Bazilho
Antes do desfile...
Em um dia eu fui atrás de todos os bagulhos. Fui atrás de um carro qualquer, comprei o que eu precisava e já tinha feito um buraco no meio do nada.
Fiquei no desfile fitando cada movimento daquele mané, ele olhava na maior cara de pau pra Dagmar, e quando via que eu tava perto, ele fazia de propósito.
Vai dar em cima da mulher dos outros no inferno filho da puta!
Vi Thamara de longe e acenei chamando.
— Diga! - Ela disse.
— Bagulho é o seguinte, eu não vim atoa pra cá. E tu vai me ajudar... - Falei. - Quero que acabando o bagulho aqui, tu leve Dagmar pra esse canto aqui! - Falei entregando um papel.
Thamara encarou o papel e olhou.
— Aonde você quer chegar com isso? - Ela perguntou.
— O negócio que eu quero chegar é que, tu vai ir pro hotel pegar as tuas malas e a dela, levar pra esse lugar e quando acabar tudo vai colocar ela dentro do jatinho. Não explica nada pra ela. - Falei. - Eu vou resolver uns negócios com aquele cara, de homem pra homem! - Falei levantando a camiseta um pouco, deixando visível a pistola.
Thamara arregalou o zoião.
— Cara, tu tá maluco mesmo! - Ela disse. - Se descobrem isso ai, você tá fodido! - Thamara disse negando.
— Faz o que eu mandei. Ninguém nunca vai saber dele. Vim com um foco, e eu vou terminar! - Falei.
— Tá, e a Débora? - Ela perguntou.
— E quem é essa? - Perguntei.
— A que fez esse rolo todo! - Thamara disse.
— O dela já tá encaminhado, chegando no jatinho, vocês vão tá ligada! - Falei. - Agora vai, eu já to vazando, e não abre o bico pra ela, eu quero tá saindo daqui umas uma da matina em. Se caso for uma e dez eu não tiver chego, tu da autorização pro piloto vazar, tá ouvindo? - Perguntei e ela assentiu assustada.
— Tá, mas por favor, volta rápido, pela Dagmar cara! - Thamara disse.
Eu assenti e cocei a cabeça.
— E a última coisa... Na metade do desfile, tu da uma desculpa pro arrombado, e manda ele ir pra fora, pra ele entrar num carro preto! - Falei.
— Do nada? Ele não vai querer ir não. É o último dia do desfile! - Ela disse e eu revirei os olhos. - O único jeito é eu falar que ela tá esperando ele lá, no carro! - Ela disse.
— Agora vai! - Falei e ela assentiu saindo.
*****
Eu entrei naquele carro e tava me dando uma angústia.
Fiquei cerca de dez minutos, e logo ele saiu, eu saquei a arma. Eu abri a porta e ele ficou alguns segundos parado e logo veio vindo.
Ele entrou no maior sorriso. Quando virou e viu que era eu, ele tomou um choque, ele quis sair e eu apontei a arma.
— Close! - Falei apontando. ( Fecha!)
Ele fechou na maior lentidão. Eu travei a porta e fui acelerando com tudo.
— O quer... Comigo? - Ele perguntou.
— Dagmar! - Falei.
— Seu? - Ele perguntou.
Eu destravei a arma e ele começou a gritar mais ainda. Eu comecei a dirigir mais rápido e em poucos minutos a gente tava em uma plantação.
— What? - Ele disse. ( O que?)
— What o caralho. - Falei saindo do carro e travando.
Dei a volta pelo carro e destravei abrindo a porta. Puxei ele com tudo e fui entrando dentro do milharal, eu tinha cavado um buraco.
— Tu veio por que tu cobiçou a mulher alheia. Ela te deu o papo e tu nem tchum, ai foi do teu mal caratismo. - Falei dando um murro na cara dele.
Ele veio pra revidar e acabei acertando um tiro na perna dele.
Pistola com silenciador, foi a oitava maravilha pra bandido.
Ele berrou de dor, ele caiu no chão e eu abaixei vendo ele gemer de dor.
— Eu sai do Brasil. Tu sabe o que eu deixei no Brasil? Uma cria, e tu me fez vir aqui pra te enfiar em um buraco. - Falei me levantando e chutando a cabeça dele. - Não vou te torturar por que tu vai ficar se torturando o resto de toda tua vida no inferno! - Falei dando um tiro no braço dele.
Ele começou a falar em inglês e eu não entendia nada.
Comecei a meter tiro na cabeça e só parei depois que acabou as balas. Eu puxei o corpo dele pro buraco e voltei pro carro pegando aquele galão cheio de ácido. Voltei lá e comecei a derramar todo o produto nele.
Encharquei ele e coloquei a terra por cima. Joguei os milharal por cima e fui saindo voltando pro carro, de longe avistei um carro vindo, acelerei pra um pouco mais longe e acabei colocando fogo no carro.
Não tem como ter provas...
*****
A
ndei pra caralho, quando cheguei na cidade já era quase meia noite e cinquenta. Comecei a ir rápido até o lugar que também não era muito perto.
Que maluquice...
Corri pra caralho, e quando cheguei e olhei no relógio eu me assustei.
Comecei a correr e de longe vi o jatinho ligado. Fui correndo até ele e logo abriram pra mi entrar, quando entrei senti aquele puxão.
— Agora pode ir! - Thamara disse pro piloto.
— Prometa nunca me deixar! - Dagmar disse segurando meu rosto.
— Eu te prometo! - Falei suspirando sentindo um alívio.
• aperta na estrelinha •
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Libertinagem
Teen FictionEm uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.