Miriã
Eu sai daquele pagode e me encostei na parede de uma casa.
— Respira ai, quer uma água? - Marcola disse.
Eu não gosto de surtar não, ainda mais com Marcola. A gente tem que ter confiança e pose, mas também não deve abaixar a cabeça pra qualquer merda que faz não.
— Você conhece ela Marco? - Perguntei suspirando.
Ele passou a mão no rosto e chegou mais perto fazendo carinho no meu rosto.
— Não Miriã, e nem faço questão de conhecer essa mina. Ela tá de pilantragem e vai ser cobrada pô, relaxa que a minha palavra que dei pra ti não é jogada fora não. Eu amo tu, sem caô! - Marcola disse.
Ele me abraçou e eu suspirei.
Era sempre a mesma coisa, sempre tinha mulher no pé.
— Vamos embora, to cansada! - Falei descendo a rua.
Logo ele veio atrás.
Não é bobo.
*****
Dagmar
Depois que falei do pau do Bazilho, o bonito ficou bravinho, ele pegou minha mão com tudo e enfiou dentro da cueca.
Meus olhos saltaram, mas eu fiz a de que nem tava impressionada.
— Esse tamainho? - Falei rindo.
Puta giromba.
— Esse tamainho faz estrago nesse teu cu! - Bazilho disse.
— Quem fala muito, faz pouco em amor! - Falei rindo.
Ele pegou no meu cabelo com tudo, me puxou pra perto dele e...
— Tu vai pedir pra parar, e eu não vou! - Bazilho disse.
Meu sonho de consumo!
Eu lambi de leve a boca dele e apertei fraco o pau dele que já tinha um volume.
Ele mordeu minha boca e eu só conseguia pensar em uma coisa...
CHUPA CECÍLIA, CONSEGUI CARALHA.
— Preciso voltar, meu pai vem atrás! - Falei me afastando e ele me puxou com tudo.
— Tá correndo agora gata? - Ele disse olhando pra minha boca.
Eu ri e dei um selinho.
— Deixa pra outro dia boneco! - Falei piscando.
Ele desceu a mão apertando minha bunda e deu um tapa que estralou.
— Bundão em, quando tu vazou eu ia dar idéia em tu! - Bazilho disse e eu me afastei.
— Mas não deu amor, qualquer dia a gente se tromba pela favela! - Falei saindo dali e descendo a rua.
Chega de pagode, não da não.
Desci pra casa. A primeira coisa que fiz foi tomar aquele banho rapidinho pra tirar aquele cheiro de bebida e tirar a maquiagem.
Sai pelada e fui pro meu quarto colocando qualquer roupa. Eu me deitei na cama e ainda dava pra ouvir o pagode.
Fui mais um na suas mãos, não sei por carência ou falta de opção, só sei que eu senti amor, que pena só eu senti amor.
— Cecília deve tá lá sofrendo coitada! - Falei baixo fechando os olhos.
Aquela imagem do Sasi com a mulher, eu gostei de verdade dele. Ele não em nenhum momento me negou, não teve vergonha, aceitou do jeito que eu era.
Só ladeira abaixo as minhas escolhas. Tatão, Sasi...
— Melhor nem se envolver com Bazilho! - Falei comigo mesmo.
Eu me virei e abri os olhos encarando o teto.
Quer saber, vou dar sim, eu em, não pode perder oportunidades não.
— Só uma transa, depois chega de homem envolvido porra! - Falei.
• aperta na estrelinha •
Você merece o melhor! 💋
VOCÊ ESTÁ LENDO
Libertinagem
Teen FictionEm uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.