Na segunda-feira pela manhã, Aisha acorda logo cedo e percebe que Caivan estava deitado em sua cama. Ela fez a sua primeira oração do dia e ficou a aguardar que ele acordasse, quando depois de algumas horas ele despertou e disse:
- Me desculpe por ter chegado tão tarde ontem meu amor. Eu estava a resolver coisas muito importantes junto ao comando militar daqui do Iraque.
- Eu passei o tempo todo a te esperar Caivan. Não me diga que essa será a minha vida daqui pra frente. Ficar reclusa em casa, sem poder sair enquanto você fica a lutar por um exército que só quer matar pessoas e subjugá-las.
- Não diga isso Aisha.
- Digo sim Caivan. Só estou dizendo a verdade. Como você pode lutar por um grupo tão terrível quanto esse?
Nesse instante alguém bate na porta e Caivan diz que já vai ficar pronto para que eles possam partir. O homem responde que estavam a aguardá-lo no carro.
Aisha tenta insistir com a questão:
- Eu quero uma resposta sua Caivan. É assim que vou viver daqui pra frente?
- Não Aisha. Eu prometo te dar mais atenção quando chegarmos na Síria. Não se preocupe com isso. Eu te amo Aisha. Tudo que eu quero nessa vida é estar ao seu lado. Mas, preciso que você entenda. Eu fiquei muito tempo fora. Preciso saber o que está acontecendo.
- Tudo bem Caivan. É melhor a gente partir mesmo para a minha nova casa. Eu não vejo a hora de chegar lá para que você me explique o que aconteceu para me colocar nessa situação.
- Claro Aisha. Assim que chegarmos lá, eu prometo te dizer tudo que quer saber. Afirma Caivan a juntar parte de suas coisas em uma bolsa, se preparando para partirem.
Minutos depois, eles pegam a estrada e partem em direção a Síria. Aqueles homens do carro tinham um semblante fechado. O estilo deles era parecido, todos estavam com cabelos grandes e barbas longas. Apenas Caivan estava com um estilo diferente, pois modificou o seu visual assim que chegou no Afeganistão para ficar mais apresentável para Aisha.
Eles estavam próximos a chegar ao seu destino. Partiram de Mossul às 08:00 horas e tinham previsão de chegar em Ar-Raqqah na Síria as 15 horas daquele dia. Durante o trajeto Aisha ficou calada. Ela estava muito chateada por Caivan ter a deixado sozinha naquele hotel, sem lhe dar o mínimo de atenção. Ele não parecia mais ser aquele homem atencioso como aparentou para ela durante tanto tempo pela internet.
Enquanto isso, em Cabul, Johnson foi ao comando militar de polícia para ver se descobria mais alguma informação importante sobre o desaparecimento de sua filha. O comandante tinha novas informações, mas todas elas levavam para os mesmos indícios. Zalmai, praticamente, havia desistido de procurar Aisha, mas tinha aumentado o preço pela captura ou morte de Johnson, o que preocupava ainda mais aquele chefe de polícia, que foi muito claro para ele:
- Senhor Johnson. Não tem muito mais o que o senhor fazer aqui e temo pela sua vida nessas terras. Será que não seria a hora do senhor partir para poder ficar mais tranquilo nessa busca por Aisha. Aqui a cada dia que passa fica mais perigoso para o senhor e agora temos quase certeza que ela não está mais nessas terras.
- A minha esposa tem dito o mesmo senhor. Saleh que conhece a cultura do país também me alertou sobre isso. Se Aisha não está mais aqui, acho que posso pensar mesmo em retornar para a Inglaterra. Mas, eu ainda queria ver se conseguiria mais informações por aqui.
- Acho que não tem mais muito o que ser descoberto senhor. Sinceramente, Aisha já foi levada para a Síria ou para o Iraque. Isso é tão certo que até Zalmai que tem muitas informações, já parou de tentar encontrá-la. Eu recomendo muito que o senhor se proteja e parta daqui. Ele não vai deixar essa morte do seu irmão acontecer em vão. O senhor está se arriscando muito. Ele aumentou muito o valor pela sua captura, vivo ou morto. Está pagando uma verdadeira fortuna por sua vida. Salve-se, por favor.
