Em uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.
As meninas estavam todas lindas, todas maquiadas e prontas.
— To com o cu na mão! - Uma das modelos disse.
A gíria de pobre não muda nunca.
— Respire que vai dar tudo certo, vocês estão maravilhosas! - Falei encarando cada uma.
— Dag, eu queria agradecer por essa oportunidade que você deu a todas nós, você foi a única pessoa que acreditou em nós e fez acontecer, vamos ser gratas por você eternamente. - Andréia, uma das modelos disse sorrindo vindo me abraçar.
Depois disso veio todas me abraçarem.
Eu me afastei e sorri encarando elas.
— Quero que vocês me prometam nunca abaixar a cabeça pra ninguém. Vocês podem tudo o que quiser. Corram sempre atrás dos sonhos de vocês. Não deixe ninguém te abaixar, vocês são mulheres fortes e que vão longe. A passarela hoje são de vocês, dão o melhor que eu acredito sempre no potencial de cada uma! - Falei e elas bateram palmas.
Eu já tava em lágrimas. Não foi fácil, mas eu consegui.
*****
Q
uando começou o desfile eu me sentei na primeira fileira ao lado de Thamara. Débora estava do outro lado sentada com Thomas.
Começou aquelas modelos entrarem. Eles falavam antes o estilista, e atrás a imagem da marca da estilista. Entrou aquelas modelos, uma mais bonita que a outra. Foi assim, e por fim a minha marca foi a última a ser desfilada.
Quando colocaram a minha marca no telão e todos começaram aplaudir, eu comecei a sentir aquela emoção e logo minhas lágrimas se derramaram.
Quando a primeira modelo entrou eu fechei agradecendo a Deus.
— Tu conseguiu! - Thamara disse animada me abraçando.
Eu sorri abraçando ela.
*****
Quando acabou o desfile muitos vieram me procurar. Olívia principalmente veio. Ela me elogio e disse que muitos estavam elogiando os looks meu.
Eu estava feliz demais, se eu tivesse com uma pistola, eu tacava em todo mundo, de tão feliz.
— Estar feliz? - Ouvi uma voz atrás de mim.
Sai dos meus pensamentos e me virei vendo Thomas.
Eu suspirei fundo e encarei aqueles olhos cor de mel.
— Eu sou casada! - Falei mostrando o anel.
Ele ficou me olhando e logo suspirou.
— Ele estar aqui? - Ele perguntou.
— Não, ele está no Brasil. - Falei.
Ele assentiu e eu sorri saindo de perto.
Fui até as meninas no camarim e vi Thamara animadona.
— Cara, eu não conseguiria ter a postura que vocês tiverem. Vocês arrasaram! - Thamara disse.
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