O amanhecer

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Assim que acordou, Aisha foi ver como Mohamed estava e ao encontrar com Lina constatou que ele estava bem melhor. Ao vê-lo sorrir e mais animado, ela disse:

- Você nos deu um susto ontem anoite em Mohamed.

- Fez a sua segunda mãe correr todo o risco do mundo para arrumar remédio para você não é meu filho. Você é muito amado. A sua segunda mãe arriscou a vida para poder te dar o remédio. Disse Lina a sorrir.

- Fiz e faria de novo Mohamed. Eu te amo muito!

Logo alguém bate na porta. Aisha foi vestir a roupa para atendê-la, mas aquelas batidas eram incomuns, estavam muito ansiosas e insistentes.

Ela então pegou a sua arma, e com as vestes apropriadas, toda coberta, inclusive o rosto, foi até o portão e questionou:

- Quem é?

- Sou eu Aisha, Habib, o médico prático e farmacêutico.

- Que bom que o senhor veio! Diz Aisha a sorrir, quando abre a porta e é surpreendida.

- Mãos para cima. Largue essa arma. Gritou um dos policiais.

Perplexa ela levantou as mãos para cima, quando um dos policiais retirou a arma de sua mão. 

Imediatamente Omar apareceu e disse:

- Não disse que eu iria te pegar Aisha.

Logo em seguida ela olhou para Habib e ele estava com o seu rosto totalmente desfigurado, provavelmente, foi denunciado por recebê-la durante a noite e contou aos policiais quem havia ido comprar o remédio na noite anterior.

O coração de Aisha quase parou naquele momento. Era difícil acreditar que aquilo estava a acontecer. Agora sim estou mesmo perdida nas mãos de Omar. Ele vai acabar comigo!

Lina veio correndo em direção a porta da casa, começando a gritar, chorando:

- Por favor, não levem Aisha, ela não fez nada demais, só queria ajudar o meu filho.

Omar olhou para o desespero dela e disse em resposta:

- Aisha será sim levada Lina, depois interrogo você para saber qual a sua participação nessa história!

Lina se assusta com aquela fala, caindo ainda mais lágrimas no rosto. A partir daquela fala de Omar, ela entendeu que não teria muito o que fazer para ajudar Aisha e que era importante se proteger para não ser levada também presa por aquele chefe de polícia.

Foi então que Aisha foi colocada no carro e levada por aqueles policiais junto a Habib.

Omar fez questão de ir com ela no carro:

- Ainda vai continuar nervosinha ou vai aprender a ter bons modos Aisha? Adoro encontrar prisioneiras resistentes. São como madeiras firmes, mais fáceis de quebrar.

Um ódio surgiu na mente de Aisha, mas ela preferiu não dizer nada. O seu medo naquele instante era maior do que a sua necessidade de reagir a aquele homem. Naquele momento ela sabia que estava nas mãos dele, totalmente subjugada e que afrontá-lo poderia deixar a sua situação ainda pior.

- Não vai responder é? Não precisa. No interrogatório terá que dizer tudo aquilo que eu quero de qualquer forma. Se não disser, não quero nem estar na sua pele.

Aquela ameaça arrepiou Aisha completamente. As falas de Lina dizendo que aquele homem era cruel começaram a inundar a sua mente e o seu medo se multiplicou por um momento. Mas, logo em seguida, o seu cérebro começou a rememorar os momentos de força que teve que demonstrar em sua história, os momentos que resistiu as agressões de seu pai para proteger Caivan, os momentos em que teve que aguentar toda a violência de seu primeiro esposo. Então Aisha sentiu mais confiança. Depois de tudo que passei, sei que sou uma mulher forte. Eu preciso suportar tudo que está por vir até o retorno do meu marido. Quando ele voltar, certamente, ele vai me tirar das mãos desse homem. Tudo que preciso é ser forte até que isso aconteça.

Casamento forçado e abusivo IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora