• capitulo 55 •

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Dagmar

Fui direto pro postão, Curió tava lá dando papo na moça da recepção.

— Teu pai é padeiro? - Curió perguntou com a maior cara de safado.

— Não, porque? - Ela disse rindo.

— Por que ele é um sonho. - Ele disse e ela gargalhou alto. - Ô caralho, to nervosão, tu que é um sonho! - Ele disse e eu tampei a boca pra não rir.

A moça saiu de perto dele ainda gargalhando e ele veio vindo na minha direção.

— Errou feio! - Falei suspirando.

— Só queria comer uns dogão de graça na goma dela. A coroa dela faz mo dogão bom em! - Curió disse e eu neguei com a cabeça.

— E Bazilho? - Perguntei.

— Foi levado pra pista... - Curió disse colocando as mãos no bolso e abaixando a cabeça. - Deu parada, ele sempre mandou o papo pro Marcola, que em último caso era pra mandar ele pro particular! - Ele disse.

— Ele tá vivo? - Perguntei ofegante.

— Tá com um pé aqui e com um pé no outro plano. Tem que tá na oração, energia, o que tu acreditar mano, o bagulho ali é serião! - Curió disse.

Eu me sentei na cadeira e ele sentou do meu lado.

— E Tsunami? - Perguntei.

— Esse ai tá Tranquilão, só tá com o psicológico mexido, Marcola bateu um papo com ele que até agora a bolota do olho do cara tá estaladão. - Curió disse negando.

Eu neguei também e me levantei. Fui caminhando pra fora e logo senti a presença do Curió do meu lado.

— Veio pra ver o Bazilhão? - Curió perguntou.

E pior que é Bazilhão mesmo em...

— É, meu pai me disse que tinha morrido... - Falei.

— Não sabia que tu tinha amizade com ele! - Curió disse e eu revirei os olhos.

Eu segui pra casa e quando cheguei minha mãe tava com Miriã e Cecília.

Eu dei oi pra Miriã e fui direto pro meu quarto, deixei minhas coisas e guiei pro banheiro tomar um banho geladinho.

Sai colocando meu pijama e fui pra cozinha direto, peguei meu prato e voltei pro meu quarto. Elas conversavam sobre Tsunami.

Eu que não queria saber...

Me sentei lá na cama e comecei a comer. Meu celular começou a vibrar, eu encarei o número e era um número de são Paulo.

Lá vem os cadeiros liga pra cá.

— Quem é caralho? - Perguntei com a boca cheia de comida.

Eu ouvi do outro lado da ligação uma risada.

— Você tá grossa em, você não era assim não! - Ouvi a voz e ri.

— Sua vagabunda, foi lembrar de mim agora é? - Falei na ligação.

— Lembro de você todo dia. Vim falar que to indo pro Rio, tenho projetos, fechei com uma empresa e to me mundando pra ai! - Thamara disse.

— Venha, me avisa quando chegar. - Falei.

A gente bateu mais um papo e ela desligou. Terminei de comer e fui lavar o prato. Quando eu tava voltando pro meu quarto.

— Vocês estão brigadas? - Miriã perguntou. - Nem se falaram! - Ela disse.

— Tem gente que não merece nosso tempo de papo não Miriã, tem gente que tem que aprender com o silêncio dos outros! - Falei.

Ela não disse nada. Eu guiei pro meu quarto e me joguei na cama.

*****

Elas tinham ido embora, meu pai chegou e tava falando pra minha mãe do estado de Bazilho.

— Não da pra ficar pulando da favela pra pista, os cambé pega uma hora cara. - Meu pai disse.

— E vão falar pra quem ir? - Minha mãe perguntou.

Eu fui caminhando pra perto.

— Quer que eu vá? Meu trabalho é perto dali! - Falei.

Meu pai mediu eu e arqueou a sobrancelha.

— Não, tu não! - Meu pai disse desviando o olhar. - Tu não daria pra ir Ellen? - Ele perguntou.

Ata que minha mãe ia sair daqui, malemá ia pra reunião de escola que era perto de casa, imagina ir pra pista.

— Deixa a Dag ir ué, ela tá ali perto, é negócio de meia hora ali de visita e depois ela mete o pé! - Minha mãe disse.

Meu pai me olhou como se não fosse uma boa idéia.

— Tá! - Ele disse seco.

Eu fui direto pro meu quarto, ajeitei minhas coisas pro outro dia de trabalho e ouvir alguém bater na porta, eu me virei e vi meu pai entrando.

— Eu tô de olho! - Ele disse.

Eu me fiz a de maluca.

Eu também to de olho no teu parceiro pai!

aperta na estrelinha •

Te desejo um dia incrível! ❤️

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora