A visita a família de Aisha

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Eles terminam aquela refeição e Johnson vai até o seu quarto para escovar os seus dentes. Logo em seguida, ele vai ao quarto de Nazir e o chama para que eles possam fazer uma visita a casa de Sônia.

No meio do trajeto, enquanto estava dentro do carro, aquele oficial estava muito reflexivo sobre a possibilidade de participação de Sarwar no desaparecimento de sua filha e como ele chegaria até aquele homem, já que ele era muito importante e um encontro com alguém daquele nível no Estado afegão era muito difícil.

Assim que Nazir virou a esquina da rua da casa de Sônia, eles avistaram uma movimentação incomum na frente daquela residência e o guarda-costas disse para Johnson:

- É aquela casa senhor.

- Parece que tem alguns homens a conversarem com aquela senhora. Pare o carro atrás daquele e vamos até lá entender o que está acontecendo.

A expressão de Sônia era de choro e ela parecia estar bastante aterrorizada. Assim que aquele carro parou, Johnson partiu rapidamente dele, caminhando em direção aos dois homens, com uniforma da polícia, que a abordavam e se identificou.

- Eu sou Johnson, oficial do exército inglês e pai de Aisha. Poderiam se identificar por favor?

- Eu sou da polícia do Afeganistão senhor. Estamos intimando essa senhora para um depoimento a pedido do delegado.

- A senhora é a Sônia? Questionou Johnson ao olhar para a mulher que estava a recepcionar aqueles homens e perceber que ela estava aterrorizada e chorando muito.

- Sim. Eu sou Sônia.

- Porque a senhora está preocupada dessa forma?

- Aisha sumiu e eles estão dizendo que eu e a minha família somos suspeitas do desaparecimento dela. Nós não temos nada haver com o desaparecimento da sua filha senhor. Nós amamos Aisha.

- Eu sei disso Sônia. Não se preocupe. Então Johnson vira para aqueles homens e diz: - Isso é forma de falar com uma senhora. Estão vendo como a deixaram desesperada.

- Senhor, nós só estamos fazendo o nosso trabalho.

- Vocês realizam os seus trabalhos assustando as pessoas dessa forma? Qual o indício os senhores têm desse caso, para insinuar que essas pessoas são suspeitas? Questiona Johnson com firmeza.

- Eu não estou dizendo nada que não está na intimação senhor. Quem colocou ela como suspeita foi o delegado. Não eu. Responde um daqueles policiais.

- Mas, isso é um absurdo. Ele nem estava usando essa linha de investigação como possível até essa manhã. Vou hoje mesmo conversar isso com ele.

- Então vamos indo. Diz um daqueles policiais, quando continua a sua fala: - Fizemos apenas o nosso trabalho senhor. Até logo.

- Até logo. Responde Johnson, quando aqueles homens partem em direção ao carro da polícia que estava estacionado próximo a casa de Sônia.

A matriarca daquela família estava em estado de choque por ter recebido aquelas notícias de forma tão abrupta. Saber que Aisha havia desaparecido já seria um tremendo choque, ver o nome da sua família como suspeitos do caso foi ainda mais aterrorizante.

Sônia sabia o contexto de funcionamento da polícia daquele país e isso era ainda mais desesperador. Quando eles queriam culpar alguém por um fato, eles arrumavam todas as formas de fazer isso e os membros da sua família, daquele momento em diante, certamente, estavam em grande risco.

Ao ver o seu estado de desespero, Johnson a abraçou e disse:

- Eu não tenho nenhuma dúvida que a senhora não tem nada haver com isso. E vou fazer o possível para ajudar a senhora e a sua família para que não tenham problemas com a justiça.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora