• capitulo 99 •

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Dagmar

Sexta feira.

Já havia passado os dias e já tinha chego a sexta.

Infelizmente o último dia do desfile.

Tirando as coisas que haviam acontecido, tinha sido tudo como eu sempre sonhei. Olívia me indicou e passou meu contato a vários estilistas de alto padrão.

Amélia havia ficado encantada com a minha simplicidade e com a minha história. Eu contei tudo, em momento algum ela me olhou com olhos de julgamento e de desaprovação. Pelo contrário, me prometeu que iriamos nos ver em breve, pois ela não queria perder contato algum comigo.

Já Débora, não trombava comigo. Thomas evitava chegar perto.

*****

Encarei Thamara que escolhi a roupa dela e suspirei fechando os olhos.

— É o último desfile, você tem que tá arrumadona também sabia? Você vai entrar no palco logo depois que todas modelos sua voltar pros bastidores. - Thamara disse e eu arregalei os olhos.

— E quem te disse isso Thamara? - Perguntei me levantando.

— Débora, ela mesma disse pra você tudo como seria! - Thamara disse.

Puts, era mesmo...

Nem me lembrava mais.

— Que roupa tu acha que eu devo ir? - Perguntei me levantando e indo bagunçar a minha mala.

— Você tem algo vermelho? Brilhoso? Sei lá! - Thamara disse.

— Vermelho tenho, mas queria algo mais com cara de vadia, nada de coisa longa, não to em convento! - Falei.

— Então vai ter que sair pra comprar! - Thamara disse. - Chama o Bazilho, eu preciso tirar minha sobrancelha e me depilar! - Ela disse e eu assenti.

Eu me levantei colocando um casaco enorme e vestindo meu tênis, sai do quarto indo em direção ao quarto do Bazilho, eu bati umas duas vezes e quando ele abriu, ele só tava de cueca.

— E se é a camareira? O mordomo? - Perguntei entrando.

— Ih, o que tem? Todo mundo já viu uma rola na vida! - Ele disse e eu olhei feio. - O que foi gata? - Ele perguntou me abraçando.

— Passei aqui pra ir comprar uma roupa, é o último dia e eu vou ter que subir no palco! - Falei dando um selinho nele.

— Quer que eu vá contigo? - Ele perguntou e eu assenti.

Bazilho se afastou de mim vestindo a calça preta que vestia, o tênis preto, e um casacão.

— Quem olha até acha que é um bom moço, que tem a profissão de empresário! - Falei negando e ele riu mostrando o dedo do meio.

******

Pesquisei lojas de roupas que haviam ali, fomos caminhando mesmo, até por que aonde a gente tava era praticamente o centro da cidade. Entramos em uma loja fina, vi vestidos de todos os preços, mas o que eu me interessei mesmo era caríssimo. Convertendo o valor pro real, seria mil e duzentos.

— Que caro da porra, tem o que nesse caralho! - Sussurrei pro Bazilho.

A atendente olhava pra gente ainda sorrindo sem entender nada do que falávamos.

— Experimenta pô, dinheiro não é o problema mão de vaca! - Bazilho disse e eu peguei o vestido.

Pensa no vestido. Cheio de brilho, ele era prata, a costa toda aberta, um decote razoável, com uma manga de tule cheio de brilho.

Eu entrei no provador, retirei minha roupa, vesti o vestido, e me encarei naquele enorme espelho.

Não tem como não ser esse!

— Batou as botas ai dentro? - Ouvi a voz do Bazilho.

Eu sai do provador recebendo olhares de todos da loja.

— Uol, you are perfect! - A atendente disse sorrindo. ( Você está perfeita!)

— Thank you! - Falei sorrindo. ( Obrigada). - O que tu achou amor? - Perguntei a Bazilho que não tirava os olhos em mim.

Ele veio chegando perto e me deu aquela voltinha.

— É esse Dagmar, tu não tá tendo noção do quanto tu tá gostosa! - Ele disse e eu revirei os olhos. - Cara, tu sabe que tu tá linda. Mas ainda acho que esses vestido não chega aos pés do teu brilho natural boneca! - Ele disse beijando minha bochecha e eu ri.

Eu suspirei segurando a etiqueta e encarei a atendente e Bazilho.

— Tu faz um desconto aê moça? - Bazilho perguntou na maior naturalidade.

Ela ficou sem entender nada. Ele pegou o celular e começou a digitar tentando pronunciar pra ela, que logo disse que se pagassem a vista, teriamos desconto de 10%.

— Ainda vai ficar caro, eu vou ver um vestido mais barato! - Falei entrando no provador.

Dei a última olhada no vestido e retirei ele. Vesti novamente a minha roupa e ouvia a voz do Bazilho com a da atendente.

Bazilho falando inglês é piada.

Amarrei meu cabelo e peguei o vestido. Fui saindo do provador e fui caminhando até a atendente, dei o vestido e fui até Bazilho que tava sentado.

— Me ajuda a escolher! - Falei.

Logo senti me cutucarem, me virei e era a atendente com a sacola.

— Thank you very much for your purchase, check back often! - A atendente disse e eu segurei encarando Bazilho e ela. ( Muito obrigado por sua compra, volte sempre!)

— Valeu aê! - Bazilho disse fazendo jóia pra moça e foi entrelaçando nossas mãos.

— Ah Bazilho não to acreditando! - Falei negando.

— O que? - Ele disse me puxando pra fora da loja.

— É caro demais porra, olha o que tu me comprou! - Falei emburrada.

— Quero tu a mulher mais elegante dali, se tu tá feliz com esse vestido, eu to mais ainda pô. Para de querer dar piti, tu vai morrer e a grana vai ficar cara! - Ele disse.

Eu abracei ele.

— Obrigado... Obrigado mesmo! - Falei ainda abraçada.

— Sou capaz de tudo por tu minha nega! - Ele disse beijando minha testa. - Agora nois mete o pé pro hotel, tu da aquela arrumada em tu, fica mais gostosa do que já é, e bora! - Bazilho disse me abraçando forte.

Sorri vendo que ele era meu maior abrigo. Não pelo fato dele ter comprado o vestido, mas pelo fato dele estar do meu lado, de ter saído do Brasil e vindo, de ter acreditado em mim.

• aperta na estrelinha •

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