Capítulo 6: Adeus Mundo

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- Bem, James tenho de ir! 

A mãe e Scooter entraram em casa divertidos.

- Tens mesmo de ir?- Perguntei e senti um vazio por dentro.

- Bia porque é que não vais para o teu quarto...- Improvisou a mãe.

- Sim. Foi um gosto conhece-lo David, faça boa viagem!- Disse despedindo-se de Scooter, subindo as escadas de seguida.

- Adeus Beatriz!- Despediu-se ele.

- Não vás, por favor! Eu estou aqui sozinho! Não tenho ninguém! Scooter não me faças isto!- Disse eu assim que ouvi a porta do quarto fechar-se, sentia os olhos lacrimejar.

- Não dá, Justin. Já estives-te mais longe de casa e aguentaste-te...- Respondeu-me com certo "peso".

- Era temporário! E tinha todos comigo, aqui eu não posso falar com ninguém, não posso contar com ninguém, eu não confio em ninguém...- Eu sentia-me mais sozinho que nunca.

- Eu venho buscar-te. Só tens de ser normal...

- Normal?! Mas tu achas que eu sei o que é ser normal?!- Explodi de vez. Eu já não sabia o significado de normal à muito tempo.

- Se não sabes é bom que aprendas! Pede ajuda e não sejas orgulhoso!- Disse-me de forma fria.- Eu venho buscar-te. Porta-te bem, e não sejas mal-educado, desobediente, rude... e controla os teus ataques de raiva.- Ele amansou a voz.

- Vou ter saudades Scott!- Abracei-o com força.- Diz à minha mãe, que adoro e vou ligar-lhe o máximo de vezes possível.

- Eu digo, Justin. Eu digo... aproveita para ser feliz.- E saiu de casa.

Aquelas palavras rebentaram comigo: "Aproveita para ser feliz".

Sei que assim que a porta à minha frente se fechou caí de joelhos e senti umas lágrimas saírem de mim. A ultima vez que isso aconteceu foi quando, foi quando... esqueçam. Eu estava sozinho no Mundo, agora mais que nunca.

Olhei de relance para Raquel e vi que ela também soltou uma lágrima. Veio ter comigo, ajudou-me a levantar e abraçou-me:

- Lamento, Justin...- Disse-me. Abracei-a com força. Normalmente era eu quem dava os abraços, mas desta vez eu estava mesmo a precisar de um, a Raquel não me tratava como se eu fosse aquela estrela-pop convencida e rude, tratava-me pelo que eu era: o Justin Bieber, o adolescente com saudades de casa.

- Sim...

- Quero que saibas que podes falar comigo sobre o que precisares: se tiveres alguma dúvida, precisares de ajuda, algum pedido... eu estou aqui e vou tentar ajudar-te.

- Obrigado. Vou levar as malas para cima.- Demorei uns 20 minutos a carregar aquilo tudo. 

Depois tranquei-me no quarto apenas com a minha melhor companheira: a guitarra. Queria tocar algo, mas tinha-se apagado tudo. Desde o que era meu, às músicas dos outros que eu sabia... tudo foi embora, até que me veio algo muito especial, o meu "Be alright"; nem tive tempo de começar a tocar, bateram-me à porta.

- James, estás bem?- Era a Bia.

- Sim, olha Bia... eu preciso de ficar sozinho, ok?

- Claro, estou lá em baixo...

- Espera! Senta-te aqui!- Pedi e ela sentou-se.

- Olha, quero que saibas que... eu... eu sou um aluno que se esforçava para conseguir trazer ao de cima o melhor de mim: sou criativo e às vezes nem durmo de noite para conseguir alcançar os meus objetivos, é uma vida dura mas já consegui alcançar alguns patamares que à uns anos eram impensáveis; impossíveis mesmo!

O disfarce de uma estrela!Onde histórias criam vida. Descubra agora