Ao saberem da libertação daquele líder diversos membros do exército se dirigiram para a frente do tribunal pare recepcioná-lo em festa. Ele foi cumprimentado por vários dos seus soldados do grupo de elite e por outros comandantes.
Em meio a aquelas comemorações os juízes que saíam do tribunal perceberam a força que Caivan tinha junto aos militares, constatando que ela era muito maior do que eles imaginavam. Claramente uma condenação pesada a ele poderia ter gerado uma revolta ali mesmo, naquele momento, e essa possibilidade se tornava mais visível diante do número de oficiais presentes e que estavam a festejar a condenação branda sofrida por aquele militar. Ao constatar aquele fato os juízes saíram com a certeza de que tomaram a decisão correta, independente do que o tio de Omar faria para tentar lhes retaliar no futuro.
Caivan foi levado até o quartel, onde também foi recebido com festa pela maioria dos militares presentes. Depois ele foi até a sala do comandante geral e o agradeceu mais uma vez, quando lhe fez um pedido:
- Eu vou precisar organizar algumas coisas para deixar a minha família em segurança antes de partir para a guerra senhor. Para comandar o exército com qualidade eu preciso estar com a cabeça tranquila e com as minhas esposas vulneráveis a um possível ataque de Omar, eu não terei essa tranquilidade.
- Já te sugeri que elas fossem para a casa de alguém Caivan. Eu disponibilizo a minha casa se quiser.
- Não é nada contra o senhor, comandante, mas, eu aceitei me retratar durante aquele julgamento e tive que fazer um esforço muito grande pra isso. Aqui fora e livre eu não vou deixar que Omar vença no final. Não vou deixar que ele controle a minha vida e a da minha família. De minha família cuido eu. E as minhas esposas vão ficar em minha casa senhor.
- Você pode estar criando novos atritos contra os líderes do regime. Tem certeza que sabe o que está fazendo?
- Sim senhor. Quanto a isso sim. Eu vou precisar de me ausentar por alguns dias, para preparar a minha casa, para que elas se sintam mais protegidas e eu possa ficar tranquilo. O senhor me concede uma folga de três dias para que possa resolver isso, a partir de amanhã. Prometo retornar com força total para que possamos avançar no campo de batalha.
- Se isso é tão importante para você é claro que sim. Continuarei deixando os seus soldados em treinamento. Vai resolver os seus problemas que estaremos te aguardando.
- Sabia que poderia contar com o senhor. Muito obrigado!
Após aquela conversa, Caivan se dirigiu para casa. Ao abrir o portão, Aisha e Lina apareceram na porta. A sua primeira esposa estava com o filho nas mãos. A emoção foi geral por parte de todos. Aisha correu para os braços de seu esposo e o abraçou com toda a força.
Lina também se aproximou e formou um abraço quadruplo naquele terreiro em frente a casa, demonstrando a emoção que se encontravam naquele instante. Quando Caivan disse:
- Recebi uma condenação muito branda. Eles precisam muito de mim no exército.
- Ao que eles te condenaram Caivan? Questionou Aisha.
- Disseram que eu não posso sair do exército. Mas, isso já estava na condenação que recebemos no Afeganistão. Sentenciaram também que eu preciso me retratar em praça pública, demonstrando arrependimento pelo que fiz com Omar.
- Que bom que tudo está a se resolver de forma tranquila meu amor! Diz Lina.
- Fico muito feliz que você está de volta a nossa casa! Afirmou Aisha com um sorriso no rosto.
Caivan almoçou em família depois de muitos meses. Após o almoço, enquanto estava a brincar com o seu filho, aquela criança disse a primeira palavra de sua vida:
- Pai.
Todos sorriram muito e ficaram a pedir para ele repetir, quando ele começou a dizer insistentemente aquela palavra indicando para Caivan e eles ficaram emocionados a sorrir por aquele ato de evolução daquele bebê.
Lina estava super orgulhosa. Ela falava tanto do retorno do pai para a criança quando Caivan estava fora, que certamente ele foi gravando aquele nome em sua mente e quando o encontrou, espontaneamente, disse a palavra que motivou a alegria da família.
Aquela noite Caivan passaria com Aisha. Finalmente, depois de muitos meses, ela poderia novamente estar aos braços de seu amado. Aisha não via a hora de poder desfrutar mais frequentemente o seu casamento ao lado do esposo. Ela sentia muita falta de Caivan enquanto ele estava fora. Sabendo que em breve ele partiria novamente para o campo de batalha ela queria ter uma excelente noite com o seu amor para matar a saudade.
E foi mesmo uma noite muito especial para ambos. Aisha se preparou de forma deslumbrante para o esposo. Ele também estava com uma expectativa enorme por esse reencontro. Os dois trocaram carícias por algum tempo e tudo se desenvolveu naturalmente até que eles chegassem ao ponto alto do amor. A saudade de ambos era tanta que aquele ato foi repetido por mais três vezes durante aquela madrugada, quando em seguida eles pegaram no sono, felizes e realizados.
No dia seguinte Caivan acordou e avisou as suas esposas que estava de partida, pois teria que organizar algumas coisas antes de ir para o campo de batalha. Ele informou que faria uma viagem de três dias para preparar algumas questões.
Naquele dia ele se dirigiu para o Norte do Iraque e visitou alguns amigos que conhecia na região, ficou naquele local por um dia e no terceiro retornou para casa acompanhado de duas pessoas que o ajudariam no seu plano de trazer maior segurança as suas esposas. Se tratava de um casal de Yazidi, pai e filha, que haviam sido capturados pelo regime.
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Casamento forçado e abusivo III
Misterio / SuspensoDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...