- Eu vou pensar nisso senhor. Talvez nos próximos dias eu vá mesmo passar um tempo na Inglaterra. De lá eu posso conseguir até algumas informações a mais sobre a minha filha, as ações de Caivan na Síria e onde eles podem estar.
- Talvez lá seja melhor para o senhor investigar do que daqui. Eu tenho o seu contato. Farei o possível para ajudá-lo e o que eu conseguir de novas informações por aqui eu te passo. Mas, não queria mesmo que nada acontecesse ao senhor.
- Muito obrigado pelo apoio de sempre comandante. Eu vou pensar no que fazer. Se não nos vermos mais nessa minha estadia. Fique com Deus e muito obrigado por tudo!
- Espero muito que o senhor consiga encontrar a sua filha. Disse aquele senhor, quando os dois se despediram.
Na porta daquele prédio estava Nazir a esperar Johnson, sempre muito atento. Logo eles saíram com o carro pelas ruas do Afeganistão, rumo ao hotel. Enquanto estava a falar sobre as recomendações passadas pelo comandante de polícia, Nazir começou a desconfiar que eles estavam a serem seguidos por dois carros que estavam atrás deles, sempre percorrendo as mesmas ruas.
Johnson, preocupado, começou a preparar as suas armas, quando Nazir acelerou aquele carro e viu que aqueles carros também aceleraram. Foi quando por um momento, um homem saiu com um lança foguete, de explosivos, de um terceiro carro e apontou para o carro deles. Nazir se assustou intensamente. Aquele carro era protegido contra armas de grosso calibre, mas não sustentaria receber um impacto de explosivos.
Ele gritou para Johnson:
- Eles estão com um foguete senhor, vão explodir o nosso carro.
Johnson se assustou e quando olhou pelo retrovisor viu aquele homem a segurar aquele equipamento de guerra, pronto para soltar aquele explosivo contra o carro.
Então Nazir movimentou o volante do veículo para a direita, passou a frente de um carro, puxou o freio de mão e virou o volante totalmente para a esquerda, fazendo uma manobra fora do campo de visão daqueles homens com intuito de entrar em uma rua a esquerda. O carro derrapou e nesse movimento, conseguiu tirar aqueles homens do campo de visão, impedindo que ele conseguisse soltar aquele explosivo, e em um movimento muito bem executado, Nazir conseguiu entrar na rua a esquerda, impedindo que aqueles carros entrassem no mesmo local, pois ficaram parados em meio a outros veículos.
Mas, a perseguição continuava e o perigo era eminente, de que eles pudessem cruzar com aqueles homens em algum momento durante o trajeto em direção ao hotel. Até ir para aquele local era perigoso. Então Nazir percorre aquela rua rapidamente e ao chegar ao final dela diz para Johnson:
- Diante da situação em que nos encontramos, acho que o melhor a fazer é irmos para o quartel do exército senhor, apenas lá teremos algum tipo de proteção.
- O senhor está certo Nazir. Vamos para o quartel.
Nazir acelerou aquele carro e o virou para a esquerda novamente, em direção ao quartel do exército da Otan naquela cidade. Johnson ficava a olhar ao redor se encontrava indícios daqueles homens, mas, felizmente, eles os perderam do campo de visão. A manobra de Nazir foi muito bem executada e, certamente, isso salvou as suas vidas.
Quinze minutos depois, Johnson chegou ao quartel do exército. Eles pararam o carro na rua e entraram rapidamente para aquele local. Quando contaram o que havia ocorrido, os militares ficaram muito assustados. O que Johnson não sabia é que aqueles homens irritados, haviam acabado de explodir um carro que estava parado na frente do hotel em que ele estava hospedado, como um ato de terrorismo.
Como eles não conseguiram atingi-lo, fizeram questão de dar o recado. Naquele local, estava muito claro que ele não estava mais seguro, não importa o meio de transporte que estivesse utilizando.
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Casamento forçado e abusivo III
Misteri / ThrillerDepois de visitar o seu país de origem e encontrar com o grande amor de sua infância Aisha tenta retornar para a Inglaterra, mas algo acontece no aeroporto e o seu destino se torna um mistério. Acompanhe a terceira a última parte dessa obra e descub...