O primeiro dia na prisão

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Durante o caminho, Omar demonstrava toda a sua fúria em seus movimentos na direção por ter sido novamente negado por Lina. A principal mensagem que vinha em sua mente era: Aisha vai pagar pela afronta que ela me fez e também pela insolência de Lina de me negar. Eu vou mostrar para essas duas ocidentais quem manda nessas terras.

Ao chegar na delegacia, ele chama um dos guardas e ambos vão para o local isolado em que Aisha estava.

Aisha notou o semblante de Omar muito fechado, certamente estava furioso. Naquele instante vieram em suas memórias o semblante de Osnin quando ele chegada do trabalho furioso que ia puni-la. A violência dele a causava uma dor incomparável ao dos dias normais. Osnin colocava muito mais violência naqueles instrumentos que a atingiam. A dor em alguns momentos parecia que ia se tornar insuportável, mas ela era forte.

Se suportei a fúria de Osnin com 14 anos, acho que tenho condições de suportar esse homem com mais de 30. Tudo que preciso é ser forte e me controlar. Não serão meses como passei nas mãos de Osnin no passado. Pelo tempo que Caivan partiu em poucos dias ele estará de volta. Preciso ser forte e suportar a fúria desse homem enquanto ele não retorna. Eu vou conseguir!

Omar abre a porta da cela acompanhado de um policial e diz:

- Fiz uma proposta para te libertar em troca de um desejo para Lina, mas, ela não aceitou a minha proposta Aisha. Você está sozinha!

- Ainda bem que Lina não aceitou a sua proposta insolente senhor Omar. Você soldado, sabia que esse homem estava a querer adulterar a esposa de um militar que está defendendo o regime e está furioso porque ela não aceitou a investida dele.

- Insolente. Diz Omar acertar uma forte bofetada no rosto de Aisha. Quando complementa em seguida: - Eu sou o chefe de polícia nessa cidade Aisha. Tenho poder para acabar com a vida de qualquer pessoa nesse lugar. Inclusive a sua, por sinal. Acha mesmo que me denunciando vai conseguir alguma coisa a não ser aumentar o meu ódio contra você?

- Por favor policial. Eu não fiz nada. Tudo que fiz foi comprar um remédio para salvar o filho de Caivan que está no campo de batalha a lutar pelo regime ao qual você faz parte. É injusto eu estar aqui.

- Agora ela está suplicando para você senhor Armed. Responde pra ela por favor o que o senhor faz quando alguém te suplica em uma cela.

Armed se aproxima de Aisha e lhe acerta um forte soco em seu rosto que a faz cair imediatamente no chão, quase que nocauteada.

- Você é muito idiota mesmo Aisha. Armed é um dos meus homens de confiança. Quantas mulheres você acha que já tentaram me denunciar da mesma coisa que você está me acusando agora nessa delegacia? O destino de todas elas foi o mesmo, todas morreram. Certamente você será a próxima.

Após essa fala o desespero de Aisha aumentou. Aquela situação parecia não ter mesmo saída. Todo o sistema daquele local estava corrompido e não havia caminhos para se livrar do poder que Omar apresentava. Dificilmente Omar a deixaria viva, pois depois dela demonstrar saber daquelas informações. Certamente, ele julgaria que ela o denunciaria para Caivan.

Foi um erro eu ter dito que sabia o que Omar propôs a Lina. Agora que ele vai querer me matar mesmo. Se não tivesse contado, ele não saberia que havia descoberto as suas investidas contra ela e Caivan não iria ficar sabendo dessa história de minha parte. Eu estou perdida! Não poderia ter falado isso. Acho que esse foi o meu atestado de óbito.

- Segure ela pra mim senhor Armed. Vou começar a minha demonstração para Aisha de quem é que manda nessas terras. Acho que agora ela vai aprender uma lição.

Aquele policial pegou Aisha deitada no chão e a colocou de pé, segurando os seus braços. Nesse instante Omar começou a socar o seu corpo, na altura de sua barriga, sucessivamente, deixando Aisha completamente sem ar depois de alguns golpes.

Nenhum daqueles homens se comoviam com o desespero apresentado por Aisha, muito pelo contrário, acostumados com aquele tipo de violência, com um certo sadismo, eles até gostavam de praticar aquele tipo de violência extrema.

- Continue a segurando senhor Armed, só estamos começando.

Então Omar começou a bater também no rosto de Aisha. Socos a acertavam e causavam uma dor insuportável. Quando ela começou a sentir que estava a perder a consciência.

- Está tudo bem aí senhora insolente? Vai me encarar agora sem uma arma em suas mãos. Parece menos corajosa agora não é?

Provocava Omar, enquanto notava sangue a molhar as roupas que cobriam o rosto de Aisha.

- Eu fico impressionado com essas mulheres. Se mostram tão fortes, mas quando nós homens as encaramos de igual para igual, não aguentam nem segundos. Você é uma fraca Aisha. Julguei que você fosse um pouco mais forte, mas vi que estava errado.

- Continuo a segurando senhor? Questionava Armed a sorrir.

- Continue. Vou demonstrar para essa mulher que não deve afrontar nenhum homem nessas terras.

Então Omar continuou a acertar mais socos no rosto e na barriga de Aisha a deixando completamente desnorteada. Armed ao ver a fraqueza que ela estava, a soltou e ela caiu no chão sem reação nenhuma.

Furioso ao lembrar da afronta de Aisha com aquela arma em punho o expulsando de sua casa, Omar começou a chutar insistentemente a barriga da segunda esposa de Caivan, até que ela parou de reagir e sussurrar em meio a aquela tremenda dor. Foi nesse momento que aquele homem, totalmente sem coração, lhe deu um golpe tão forte em sua cabeça que ela perdeu completamente a consciência.

Aqueles dois senhores saíram sorrindo daquela cela, sem ao menos olhar se Aisha estava viva ou morta, com Omar provocando:

- Viu o que eu disse. Se fazia de forte, mas não aguenta uns minutos de tortura. É uma fraca. Eu disse que ela era uma fraca. Amanhã ela faz o que eu quiser depois da força que demonstrei para ela. Amanhã ela assina aquele depoimento e terei totais condições de condenar Aisha a morte sem nenhuma chance de defesa.

- Com certeza ela vai assinar senhor. Se hoje ela não aguentou por quinze minutos, amanhã ela assina qualquer coisa. Não se preocupe. Ela é muito mais fraca do que a gente imaginava. Eu terei o prazer de atirar a primeira pedra naquela praça.

- E eu terei o prazer de atirar a última. E será grande viu. Depois da afronta dessa mulher, ela precisará sofrer muito antes de morrer.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora