Os primeiros dias no regime talibã foram um verdadeiro terror para parte das famílias que viviam naquela capital. Pessoas que atuaram contra o regime, enquanto aquela capital tinha um outro governo, eram perseguidas e presas. Outras simplesmente desapareceram.
As mulheres fizeram alguns protestos nos primeiros dias daquele governo, demonstrando uma coragem incrível, mas com o passar dos dias os talibãs retornam a sua violência e começam a espancar aquelas mulheres enquanto estavam a protestar por mais direitos.
Após muita violência daqueles homens contra elas, o medo tomou conta e aos poucos a resistência foi diminuindo e o pavor tomando conta daquele público. Lutar contra um regime como aquele era muito difícil.
A medida em que o tempo foi passando os talibãs foram retomando o poder e o controle ideológico daquele povo através do terror. As mulheres foram se sentindo impotentes diante de toda aquela violência e param de tentar contrariar as ordens daquele grupo.
Aisha via as notícias e ficava cada vez mais desesperada em meio a aquela situação. Era difícil acreditar que aquele terror todo estava acontecendo novamente naquela capital que ela havia visitado a pouco tempo e naquela ocasião vivia um contexto tão diferente.
Ela estava muito triste com aqueles acontecimentos e estava tentando através das ações de sua Ong ajudar o maior número de pessoas possíveis a sair do país. Aisha colocava como prioritárias para receber ajuda para o exílio, aqueles que corriam algum risco e as mulheres que queriam uma maior autonomia.
A medida que o tempo ia passando e os talibãs endureciam o regime, a Ong de Aisha recebia cada vez mais pedidos de ajuda para sair do país. Mas ela não conseguia ajudar todo mundo e aquilo a trazia uma angustia enorme. Aisha queria ajudar o seu povo, mas os governos dos países mais ricos do mundo resolveram de alguma forma isolar e abandonar aquela população a própria sorte.
Os estados do Ocidente em uma ação absurda que iria prejudicar mais o povo do que quem estava governando o país, resolveram bloquear boa parte das reservas internacionais que o Afeganistão tinha reservado nos países Ocidentais, condenando aquele povo a uma situação terrível de falta de recursos para a própria subsistência.
Além disso, os países Ocidentais tiraram a maioria das Ongs que funcionavam no país e o apoio quase total de ações humanitárias que eram realizados e financiados por eles, deixando a situação da população mais pobre um verdadeiro caos de muita miséria e fome.
As famílias em uma situação quase sem saída, em meio a pobreza e a fome, vendiam as suas filhas a preços extremamente baixos para conseguir algum alimento. Os índices de casamentos forçados aumentaram absurdamente.
Aos poucos as mulheres foram perdendo os seus empregos e os seus direitos de ir a escola e a faculdade. Tudo foi ficando mais restrito para elas e o terror tomou conta, em tal medida, que elas mesmas começaram a ficar reclusas em casa e sem vontade de sair.
Após passar alguns meses, as fronteiras começaram a abrir e os voos começaram a retornar para o Afeganistão, fazendo com que a Ong de Aisha conseguisse ajudar um número maior de pessoas que queria sair do país.
Ainda naquele ano de 2021 ela, através das ações de sua Ong, ajudou a retirar centenas de pessoas do país, a maioria delas se dirigindo ao Paquistão, onde era mais fácil migrar e receber ajuda financeira daquela organização.
Mas outras pessoas saíram também a partir de voos para a Turquia e para o Catar, por intermédio das ações e do financiamento da Ong de Aisha. Cada pessoa que ela conseguia ajudar, ela sentia uma alegria enorme. Mas, ela sempre queria ajudar mais gente sentindo uma vontade insaciável de fazer bem aos seus conterrâneos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento forçado e abusivo III
Mistério / SuspenseDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...