Naquela cultura a sexta-feira é um dia dedicado as orações. É feriado no país e as pessoas ficam se dedicando a reflexões e a religiosidade.
Aisha ficou a rezar com toda a fé durante boa parte daquele dia e não trocou nenhuma palavra com Caivan, o que deixava o clima naquele quarto extremamente ruim.
Impaciente, no final daquele dia, Caivan disse:
- Aisha, o que você quer que eu faça para que você me perdoe? Por favor me diga o que posso fazer?
- Primeiramente eu quero falar com os meus pais. Eu imagino o desespero que eles devem estar por não saberem o meu paradeiro.
- Nós não podemos fazer isso Aisha. Como eu vou entrar em contato com os seus pais em meio a situação que estamos? Se alguém descobre que estamos entrando em contato com alguém do exército inimigo, isso pode ser considerado traição. Eles nos matam imediatamente.
- Se eu não conseguir falar com meu pai eu não quero falar com mais ninguém Caivan. Virarei uma mulher muda até que consiga falar com ele.
Nos minutos seguintes, Caivan insistiu em falar com Aisha novamente, mas ela não respondia. Estava claro para ele, que ela não falaria com mais ninguém, enquanto não tivesse a oportunidade de falar com o seu pai e tranquilizá-lo, dizendo que estava bem. Como ele iria conseguir fazer isso, sendo prisioneiros do regime é que ele não fazia a mínima ideia.
Falar com alguém que pertence ao exército inimigo, teria que ser algo feito com extrema cautela, pois se isso fosse descoberto, eles poderiam ter que pagar com a própria vida. Mas, pelas demonstrações que Aisha deu, ela estava decidida a falar apenas depois que esse seu pedido fosse atendido. Por amar ela intensamente Caivan ficava extremamente triste em meio a essa situação.
No sábado pela manhã, Caivan foi chamado para conversar com aqueles juízes. Eles o questionaram quando ele queria partir para a Síria e ele respondeu que queria partir imediatamente. Aqueles senhores ficaram surpresos com a resposta dele e questionaram:
- Porque você quer partir tão rápido Caivan?
- Eu não vejo a hora de poder contribuir com o regime senhor. Retribuir o que os senhores fizeram por mim e por minha esposa. Os senhores já providenciaram os documentos falsos?
- Sim, estávamos providenciando nos últimos dias. Já estão prontos.
- Se possível senhor, agradeceria muito se pudéssemos partir hoje mesmo.
- Mas, hoje está muito em cima Caivan, não temos condições de providenciar tudo hoje.
- Senhor, por favor, os militares da Síria precisam de mim. Faça o que estiver ao seu alcance para que possa ir hoje mesmo para a Síria. Eu estou muito ansioso para retornar aos campos de batalha e para ver novamente a minha primeira esposa. Para voltar a viver a vida que estava acostumado.
- Já que insiste, vamos entrar em contato com o nosso governo na Síria para ver se eles conseguem te pegar no Irã. Se for para te levar até lá fica mais fácil.
- Faça isso senhor. Eu agradeço muito se o senhor puder providenciar essa possibilidade.
- Vamos ver o que conseguimos fazer. Fique preparado junto a sua esposa, caso consigamos pessoas para levaram vocês, vocês podem partir ainda hoje.
- Muito obrigado senhor. Agradeço muito aos senhores por serem sempre tão generosos comigo e com a minha esposa.
Então aqueles senhores se despedem de Caivan e ele vai para a casa em que estava a cumprir a sua sentença. Ao chegar lá, novamente Aisha fica calada, mesmo quando ele tentava conversar com ela. Estava claro que convencer Aisha a perdoá-lo não seria nada fácil.
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Casamento forçado e abusivo III
Mistério / SuspenseDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...