Cecília
Só cheguei a avisar minha mãe que o Tsunami ia em casa, ela deu de ombros e foi pra cozinha começar a preparar a janta.
Eu tava com o cu na mão. Eu mandei mensagem pro meu pai avisando que eu e Tsunami queria falar com ele na hora do jantar, ele só visualizou...
Depois daqueles acontecidos meu pai não concordava no meu relacionamento com Tsunami, ele não dava palpite e nem nada mais.
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Sai do banho e fui pro meu quarto colocando uma roupa qualquer. Fui ver meu WhatsApp e tinha mensagem do Tsunami dizendo que já estava vindo.
Ai sim que comecei a passar mal, comecei a sentir um enjôo infernal, eu respirava fundo tentando que aquilo passasse, mas nada de passar.
Logo ouvi a porta bater, eu fui caminhando e vi minha mãe abrir a porta.
— Boa noite sogra! - Tsunami disse pegando a mão da minha mãe e beijando.
— Boa noite furacão! - Minha mãe disse fechando a porta.
Tsunami se sentou no sofá e eu me sentei do lado dele.
Minha mãe voltou pra cozinha e eu fiquei ali encarando Tsunami.
— To nervosa e com medo da reação! - Falei.
— Relaxa aê, tua coroa é tranquilona... Agora o Marcolão que é outros quinhentos, capaz de meter tiro em mim! - Tsunami disse rindo mas dava pra ver que ele tava nervosão também.
Eu comecei a mexer meu pé, era a única coisa que eu conseguia fazer quando estava nervosa.
Vi a porta abrir e ouvi risadas de fundo.
— Vou te contar em, bagulho é mais sério que nois imagina pô! - Meu pai dizia entrando com Curió.
Curió olhou pra nois e foi indo pra cozinha.
— Qual é do papo? - Meu pai perguntou me encarando.
Ele fazia aquela marra de não querer nem olhar pro Tsunami.
— A gente queria falar contigo e com a mãe... - Falei enquanto mexia o pé sem parar.
Meu pai encarou meu pé e logo encarou lentamente Tsunami.
— Bora comer antes, por que se não vou perder a fome se for qualquer b.o! - Meu pai disse indo pra cozinha.
Eu me levantei puxando Tsunami até a cozinha. Minha mãe e Curió fofocava, enquanto meu pai pegava o prato e colocava a comida.
— E ai Tsunami, veio bater aquele rangão na sogra? - Curió disse. - Trouxe os pote pra levar comida embora? - Curió perguntou rindo.
Tsunami negou, ele tava tenso demais.
— Então tá sendo pobre errado parceiro! - Curió disse colocando a comida em um prato.
Minha mãe fez a mesma coisa. Eu fiz o meu prato e Tsunami o dele. Ele pegou muita pouca coisa, o cu nem devia passar ar.
Jantamos ouvindo Curió contar sobre histórias dele.
Pior que era sempre as mesmas, mas sempre era engraçadas quando ele contava.
Terminamos de comer e fomos pra sala, meu pai sentou na poltrona e Tsunami ficou de pé encarando ele.
— Tá e ai? O que era o bagulho? - Meu pai perguntou.
— Ou, depois eu trago a vasilha Miriã! - Curió disse com uma vasilha com comida.
Minha mãe assentiu e ele saiu de casa.
— Não enrola não gente, eu preciso assistir minha novela! - Minha mãe disse.
Eu suspirei fundo e...
— Eu to grávida... - Falei de uma vez.
Meu pai ficou intacto, parecia que nem era surpresa pra ele. Enquanto minha mãe já tinha colocado a mão na boca e arregalados os olhos.
— Tu tá brincando né Cecília? - Minha mãe disse e eu neguei com a cabeça. - Meu Deus filha... - Ela só conseguiu dizer isso e veio me abraçando forte.
Eu fechei os olhos sentindo aquele abraço que só mãe tem mesmo.
— Foi sem querer... - Falei com a voz falhada.
Eu já sentia a vontade de chorar.
— Tudo bem, vai ficar tudo bem... - Minha mãe disse se afastando e segurando meu rosto. - Vamos estar com você independente de qualquer coisa! - Ela disse acariciando meu rosto.
Ela se afastou e foi abraçar Tsunami. Meu pai se levantou e me puxou com tudo.
— Eu amo tu! - Meu pai disse abraçado comigo.
Eu comecei a chorar.
Ele se afastou e ficou me encarando.
— Tu ama ele? - Meu pai perguntou e eu assenti. - Só quero teu bem Cecília, se tu vai tá bem com ele, beleza. - Ele disse.
Ele foi caminhando até Tsunami, ele estendeu a mão e deu pra ver que apertou bem forte a mão de Tsunami.
— Cuida bem da minha pequena e do meu neto, qualquer deslize, não vai ter segunda chance! - Meu pai disse e Tsunami assentiu.
Meu pai voltou na poltrona encarando o chão.
— E casar? Pensam em casar? - Meu pai perguntou.
— Sim Marcola, agora que ela tá grávida, queria tá pedindo ela em casório! - Tsunami disse.
— Eu deixo, mas é sem sexo em, qual foi pô! - Meu pai disse brincando. - Se for menino podia colocar de Marcola em, tá doido, ia ser estouro! - Meu pai dizia rindo.
— Deus o livre, eu quero ajudar a escolher! - Minha mãe disse.
— Tá doida? Vocês vacilaram quando colocaram Pinto no nome da Cecília, tu, a Ellen e o Orelha foram uns vacilão! - Meu pai dizia passando a mão no rosto.
— Foda se, eu gostei, quem pariu foi eu! - Minha mãe disse se jogando em cima do meu pai que logo puxou ela pra um beijinho rápido.
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• aperta na estrelinha •
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Libertinagem
Teen FictionEm uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.