamente é que o governo inglês solicitou o fechamento de bares, restaurantes, academias, locais de entretenimento, museus e galerias. Mas, a aquela altura, talvez já fosse tarde demais para muita gente. A contaminação continuou crescendo em proporção geométrica e o número de mortes seguia o mesmo caminho. Enquanto que no dia 4 de março foi constatada a primeira morte no Reino Unido pela doença, no final daquele mês o número de mortos alcançou o número de 1408 e a contaminação parecia estar descontrolada, com previsão, infelizmente, de muito mais casos de óbitos nos meses seguintes.

Com essa situação alarmante, em meados do mês de abril, quando o número de mortes diárias chegou quase a mil naquele país, Evelyn conversou com a filha sobre os medos que ela sentia de Loren ser contaminada. Em um momento de desespero, aquela mãe pediu para que a filha se afastasse dos serviços que prestava no hospital para se proteger. Quando Loren respondeu:

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora