Johnson pisa em solo Sírio

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Na sexta-feira, no final da tarde, Johnson e Nazir chegam a base militar americana em solo Sírio. Ao chegar naquele local Nazir foi descansar e repousar para as suas orações naquele dia sagrado, enquanto Johnson foi se reunir com os militares para pegar informações importantes sobre a possibilidade de entrar naquele território na tentativa de salvar a sua filha.

O que ele ouviu de resposta foi algo desanimador. O Estado Islâmico mesmo com as perdas que estava a sofrer nos últimos meses ainda tinha um exército muito sólido e para se chegar ao local em que Aisha se encontrava Johnson teria que arriscar muito a sua vida, algo que foi completamente desaconselhado por aqueles militares.

Ele insistiu na possibilidade de contratar alguém de Raqqa para fazer esse trabalho, mas aquelas pessoas afirmaram que as pessoas têm muito medo do regime que agora está a matar de forma quase aleatória quando suspeitam que eles possam estar a planejar algo que o afete.

- A cada momento o regime fica mais repressivo de acordo com relatos que temos recebido senhor Johnson. Colocar a vida em risco eminente é algo que dificilmente alguém fará para salvar Aisha. Mesmo porque, ela teria que ser retirada de casa, pois as mulheres do regime praticamente estão sendo obrigadas a ficarem trancafiadas. Disse um dos oficiais que dialogavam com ele.

- Não é possível que minha filha está a viver nessa prisão e que eu não possa fazer nada para ajudá-la a sair dela.

- Acredito que o melhor a fazer é esperar que o regime enfraqueça um pouco mais senhor, antes de tentar qualquer coisa nesse sentido. Forte como o regime está, controlando as suas fronteiras como eles estão, tentar resgatar Aisha na capital deles é algo que pode colocar a pessoa que tentar e a sua própria filha em extremo risco. Constatou aquele oficial.

- Mas, eu não aguento mais ficar aqui de braços cruzados. Já vai completar um ano que minha filha foi sequestrada por esse regime. Eu me sinto muito impotente diante dessa realidade.

- Eu sinto muito senhor Johnson, mas como o senhor há milhares de pessoas no mundo. Não há outro caminho no momento. Estamos muito distantes da capital e está acontecendo conflitos constantes. Eu não recomendo que o senhor tente passar pelas zonas de conflito, pois sendo um oficial, se pego, eles vão te executar.

- Eu entendo. Vou ficar aqui por mais algum tempo para ver se consigo entender melhor como está o sistema de defesa do regime e se o cenário muda de alguma forma. Caso não tenham alterações maiores eu vou buscar informações em outros locais para saber o que fazer para ter a minha filha de volta. Afirma Johnson desolado diante daquelas constatações e recomendações feitas por aqueles oficiais.

Estava claro para ele que resgatar Aisha nessa altura, diante da situação do regime e do local em que ela se encontrava não seria nada fácil.

No final daquela noite ele ligou para a sua esposa e sua filha, informou que estava tudo bem e a situação em que Aisha estava. Disse que tentaria obter informações junto aos militares sobre a evolução da situação dos domínios do EI. Caso as coisas não mudassem muito, em breve ele iria para outro país do Oriente Médio, provavelmente o Catar, onde os Estados Unidos tinha uma base militar muito grande, com aviões militares, para obter informações sobre as ações da aeronáutica americana na Síria.

Essa fala deixava Evelyn mais tranquila. Quanto mais longe da Síria Johnson estivesse naquele contexto para ela melhor, pois ela temia muito que o marido pudesse tomar alguma ação impulsiva e descompensada o que o colocaria em extremo risco diante daquele contexto. Ele indo para o Catar, teria menos chance de tomar uma ação impensada, pois a distância dos dois países poderia o fazer pensar melhor no que fazer para não se colocar em risco antes de começar uma ação.

Em Raqqa, Caivan estava a ter uma folga maior. Ele pediu isso aos seus superiores e eles prometeram o deixar em casa por, pelo menos, um mês antes de enviá-lo de novo para o campo de batalha. Ele disse que estava muito cansado depois de ficar por mais de três meses fora e isso foi levado em consideração pelos líderes.

E assim aquele mês foi passando sem maiores acontecimentos relevantes. O regime estava conseguindo manter as suas terras, enquanto os combates ocorriam em diversas frentes. Ocorreram alguns ataques aéreos em pontos mais distantes daquela cidade, mas nada que tenha assustado muito aquela família, pois foi distante de suas casas.

A questão maior, especialmente para Caivan, é que nesses ataques outros militares importantes do regime foram mortos o que levantava ainda mais suspeitas sobre os membros daquele grupo de que haviam traidores que estavam a delatar as suas posições.

Aquele era um momento em que o regime estava a ruir por dentro, então a desconfiança era generalizada o que colocava todas as lideranças em risco, algo que preocupava e trazia grande ansiedade a Caivan, que não escondia isso de Aisha. Ele preferia se abrir com ela, pois ficava preocupado em trazer preocupações para Lina que estava com um filho pequeno e poderia ficar muito abalada.

Depois de três semanas em território Sírio, sem muitas informações e possibilidade de agir, Johnson resolveu retornar para a Turquia e partir de lá para o Catar. Ele entendia que daquela base militar americana, uma das centrais daquela região, teria condições de obter informações mais precisas sobre a evolução dos combates naquele país e em Raqqa especificamente.

No dia em que chegou no Catar ele ficou impressionado com a grandiosidade que aquela base tinha. Quando ele visitou aquele país pela última vez, há mais de quinze anos, aquela instalação militar estava a receber os primeiros investimentos, agora se tratava de uma base gigante com centenas de aviões de combate supermodernos.

Tudo estava muito calmo e estável, quando na madrugada de quinta para sexta-feira foram ouvidos muitos disparos em Raqqa, algo que assustou a todos daquela casa. Caivan ainda não sabia o que aqueles tiros significavam. Depois de algum tempo eles cessaram e todos daquela família puderam dormir em paz.

No dia seguinte, ele foi para o comando militar para saber o que aconteceu, quando foi informado que havia sido realizado um ataque do Estado Islâmico na cidade de Nice na França e que havia sido bem-sucedido, por isso os membros do EI estavam a comemorar durante a madrugada, dando tiros para o alto, como era comum quando eles conquistavam algum objetivo estratégico.

Ao saber desse fato, a preocupação dele aumentou muito. A reação dos Ocidentais se seguisse aquilo que ele imaginava, poderia ser terrível contra aquela Capital, o que colocaria toda a sua família em risco. Caivan no momento em que soube daquela informação partiu rapidamente para casa, pois precisava preparar a sua família para ir para um abrigo mais seguro, em caso de necessidade. 

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora