• capitulo 79 •

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Maratona 1/3

Dagmar

1 semana depois...

Em uma semana eu vi como ter uma criança é difícil. Bazilho tava de papo com o advogado, já que pra adotar precisava do advogado pra dar a entrada.

Eu mesma tava saindo mais cedo do trabalho, e entrando mais cedo também, quanto mais cedo eu chegava, mais tempo eu tinha pra ir correr atrás das coisas.

Eu tava atrás de um barracão, tinha falado com a moça da imobiliária, eu tava quase fechando com ela, o que faltava mesmo é a Débora com algumas confirmações pra mim.

O barracão era do jeito que eu queria. Era enorme de grande, era na área do Rio que eu mais queria.

Em Madureira.

Não sei, mas eu era encanada em Madureira, depois de um samba que eu fui lá a anos atrás, eu nunca mais esqueci das pessoas, era uma animação, uma vibe muito boa...

— Tá me ouvindo? Viajando legal ai em!!! - Débora disse estralando os dedos.

Eu passei as mãos no rosto e encarei ela que estava com uns papéis.

— Oque? - Falei me levantando e escrevendo em um papel o número.

— Até o fim de semana tá tudo pronto! - Débora disse.

Eu assenti e entreguei o papel com o número pra ela.

Eu peguei minha bolsa e fui caminhando até a porta.

— Liga pra esse número, fala pra ela que eu preciso ela aqui! - Falei e abri a porta. - Ela chama Thamara! - Falei saindo.

Guiei pra fora e pedi um Uber, não demorou muito e ele chegou.

Eu precisava fechar logo com a imobiliária.

******

Entrei naquele barracão e sabia bem o que eu queria.

— Eu vou ficar com esse barracão! - Falei firme encarando Paola, a corretora. - É o que eu estou procurando. - Falei.

— O valor é aquele que combinamos... - Paola disse.

Seria aluguel.

— Tranquilo. - Falei.

Ela me deu o papel, eu assinei e ela me explicou algumas coisas e logo saiu indo embora.

Eu fiquei ali dentro e suspirei fundo fechando os olhos.

Eu preciso começar logo.

Aquele lugar seria um abrigo para as pessoas que não tem aonde viver pela orientação. Teria café, almoço e janta. Teria lugar para dormir e tomar banho.

Queria ajudar aos necessitados de alguma forma e isso sempre foi uma vontade minha.

Eu abri os olhos e liguei para Débora.

— Fala logo, eu to meio ocupada. - Débora disse do outro lado da linha.

— Fechei com o barracão de Madureira. Preciso só que você feche com aquele cara da empresa de imóveis. Tu consegue né? - Perguntei.

— Consigo. Depois a gente se falava! - Débora disse desligando.

Eu fui saindo e tranquei tudo indo até o ponto de ônibus.

Preciso tirar a merda de carta.

Demorou uns dez minutos e já me estressei, entrei no app do Uber e confirmei uma corrida. Não deu dois minutos e ele tava na minha frente. Eu entrei e guiamos pra barragem da Rocinha. Ele parou, eu paguei e desci do carro.

Fui guiando pela principal e já fui cortando até chegar em casa.

Minha mãe tava sentada na frente de casa com Thales.

— Tá gorda em, tá grávida é? - Minha mãe disse e eu ri.

— Queria viu, será que não tem como uma cirurgia de botar um útero e tudo mais? Ia ser babadeiro! - Falei e minha mãe gargalhou.

Eu peguei o Thales dela e ela se levantou.

— To indo na Miriã, a janta já tá pronta! - Minha mãe disse e foi subindo.

Eu entrei e fui direito pro meu quarto.

Deixei Thales mexendo nos meus ursinhos e fui me trocar rapidinho. Coloquei um vestido qualquer e calcei meu chinelo.

Peguei Thales e mandei mensagem pro Bazilho avisando que eu já rinha chego.

Não demorou muito e lá estava ele entrando com tudo em casa.

Esperto ele, quando meu pai tava em casa, ele batia na porta, pedia licença, na maior educação.

— Cadê o Lindão do pai? - Bazilho disse vindo direto pegar Thales.

Thales começou a gargalhar.

Fresco.

Bazilho desviou o olhar e me olhou por inteira.

Ele veio e me deu um selinho demorado.

— E ai boneca? Tranquilo? - Bazilho perguntou.

— To um pouco com a cabeça cheia, mas fazer o que! - Falei me jogando no sofá.

Bazilho sentou do meu lado e pegou na minha mão entrelaçando.

— Logo passa, tu resolvendo esses bagulhos, tudo se ajeita, o pior tu já correu atrás! - Bazilho disse e eu assenti. - Bora lá pra goma? Aproveita, hoje é sexta, e de sexta Marcolão mete o pé mais cedo pra goma dele. - Ele disse.

— Hoje tem pagode, óbvio que ele mete o pé mais cedo, ele é o primeiro a chegar no baile! - Falei. - Tu não vai querer ir no pagode? Milagre... - Falei.

— Quero passar um tempo com vocês pô, a semana toda é foda, não da pra dar aquela atenção merecida! - Bazilho disse e eu assenti.

— Eu só vou pegar minhas coisas e vamos! - Falei me levantando.

Ele segurou no meu braço e eu olhei pra ele.

— Vem sem calcinha! - Bazilho sussurrou olhando minhas pernas...

Eu ri negando e fui pegar uma roupa minha e uma pro Thales.

Quando eu digo que tudo mudou, realmente tudo mudou, a metade do meu guarda roupa agora era do Thales.

• aperta na estrelinha •

Você é capaz! ❤️

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