• capitulo 59 •

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Dagmar

Eu tava com o fone nos ouvidos enquanto eu tomava açaí.

— Quem disse que a gente não ia dar certo que nois dois não combinava... Tá se mordendo de raiva! - Cantei.

Dei aquela última colherada no açaí e logo vi sentarem do meu lado. Eu olhei e era Cecília.

Eu continuei raspando o restinho do açaí, ela me cutucou e comecei a raspar mais forte até que acabou quebrando a colherzinha.

Eu tirei o fone e ela me olhava.

— Posso falar contigo? - Cecília perguntou.

— Já não tá falando? - Falei como se fosse óbvio.

Eu me levantei e ela se levantou também.

— Você acha certo a gente ficar assim? - Cecília perguntou.

— Acho! - Falei saindo indo pra casa.

Hoje era dia de folga, eu precisava desenhar alguns looks que ainda precisava ser entregues, e fazendo isso em casa, seria meio caminho andado.

Quando eu vi, já era onze da noite e tinha sido o último desenho. Eu fui direto pra cozinha.

Eu tava morta de fome.

Minha mãe falava na ligação, e logo percebi que era com Miriã.

Eu peguei um ovo e fui fritar.

Pão com ovo é vida.

— To dizendo Miriã, as vezes tem que quebrar a cara pra aprender! - Minha mãe dizia encostada na pia enquanto falava com Miriã no celular.

Eu neguei com a cabeça e continuei fazendo meu pão. Quando terminei e me sentei na mesa pra comer, minha mãe desligou a ligação e sentou comigo.

— Tsunami foi pedir desculpas pra Miriã! - Minha mãe disse. - Cecília disse que vai ir morar com ele! - Ela terminou de falar e negou com a cabeça.

— Burrice dela, dar as costas pros pais e ir correndo com o macho. - Falei de boca cheia.

— Foi o que eu disse, mas Miriã disse que ela tá cega demais. - Minha mãe disse.

Eu não disse nada, só fiquei refletindo.

A gente sempre falou que a gente poderia se afastar por qualquer coisa, menos por macho. Entre ela e o macho, eu preferia ela, ela foi a amiga, a irmã, a pessoa que sempre tava ali comigo, na pior e na melhor...

Ouvi o barulho da porta abrir e logo meu pai apareceu.

— Demorou em! - Minha mãe disse.

— Os bagulho do Bazilho tava complicado de sair. - Meu pai disse.

Eu olhei ele de canto e ele me olhou.

O homem é esperto...

Ele já ta aqui no postão? - Minha mãe perguntou.

— Tá, mas é só por essa semana, depois ele mete o pé pra goma dele! - Meu pai disse.

— E quem vai ficar cuidando dele? Bazilho não tem ninguém! - Minha mãe perguntou.

Eu engoli seco o pão.

— Tem uma mina ai que vai fortalecer ele agora! - Meu pai disse e minha mãe concordou.

Meu pai saiu da cozinha e eu terminei de comer meu pão.

— Boa noite mami! - Falei beijando a bochecha dela e indo pro banheiro.

Escovei os dentes e quando cheguei no meu quarto, meu pai veio atrás.

— Ai que susto! - Falei colocando a mão no peito.

— Tu tem algum b.o pra me contar? - Meu pai perguntou.

Conhece a Katia?

Tenho, olha eu terminei os desenhos que eu tinha que fazer, deu maior trampo pai! - Falei me sentando na cama.

Ele arqueou a sobrancelha e negou.

— Bazilho mandou o papo que queria bater um papo contigo! - Meu pai disse e eu engoli seco. - Que bagulho de segredinho é esse caralho? - Ele perguntou.

— Ih, eu em... Agora não posso ter amizade com homem não? Fiquei tempos indo lá no hospital, eu conversava com ele todo dia... - Falei.

Ele sussurrou um “ Rum” e saiu do quarto.

Ô macho burro viu, me mandasse mensagem, mas não prefere falar pelo meu pai!.

Amanhã depois do trabalho do um pulo lá rapidinho...

• aperta na estrelinha •

Eu acredito em você, continue a lutar! ❤️

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora