Uma nova conversa com o delegado

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 Johnson entra na delegacia demonstrando uma fúria impressionante, quando os soldados tentam o barrar e ele se identifica:

- O meu nome é oficial Johnson, um dos comandantes do exército inglês, eu quero falar imediatamente com o delegado.

- Eu vou ver se ele pode te atender no momento senhor.

- É melhor que ele tenha um tempo na agenda dele, porque caso contrário, eu vou sair daqui e vou direto na televisão falar para eles o que está acontecendo na investigação do desaparecimento da minha filha.

Aquele policial saiu andando rapidamente em direção a sala do delegado, enquanto Johnson ficou em pé a andar de um lado para o outro no saguão daquela delegacia. Poucos segundos depois o soldado retornou dizendo que o delegado estava a aguardá-lo em sua sala.

Assim que entrou naquele escritório Johnson disse de forma ríspida:

- Que história é essa de colocar a família de Aisha como suspeita de participação no seu desaparecimento?

O delegado ficou bastante assustado e disse:

- Se acalme senhor Johnson. Não precisa se exaltar assim.

- Estou exaltado porque estamos falando da vida da minha filha senhor. Eu tenho que ficar exaltado, porque me parece que está havendo um desvio de foco das investigações nessa delegacia, cujo o senhor é o responsável e não vou deixar que isso aconteça!

- Acalme-se senhor Johnson, assim o senhor pode complicar as coisas.

Nesse instante Jonhson perde a cabeça completamente, parte para cima daquele homem, o pega pela gola da camisa e o coloca contra a parede e diz:

- O que o senhor quer dizer com complicar as coisas? Questiona ele, enquanto aquele senhor continuava imóvel, preso contra a parede.

Johnson insiste, quando aquele homem tenta pegar a sua arma que estava na cintura e o oficial chega na frente dele, pega a arma e a coloca sobre a mesa, levanta aquele senhor novamente contra a parede e questiona de forma insistente:

- O que o senhor quer dizer com complicar as coisas, me responda?

Nesse instante, um policial que estava a escutar aquela gritaria, entra na sala com a arma em punho apontando para Johnson e diz:

- O senhor não pode fazer isso com o delegado. Solte ele.

- Aqui estamos falando eu e o delegado. Se eu fosse o senhor eu não entrava nessa história. Responde Johnson em tom severo.

Então, o delegado preocupado com o possível desfecho daquele conflito diz:

- Vamos conversar Johnson. Acalme-se senhor. Policial, pode sair. Estamos resolvendo tudo aqui. Estamos tendo apenas uma conversa.

- Tem certeza senhor? Questiona aquele policial.

- Tenho certeza. Pode sair imediatamente. Johnson vai ficar mais tranquilo, vai me colocar no chão e vamos conversar de forma amistosa daqui pra frente. Como duas pessoas sérias devem fazer.

Johnson imediatamente coloca aquele delegado no chão e começa a se afastar dele de forme civilizada. Nesse instante, aquele homem abaixa a arma e sai da sala, retornando para o seu posto. Nos segundos seguintes, o delegado se senta e começa a passar as mãos sobre suas roupas para desamassá-la, quando diz em seguida:

- Será que o senhor poderia se sentar para podermos conversar de forma civilizada.

- Sim. Reponde Johnson.

- Qual o motivo da sua vinda aqui? Questiona aquele delegado.

- Acho que o senhor entendeu o motivo da minha vinda. Eu quero saber o porque o senhor colocou a família de Aisha como suspeita de seu sequestro?

- Eu pensei que colocá-los como suspeitos poderia ajudar nas investigações.

- Em que sentido isso poderia ajudar?

- No sentido de que posso interrogá-los de forma mais firme.

- Isso o que o senhor está a fazer com aquelas pessoas é uma desumanidade. Não sabe como aquela senhora ficou ao receber essa intimação. Afirma Johnson demonstrando novamente nervosismo em sua fala.

- Isso não é problema meu senhor. Eu quero resolver o caso de Aisha. É pra isso que sou pago.

- O senhor é pago para seguir a lei. E fazer uma ação como essa não está dentro da lei.

- Pode não estar dentro da lei do seu país. Mas, no nosso, nós temos as nossas próprias leis e delas eu entendo.

- Pois bem senhor delegado. Escute bem o que vou lhe dizer, se eu suspeitar que o senhor está querendo de alguma forma prejudicar essa família ou desviar o foco dessas investigações, o senhor vai se ver comigo. Eu vou acabar com a sua reputação em todos os lugares possíveis desse país. E eu, por tudo que já fiz pelo seu governo, tenho totais condições de fazer isso!

- O senhor está me ameaçando senhor Johnson?

- Entenda como quiser. Mas, se estivesse no seu lugar eu levaria essa investigação bem a sério. Trataria muito bem os membros da família de Aisha nesse interrogatório e não ousaria acusá-los de algo que claramente eles não tem nenhum envolvimento. Caso contrário eu vou na televisão e conto tudo o que sei sobre a ação do senhor e não vou fazer isso só na televisão daqui não. Farei isso na BBC, na Al Jazira e em todas as outras redes importantes desse mundo. Duvido que o senhor fique nessa cadeira por um dia, depois que eu espalhar para o mundo inteiro o que está acontecendo nas investigações do desaparecimento de uma filha de um oficial de alta patente de um exército aliado. Então tome muito cuidado com esse caso.

Aquele homem engole seco após aquela fala de Johnson. Ele pensa um pouco e diz:

- Senhor Johnson, pode ficar tranquilo. Como disse ao senhor, estamos do mesmo lado. Trabalharei para que o paradeiro da sua filha seja descoberto o mais rápido possível. O interrogatório será realizado dentro da lei e com cordialidade. Não se preocupe.

- Assim espero. Bem, o recado está dado. Era tudo que eu tinha a dizer ao senhor. Afirma Johnson antes de sair daquela sala em direção a rua, sem se despedir daquele delegado.

Os soldados que ele cruzou no caminho estavam com os seus olhos arregalados, impressionados com a coragem daquele homem de pegar o delegado e colocar ele contra a parede daquela forma.

Johnson entrou no carro com um semblante sério e partiu daquele local sem dizer nenhuma palavra nem para Nazir durante os primeiros minutos. Depois de algum tempo, ele se acalmou um pouco e disse:

- Acho que agora ele vai pensar duas vezes antes de tentar incriminar alguém que não seja o verdadeiro responsável por esse caso.

- Ele demonstrou estar assustado senhor? Questiona Nazir.

- Depois de eu literalmente colocar ele contra a parede, ficou sim. Muito assustado! Acho que agora ele sabe do que eu sou capaz para ter a minha filha de volta! Disse Johnson, não falando mais nada pelo caminho até que chegassem ao hotel.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora