Os dias seguintes

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Nos dias seguintes o clima naquela casa não ficou nada bom. Aisha evitava conversar com todos, inclusive com Lina, que ao ver que ela não estava bem preferia também falar pouco.

Para não dar o braço a torcer para Aisha, Caivan, nos dias seguintes a aquela briga, chegava em casa, falava pouco, jantava e ia para o quarto da primeira esposa para dormir com ela, o que irritava ainda mais Aisha.

Pelas regras culturais daquela região o homem tinha que dar a mesma atenção para as suas esposas e Caivan estava claramente a favorecer a sua relação com a primeira esposa, quando optava por dormir com ela por todos aqueles dias.

Na quinta-feira, Caivan, durante o jantar, disse que no dia seguinte todos precisavam ir ao templo religioso, pois a sexta-feira era um dia dedicado as orações naquela cultura. Em um primeiro momento Aisha ficou calada, mas em seus pensamentos, tentando irritar Caivan por tudo que ele havia feito durante a semana, ela pensava que não iria de jeito nenhum ao templo no dia seguinte.

Aquele dia passou sem maiores acontecimentos e novamente Caivan foi se deitar com a primeira esposa, deixando Aisha novamente de lado naquela casa.

A sexta-feira amanhece e assim que os primeiros raios de sol bateram na janela de Aisha, ela fez a primeira oração comum daquele dia.

Em seguida, se levantou e foi para a cozinha preparar um chá. Poucas horas depois, Caivan se levanta e toda a família se encontra naquele espaço. O clima naquela casa continuava tenso e de poucas palavras.

Quando, por um momento, Caivan diz:

- Hoje precisamos ir ao templo religioso.

Aisha responde imediatamente:

- Vão vocês. Hoje eu vou ficar em casa.

- Aisha, hoje é um dia de orações. O povo repara essas coisas.

- Eu rezo em casa Caivan. Não tenho motivos para sair na rua depois do que vi lá.

- Por favor Aisha, me conte, o que viu naquela praça?

- Prefiro não falar sobre isso Caivan. São memórias ainda muito pesadas para mim. Pergunte aos seguidores do grupo que você comanda o que eles fizeram naquela praça e descobrirá. Responde ela em tom ríspido.

Caivan fica perplexo com o modo de falar de Aisha. Ele jamais havia sido afrontado por uma mulher daquela forma, principalmente, em frente a sua esposa. Com medo de perder a sua autoridade, sentiu o seu sangue ferver entre as veias, se aproximou mais de Aisha demonstrando fúria em seu olhar.

Novamente Aisha ficou assustada com a reação rápida dele. Para ela o semblante dele parecia o de Osnin quando estava com ódio. Foi então que ela se levantou e ficou de frente com ele, respirando de forma ofegante. Também demonstrando ira em suas feições.

Então Caivan diz com uma voz furiosa:

- Eu não aceito que você fale comigo dessa forma Aisha!

- O que vai fazer Caivan? Questionou Aisha a gritar, fazendo uma nova afronta, tomando a mesma ação que ele havia feito com ela no dia em que tiveram a última briga, dobrando novamente a aposta.

Nesse instante Caivan levantou a sua mão, demonstrando que poderia atingi-la se ela não se portasse de forma mais tranquila, foi quando ela questionou:

- Vai me bater agora também é? Vai se mostrar tão covarde quanto o meu antigo esposo Osnin? É só isso que falta você fazer.

Depois dessa provocação, o sangue de Caivan subiu a cabeça, ele pagou Aisha pelos braços e começou a movimentar os eu corpo, dizendo:

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora