Johnson prepara a viagem

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Começa o mês de abril de 2023 e Johnson já estava recuperado da cirurgia. Ele retornou para o comando militar e começou a fazer novos treinamentos para recuperar a sua forma e precisão ao utilizar os armamentos em situações de combate.

Durante os primeiros dias daquele mês, ele ligou algumas vezes para Nazir, combinando com ele uma data que poderiam se encontrar na Turquia para de lá irem para alguma base militar americana no Norte da Síria para acompanhar a situação do Estado Islâmico de perto e tentar de alguma forma receber informações mais precisas do paradeiro de Aisha.

As informações que ele recebia dos seus amigos militares é que o regime estava se enfraquecendo cada vez mais e perdendo territórios importantes, o que possibilitava uma incursão na capital daquele grupo em um futuro próximo. A grande esperança de Johnson é que com a queda daquele grupo Aisha pudesse ser encontrada, resgatada e levada para a Inglaterra.

Outra possibilidade que ele tinha em mente, era arrumar pessoas que conseguissem a tirar daquela cidade a levando para uma região comandada por outros países, para finalmente poder levá-la em seguida para a Inglaterra. Entretanto, essa segunda hipótese ele sabia que era mais difícil, pois dificilmente encontraria uma pessoa com coragem suficiente para uma tentativa como essa em meio a um regime tão hostil e que não tinha medo de demonstrar isso em seus vídeos de execuções de prisioneiros.

Ainda na primeira quinzena daquele mês, ele se encontrou com Saleh em um shopping da Inglaterra para falar sobre os seus planos:

- Eu quero ir para a Síria resgatar Aisha.

- Seria uma ótima ideia senhor Johnson a questão é que a cidade em que ela está é muito fechada e o regime dificilmente daria brechas para uma ação nesse sentido.

- Pelas informações que recebi o regime está se enfraquecendo. Mas, chegando lá acho que tenho melhores condições de avaliar o que será mais seguro para mim e para Aisha. Uma certeza eu tenho, vou conseguir resgatá-la, isso eu vou!

- Ela não entrou mais em contato depois do Natal?

- Infelizmente não. Tentei contato com aquele número que ela ligou por vários dias, mas sem sucesso. O telefone só está ficando fora de área.

- Não entendo. Porque Aisha ligou uma vez e nunca mais ligou? Espero que não tenha acontecido nada com ela.

- Isso é algo que me preocupa também. Já passou tanta coisa pela minha cabeça. É realmente muito estranho ela ter ligado e ficar esse tempo todo sem fazer uma ligação. Mas, tenho esperanças de resgatá-la. Eu quero a minha filha de volta e não vou medir esforços para isso.

- É uma pena que não conheço ninguém daquela região senhor Johnson. Conhecer algum morador da cidade poderia ajudar muito, pelo menos para obter informações se ela está bem.

- Eu também não conheço ninguém. A Síria naquela região hoje é muito fechada. Eles controlam tudo. Pelo que ouvi dizer, dificilmente encontremos alguém para ser informante. Todos morrem de medo do regime de lá.

- Eu posso imaginar. Eu vivi quando os Talibãs comandavam o Afeganistão e estar na situação em que eles encontram, em uma ameaça constante, temendo pela própria vida em caso de uma ação que o regime possa julgar suspeita é mesmo muito desconfortável.

- Entendo isso. Eu também estive lá em meio a esses regimes. Visitei populações recém libertadas e as pessoas não acreditavam que podiam dizer nada sobre o regime, com medo de um retorno deles. É uma situação mesmo muito traumática.

- Mas, o que estiver ao meu alcance, pode contar comigo senhor. Libertar Aisha é tudo que mais desejo nessa vida. Diz Saleh com os seus olhos ainda brilhando.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora