A partida de Caivan

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O dia passou e Caivan chegou em casa com uma atitude que demonstrava querer pouca conversa naquela noite. Para não ficar afrontando o marido, tanto Aisha quando Lina, quando viram ele passar com poucas palavras para o banho, resolveram não dizer nada.

Durante aquele jantar, os membros daquela família praticamente não falaram, estava um clima pesado naquela mesa, pois Caivan parecia não ter gostado da ação afrontosa de suas esposas.

Ao final daquela refeição, Caivan foi para o quarto com a sua primeira esposa e Aisha foi para o seu quarto para dormir naquela noite, demonstrando curiosidade pelo que pode ter ocorrido para que seu esposo chegasse em casa tão frio.

No domingo, Caivan saiu logo cedo para algumas reuniões com importantes membros do regime e ficou o tempo todo fora, o que trazia ainda mais expectativa em suas esposas sobre qual seriam os seus destinos quando ele estivesse fora.

Ele ficou sem falar sobre aquele assunto até que a sua partida ficasse mais próxima. No jantar terça-feira ele anunciou que partiria na quinta e a decisão que foi lhe passada pelo comandante:

- Amanhã será a minha despedida de vocês. Conversei com o comandante sobre a possibilidade de vocês ficarem em casa. Ele ficou bastante furioso, me perguntou os motivos, os quais eu não soube explicar direito. Mas, no final, disse que se isso fosse me deixar mais tranquilo, que ele autorizava, desde que as demais pessoas da comunidade não ficassem sabendo da ação que nós tomamos.

Aisha abre um sorriso após a fala de Caivan e Lina também demonstra felicidade, quando a sua segunda esposa diz:

- Muito obrigado meu amor. Eu sabia que você iria atender esse nosso pedido.

- Eu não concordo muito com ele Aisha, mas eu aceito. Diz Caivan ainda com um semblante fechado.

Aisha então brinca com ele:

- Você me deve algumas coisas que prometeu. Depois de todo esse seu esforço, eu vou adiar um pouco mais as suas dívidas.

- Dívida, que dívida?

- Não pense que eu me esqueci que ainda não me contou o porque estamos aqui. Você me prometeu, disse algumas partes do seu contexto, mas não me contou o fator principal que te trouxe pra cá.

- Mas, você não esquece de nada mesmo! Afirmou Caivan surpreso e já com um semblante mais aberto.

- Além disso; continua Aisha: - Você prometeu arrumar um telefone para que eu pudesse contactar o meu pai. Estou com muitas saudades dele e temo que ele esteja muito preocupado, depois de tantos dias sem saber informações minhas. Afirma ela com um semblante triste.

Essa fala preocupou um pouco Caivan, que disse em resposta:

- Eu sei que te prometi Aisha, mas isso é algo que me causa uma temeridade muito grande. O nosso grupo faz uma análise muito profunda das redes de telefone e dos contatos que estão sendo realizados em nosso território. Se eles descobrem que você está conversando com o seu pai, sendo ele quem é, seremos fatalmente considerados traidores. E pessoas consideradas traidoras do regime nessas terras, tem apenas um destino, a morte.

- Sei o quanto isso é perigoso meu amor. E não quero que sejamos descobertos de maneira nenhuma, mas, eu queria tanto contactar com o meu pai. Eu queria arrumar uma forma de tranquilizá-lo. Você prometeu que isso seria possível.

- Farei o possível para arrumar uma forma Aisha, mas no momento, não terei como cumprir essa promessa. Mas, penso que depois de hoje, eu estou com crédito. Levei uma bronca danada do meu chefe por causa de vocês! Afirma Caivan de forma mais animada, quando Aisha e Lina vão em direção a ele para abraçá-lo, uma de cada lado.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora