Dagmar
Eu me joguei na cama de Cecília enquanto ela falava do baitola do Tsunami.
- Eu não sei se quero ele! - Cecília disse.
- Se você não sabe, imagine eu. Eu mesma só foi uma sentada no boneco lá, gostoso e tudo mais, mas esse negócio de lesco lesco, não dá! - Falei.
- Quando acha um que seja de bom coração, tu não quer, mais quando é tranqueira, adora se envolver né! - Cecília disse negando com a cabeça.
Eu dei de ombros e Cecília saiu do quarto logo que tia Miriã chamou ela.
Eu fiquei ali mexendo na minha unha até meu celular vibrar, eu olhei e era mensagens de uma colega lá perto da barragem.
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Li: E ai minha gata, como cê tá? Vi tu no baile, tu tava gata em bicha, qual é dessa de ficar linda de uma hora pra outra? - ( 14:28)
Li: Viu precisava falar contigo. Quando der cola aqui. - (14:29)
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Bloqueei a tela e suspirei encarando o teto.
- Tá com fome? - Cecília perguntou.
- To é enjoada. Será que é gravidez? - Perguntei fazendo bico.
- Sei lá, faz teste mona! - Cecília disse comendo um pão.
Cecília me tratava como se realmente eu tivesse um útero.
*****
Sai da casa de Cecília, a gente não ia ir pra praça não. Eu precisava capotar legal em casa. Eu fui voltando, entrando em becos e saindo.
Mas a vida quer ver a gente se fodendo legal.
- Vi a branca de neve! - Tatão disse.
Eu tentei passar e ele me empurrou pro beco.
Eu tentei empurrar ele e ele segurou meu braço pra cima.
Queria agora era tá com um cheiro ardido de sobaco pra ele cair duro.
- Enfia a maçã no meio do cu então! - Falei dando um chute no meio dar pernas dele.
Eu fui sair e ele puxou meu cabelo com tudo.
- Solta maricona! - Gritei metendo tapas nele.
Ele me agarrou e eu encarei ele feio.
- Quero tu na goma que a gente fazia aquele amor gostoso! - Ele disse.
- Quer mesmo? Vai lá bater na porta de casa, meu pai te desce o tiro otário. Se manca, eu vou lá falar com a sua mulher! - Falei e ele me apertou.
- Eu quero tu lá, não me desafia! - Tatão disse. - Ou tu prefere Sasi? - Ele disse debochado.
- Prefiro aquele pauzão, da até água na boca! - Falei com deboche.
Ele me soltou e eu sair daquele lugar. Guiei pra casa da Li, ela vende lingerie, conheço ela faz uns tempos, ela que veio me contar que o Tatão era casado e tudo mais...
Eu já fui entrando na casa dela, ela tava lá cheio de lingerie no chão mostrando pra umas meninas.
- A luz da favela chegou! - Falei dando aquela voltinha.
Tinha umas meninas que me mediram dos pés a cabeça.
Morre que passa.
- Fala consagrada! - