O interrogatório

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Após aquela violência extrema, Aisha só conseguiu acordar durante a madrugada. Ela sentiu que seu rosto estava muito inchado e quando foi levantar não conseguiu. As dores nas regiões atingidas de sua costela estavam muito extremas, o que a impossibilitou de levantar.

Esse homem é muito mais severo do que eu poderia imaginar. Eu não sei se vou conseguir suportar a sua violência por muito tempo, especialmente, porque agora sei que minha morte para ele é algo muito positivo.

Pobre Lina, não imagino o que passou nas mãos desse homem tão violento durante todos os meses que ficou na casa dele. Certamente ele é muito pior do que Osnin já foi um dia. Pela violência que ele me tratou aqui, posso imaginar o quão mal esse homem a tratava. Agora entendo porque não quis ir para a casa dele, mesmo com todos os riscos. Agora entendo porque sempre que eu dizia que poderíamos estar melhor na casa dele, você dizia que não. Agora sei que tomamos a decisão certa.

Nesse mesmo instante Lina estava em casa sem conseguir dormir a rezar para que tudo ficasse bem com Aisha:

- Por favor magnífico, seja lá o que aconteça proteja Aisha. Dê-lhe forças para suportar toda a opressão daquele monstro do Omar. Eu sinto muito por não ter feito o que aquele homem propôs Aisha. Eu não poderia ter o deixado ir embora depois de tudo que ela fez pelo meu filho. Me perdoe, por favor. Me perdoe por não ter te ajudado nesse momento em que você mais precisou.

Na prisão Aisha continuou as suas reflexões:

Acho que Omar quando insinuou a proposta que fez a Lina queria saber se eu sabia sobre a tentativa dele de adulterá-la. Ele jogou verde para colher maduro e eu burra caí na armadilha dele. Ele jamais vai me deixar sair viva daqui. Ele sabe que se isso acontecer Caivan saberá todo o contexto e ele estará perdido. Ou será ele ou Caivan, pois o nosso esposo fará tudo pela sua honra. Como eu fui cair em uma armadilha tão primária?

Esse estresse e ansiedade da tortura faz isso com a gente. Em meio a dor e o desespero ao pensar no que está por vir, não controlamos os nossos pensamentos e as vezes falamos coisas que não deveríamos. Mas, também não adianta me culpar, eu estava em uma situação muito delicada, se disse o que disse agora é deixar tudo acontecer como deve. É como disse a Lina, se tiver que acontecer é porque estava no meu destino.

Tudo que tenho que fazer agora é ser forte. É tentar suportar um dia após o outro mesmo sabendo que será muito difícil. Omar hoje me deu uma pequena amostra do que será daqui pra frente. Terei que ser forte para suportar essa tortura até que Caivan chegue, pois tenho certeza que ele me tirará daqui.

Pensava Aisha a chorar naquele local, ainda sentindo dores muito extremas em seu corpo. A sede e a fome também passava a dominar os seus pensamentos.

- Será que faz parte do plano dele me deixar aqui sem água e sem comida. Que homem terrível é esse magnífico. Eu achei que o pior homem que poderia ter encontrado na vida era o meu primeiro esposo, mas acho que estava muito engana. A maldade dele parece que é muito inferior a desse monstro chamado Omar.

As dez horas da manhã dois soldados entraram na cela, sendo um deles Armed, pegaram Aisha pelos braços, já que ela ainda não conseguia caminhar sozinha e a levaram, dizendo que era hora do interrogatório.

Ela foi levada até a sala de Omar, que a recebeu sorrindo. Um daqueles homens se retirou e deixou na sala apenas aquele chefe de polícia e o seu homem de confiança. Ao colocar Aisha sentada em uma cadeira Omar a questionou:

- Dormiu bem essa noite senhora Aisha?

- Não senhor Omar.

- Porque não senhora Aisha?

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora