• capitulo 38 •

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Dagmar

Acordei com a merda da música alta que minha mãe tava ouvindo.

Sai do quarto vendo minha mãe passar pano na sala enquanto aquele música estourava meu tímpano.

— Oh Juliana o que tu quer de mim? - Minha mãe cantou.

Já deu essa música.

Fui pra cozinha, peguei um pão e voltei pro meu quarto guiando até meu celular.

Tinha vários áudios da Cecília. Tinha mensagem do Tsunami e...

Sasi?

Era número novo, até por que o antigo eu tinha bloqueado. Eu entrei na conversa dele e tava...

WhatsApp 📞

+ 55 21 xxxx-xxxx: Voltou pra ficar foi? Queria bater um papo contigo! - ( 10:17)

WhatsApp 📞

Bloqueado com sucesso.

Eu aprendi que mesmo a gente respondendo deixando claro que não quer, pra eles é uma brecha pra vir com intimidade achando que só por que respondeu, ainda não esqueceu...

Cecília não parava de me mandar mensagem, eu visualizei e encarei os dez áudios e as mensagens escritas falando que o João tava aqui no Rio já.

Pensa num nervoso, coitada.

Me troquei rapidinho e fui escovar os dentes. Sai na rua dando de cara com aquelas crianças jogando bola. Arrumei meu muco e fui guiando pra casa da Cecília.

Bati na porta já abrindo e Cecília tava com um saco de salgadinho.

— Calma inferno, se acha que teu pai não vai aceitar? Não é envolvido, não sendo envolvido teu pai aceita! - Miriã disse.

Cecília cuspiu o salgadinho e eu taquei a mão na boca rindo.

— Cheguei tia, vai ter frango hoje? - Perguntei abraçando Miriã.

—Vai, vou buscar a galinha lá do pagode! - Miriã disse.

— Nem deu pra participar, na próxima eu estarei marcando presença! - Falei e ela bateu na minha bunda saindo da sala.

Eu sentei do lado de Cecília que quase comia o saco.

— Eu to nervosa! - Cecília disse.

— E vai adiantar o que? Relaxa o cu, eu em, na hora de tomar multa no ap por que gritava igual uma gazela quando tava sentando tava tranquilo né?! - Falei e ela mostrou o dedo do meio.

— E aonde você foi ontem, se faz a maluca e nem me disse! - Cecília disse.

Eu suspirei sorrindo.

— O pau do Bazilho parece extrato de madeira de cama, poxa vida viu! - Falei me abanando.

A Cecília abriu a boca sem acreditar.

— Mentiraaaa, me conta tudo!!! - Cecília disse jogando o salgadinho e me encarando.

— Não foi nada demais não. - Falei rindo.

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora