• capitulo 56 •

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Dagmar

1 semana depois...

Deu uma semana e eu ia todos os dias, nunca vi uma pessoa ter tantas paradas cardíacas e não partir...

O médico dizia ser sorte.

Bazilho tinha feito as cirurgias, ele tava todo fodido. Ele só mexia os olhos.

Eu ia sempre lá, mas ele não dava sinal nenhum. Ele tava fraco demais, o pulmão que havia sido atingido, tinha sido retirado. Ele respirava normalmente com a ajuda dos equipamentos. As vezes dava umas crises que ele não conseguia puxar o ar, isso me deixava desesperada, eu fazia o maior escândalo.

— Senhorita? - Ouvi a voz da enfermeira.

Me virei e ela me olhou de cima a abaixo.

— Ele vai viver pra sempre com algum problema na respiração? - Perguntei.

Ela demorou um pouco pra responder.

— Talvez sim ou não. Ele consegue vive normal só com um pulmão, mas ele vai ter que se cuidar. - A enfermeira disse. - Sem cigarro, sem nada que possa afetar o pulmão! - Ela disse.

Eu assenti e ela foi colocar mais remédio no braço dele. Eu me sentei perto dele.

— Namorada dele? - A enfermeira perguntou.

Eu neguei com a cabeça e Bazilho assentiu com uma certa dificuldade.

— Ué! - Enfermeira disse rindo.

Eu devia ter ficado vermelha.

A enfermeira falou algumas coisas com Bazilho e saiu. Eu cheguei perto dele e peguei na mão apertando.

— Tu precisa ficar bom logo... Faz aquela força de sempre! - Falei beijando a mão dele.

Ele me olhava sério. Eu olhei o relógio e já era hora de eu ir.

— Preciso ir, mas amanhã eu volto de novo. - Falei beijando a testa dele.

Eu me virei indo pegar minha bolsa e quando me virei os olhos dele estava na minha bunda.

— Nem assim tu para em! - Falei rindo.

Ele fez um leve esforço sorrindo e eu guiei pra fora. Eu precisava ir embora, eu tava com a costa ferrada, as pernas doendo e morta de sono. Fui trabalhar virada, nem dormi, fiquei bolando os vestidos que uma empresa lá do Espírito Santo tinha pedido. Quando eu tenho uma coisa na mente, ninguém tira, nem dormi eu consigo.

Pedi um moto táxi e fui pra favela. Pelo menos os motoboys geralmente entrava na favela sem problema algum.

Quando eu cheguei em casa eu tava com o cabelo pro alto. Fui direto pro banheiro, tomei aquele banho gato e quando sai do banho, meu pai tava no meu quarto sentado lá encarando minha bolsa.

— Oi papi! - Falei calçando meu chinelo.

— E o Bazilho? - Ele perguntou.

Ih mono.

— Daquele jeitão... Eu acho que vão mandar ele pra cá, pro posto de volta. O médico disse ontem que tudo o que eles tinham que fazer, eles fizeram! - Falei.

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