• capitulo 27 •

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Orelha

Levaram os quatro pra tortura. A gente guiou atrás, os manos tava assustado, tava com medo, e isso me deixava com mais prazer pra acabar.

— Eu juro que eu não participei... - Um deles falou.

Os moleque da biqueira largaram eles lá na salinha.

Todo mundo saiu, menos Marcola, Curió e Valdinho.

— Vou tá correndo atrás daquele bangue Marcola, depois eu colo ai! - Valdinho disse e veio até a mim. - Pode deixar que depois eu trago um bagulho pra ajudar aê! - Ele disse e eu assenti.

Ele saiu dali e eu encarei Renan.

Tudo começou com ele. Meu sangue fervia só de olhar pra cara de cada puto dali.

Por mim eu terminava de uma vez, mas o que queria mesmo era ver o sofrimento de cada um, enquanto pede ajuda ou pra parar.

— Tu mexeu com a mina errada. Nenhum mano tem direito dessas parada com qualquer nego ai, e cês foram na maldade, qual era do problema caralho? - Falei chutando a boca do Renan.

Ele gemeu alto e eu levantei ele com tudo, ele ficou me encarando. Já escorria sangue pela boca dele.

— Eu vou te foder igual tu fez com a minha filha caralho. Aliás, vai ser mais dolorido, tu vai pedir pra parar e eu vou te foder mais ainda arrombado. Cês vão ser mulherzinhas hoje! - Falei empurrando ele com tudo na parede.

Ele bateu as costas e caiu.

Marcola foi abrindo o enorme armário que tinha ali.

— O Renan fez tudo sozinho, eu não tive nada haver. - Um deles falou.

— Cala boca porra, te perguntei não! - Gritei.

Entrou um vapor do nada. Ele trouxe um barril de ferro, eu fiquei encarando ele.

— Valdinho mandou, o bic tá no armário! - O vapor disse.

Eu assenti e ele saiu.

— Esquenta o ferro! - Falei firme.

Curió levou o barril até Marcola, ele pegou o bic e acendeu num papel, ele jogou no barril e aquele fogo subiu rápido.

Eu andei pra perto e Marcola colocou o ferro dentro daquele barril que tinha madeira.

Eu guiei pra fora, tinha uns dois vapor.

— Boa. Pô, tu pode me da uma fortalecida aê? Eu precisava de uns noias, tu tem como correr atrás pra mim pô? - Falei e na hora ele concordou saindo.

Eu entrei novamente dentro da salinha, Curió e Marcola já estava batendo neles com alguns pedaços de pau. Eu entrei e fui direto no Renan, eu enchi ele de murros.

O meu ódio era de meter um tiro no cu e na cabeça de cada um.

Bateram na porta, quando a porta abriu tinha uns dez nego. Eles entraram e Valdinho veio atrás.

— Esse belo espetáculo eu não posso perder nem fodendo! - Valdinho disse com uma sacola na mão.

Aqueles caras tudo noiado. Negada em abstinência, negada que tinha acabado de cheirar, mais ligado que rádio de preso.

— Cadê meus docinhos? - Um dos noias perguntou mordendo a boca.

— Escolhe tua mulher pô! - Curió bateu nas costas de um empurrando ele.

Pô parecia black Friday de cu.

Todo mundo pulou em cima. Foi maior gritaria, os noiados pegou de jeito. Quando eu vi, tinha dois em cada cu.

— É pra arrombar mesmo! - Marcola disse negando com a cabeça.

— Isso nem deve doer, comparado aos próximos! - Curió disse rindo.

****

Bazilho

Na vida do crime só entra por duas opção...

Ou tu quer, ou tu precisa. No meu caso era necessidade. Ver tua coroa lá ralando no batente das três da manhã até as dez da noite é foda. Eu preferi entrar pro movimento desde menor, preferi correr atrás do alimento pra minha coroa e pro meus irmãos. E eu não me arrependo de nenhum homicídio, nenhum tiro e nenhuma droga que eu vendi.

Sempre fiz o papel que o filho da puta do meu pai não fez.

E da pra chamar de pai?

Prometi pra minha coroa que eu ia vira o homem que ela queria. O único bagulho que não daria era sair do movimento. Aquilo já tava na minha veia. Era a certeza que eu queria e sabia fazer.

Ela só aprendeu a viver comigo nessa vida. Mas no dia que eu fui pego, logo fui sentenciado por tráfico de drogas. Ela deixou claro que não ia bancar de cadeia não. Não era da “ laia ” dela. Aquilo acabou da hora comigo, a mulher que eu achava que ia dar aquela forçona. Logo ai que conheci a vagabunda da Tati, a mina era uma vagabunda mermo. Na pior tu vê quem é os que fortalece tu na humildade. Depois que sai da cadeia, taquei ela como fiel, o bagulho dela era status.

“Mulher do Bazilho

Quando por vacilo meu eu fui pego na pista depois de três homicídios. A mina sumiu, não deu nem as caras lá. Logo fiquei sabendo que a mina tava de enrosco com favela toda.

Enrolou o bigode legal comigo.

Prometi que quando saísse eu ia cobrar. Nem cobrei ainda, é muita informação pro meu pote. A mina nem tchum, só por que tá com o Tatão.

Cada um tem o que merece pô, os dois se merecem, duas bostas.

Eu vou cobrar dela, só esperar Marcola resolver os bagulho lá em Sampa e eu vou cobrar.

Comigo ninguém me faz de otário não.

• aperta na estrelinha •

Ainda nem começou a pior parte...

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora