As repercussões

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No dia seguinte pela manhã Aisha é acordada por Willian que estava com fome. Ela acorda e logo dá alimento ao seu filho. Quando ele fica mais tranquilo ela faz a sua primeira oração do dia e em seguida vai para a cozinha para poder tomar o café da manhã.

Loren que havia dormido na casa dos pais naquela noite, acordou mais tarde naquele dia, pois ficou até tarde acompanhando as repercussões daquela entrevista nas redes sociais. Assim que acordou, ela foi para a internet para ver o que havia ocorrido naquela manhã e a entrevista ainda estava dando o que falar.

Johnson foi comprar os jornais na manhã do dia seguinte para ver se eles falavam de Aisha e praticamente todos os principais jornais falaram sobre a entrevista que mexeu com o país. Os jornais falavam da grande audiência que teve no programa e das falas corajosas da entrevistada, mas também apresentava críticas com relação a fala dela sobre o Ocidente e a defesa que esses países realizavam através do seu poderio militar em países que acomodavam terroristas.

Na manhã daquele dia duas outras emissoras de televisão que queriam fazer entrevista também com Aisha entraram em contato com Johnson enquanto ele estava fora de casa. Assim que ele chegou da rua, encontrou a filha sentada no sofá e disse a ela:

- A sua entrevista é o assunto do dia nas ruas Aisha. As pessoas que sabem que você é minha filha, me elogiaram pela sua coragem.

- Fico feliz que as pessoas tenham gostado pai. Eu estou feliz que as coisas que mais coloquei na cabeça que deveria falar para essa sociedade eu falei. Queria falar sobre Caivan e o motivo da luta dele. Queria falar sobre o aliciamento de meninas e também sobre Lina. Consegui falar sobre tudo isso.

- Saíram algumas coisas nos jornais sobre a sua entrevista. A maioria deles destacaram a sua coragem e inteligência.

- E o que eles disseram como ponto negativo meu pai? Pela sua fala eu sei que eles falaram alguma coisa?

- Eles falaram das suas críticas com relação as ações da Otan no Oriente Médio. É como você disse, no Ocidente é mais fácil falar mal dos outros povos que vem aqui e fazem ataques do que do nosso próprio exército que algumas vezes mata muitas pessoas inocentes. Na comunicação isso não é diferente e essa foi a principal crítica deles, a qual não concordo.

- Essa questão do colonialismo é algo muito complexo meu pai. Os Europeus colocam para o mundo que a vida deles e dos Ocidentais de uma forma geral é mais importante que a vida das pessoas de outras origens. O que é um verdadeiro absurdo. Somos todos seres humanos e a vida de todos tem o mesmo valor. É impressionante como a maioria das pessoas aqui são cristãs, o Cristianismo diz que todos somos irmãos e eles se colocam como superiores a outros povos. Isso pra mim não faz muito sentido.

- Pra mim também não. Eu já entrei nesse ciclo de ideias, mas mudei muito o meu entendimento depois que acompanhei os ataques a cidade que você estava e não pude fazer nada para tentar te proteger. As coisas são muito mais difíceis quando temos alguém da nossa família como uma eventual vítima.

- Os meus conterrâneos passaram por isso por muitas vezes no decorrer de sua história meu pai. Esses riscos eminentes de vida mudam totalmente a nossa visão de mundo. É terrível estar em uma zona a ser bombardeada. É um terror absoluto. São traumas que dificilmente se consegue apagar.

- Em meio aos campos de batalha eu já passei por isso minha filha. Mas, eu sou um militar. Estou preparado para enfrentar essas coisas. Fui treinado por muito tempo para isso. Mas, para vocês que são civis, eu posso imaginar o quanto isso é aterrorizador.

- É o verdadeiro inferno meu pai. É como eu disse na entrevista. Naqueles dias de ataques constantes aquela terra parecia ter virado o inferno. Até hoje rememoro os gritos daquelas pessoas soterradas e desesperadas em meio aos escombros. É muito terrível.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora