Casamento forçado e abusivo III

A coletiva de imprensa e suas repercussões

Com toda aquela exposição, os livros de Aisha estavam vendendo de forma impressionante, especialmente depois que saiu a informação de que uma das pessoas que estavam no livro poderia ser seu namorado atualmente.

Os donos da Editora estavam felizes como nunca, querendo que a chama de curiosidade do público só aumentasse pela história de Aisha, pois assim, quando mais ela ficasse em evidência, mais os seus livros seriam vendidos.

Nas redes sociais, ela continuou como o assunto do momento. Pessoas diziam que ela estava namorando com Saleh sim e outras diziam não acreditar nisso, mesmo sem estar escrito na obra o porque o relacionamento deles havia acabado.

Aisha não contou na obra que foi sequestrada na Inglaterra, porque não tinha como provar nenhum envolvimento da família de Saleh naquela ocasião e não falou sobre o contexto da influência daquela família no término de seu namoro, pois julgou que isso poderia trazer risco daquela família se revoltar ainda mais com ela e tomar alguma medida que pudesse afetar a sua integridade ou das pessoas que amava.

Diante de toda aquela repercussão, em várias cidades da Europa, especialmente na Inglaterra, aquele livro vendeu tanto que não haviam mais exemplares. A Editora achava que venderia muito, mas não estavam esperando que um fato novo pudesse intensificar tanto aquelas vendas.

Enquanto a obra era elogiada e se tornava extremamente rara, na cabeça de Aisha, tudo que vinha era uma preocupação quanto a sua integridade, segurança de sua família e de Saleh.

No segundo evento de lançamento, da terça-feira anoite, em uma grande livraria de Leeds, Aisha estava com dois seguranças que não saiam de seu entorno. A preocupação da Editora era máxima e foi avisado para as autoridades os possíveis riscos que ela poderia correr, devido a ameaças que já estava a sofrer pela internet. Para alguns aquela era uma preocupação exacerbada, para outros, os produtores dos eventos estavam agindo corretamente.

Cada vez que uma notícia daquela surgia nas redes, como o aumento da segurança nas cidades em que Aisha passava, mais aquilo aguçava a curiosidade de mais pessoas e maiores eram as vendas de suas obras. O seu livro já estava tão procurado, que a Editora não conseguia atender a demanda. Apenas na primeira semana de lançamento, enquanto Aisha estava ainda na Inglaterra, o seu livro já havia vendido mais de 2 milhões de exemplares entre livros físicos e ebooks, e havia esgotado na maioria das livrarias da Europa.

Ao final daquela primeira semana, outros grupos, aproveitando da influência de Aisha, começaram a atuar para chamar a atenção, incluindo grupos terroristas o qual ela fazia uma critica em sua obra. Isso foi preocupando as autoridades dos locais em que estavam marcados os lançamentos e também Aisha e sua família.

A extrema direita entrou também na briga para poder pegar um pouco da popularidade de pessoas criticas a obra. Eles intensificaram os discursos contra imigração e criticavam fortemente Aisha dizendo que ela estava a proteger terroristas quando falava bem de Caivan. Naquele contexto, uma polarização havia se formado entre os defensores da obra, que era uma maioria, e os críticos a ela, que traziam ameaças diretas a Aisha e aos imigrantes, reforçando ainda mais as preocupações da Editora e das autoridades quanto a segurança dela.

A semana foi passando e o livro era muito elogiado pela crítica especializada na Europa. As pessoas ficavam impressionadas com a força que ela teve em vários momentos de sua vida e nos lançamentos estavam se formando alguns fãs clube.

As suas redes sociais estavam aumentando muito o número de seguidores, as emissoras queriam entrevistá-la, mas a sua agenda de lançamentos estava tão lotada, que ela só conseguia dar algumas entrevistas curtas, onde dizia categoricamente que não tinha nenhum relacionamento amoroso com Saleh e que os dois eram amigos antigos que se encontraram e estavam felizes por isso naquele dia do lançamento de seu livro.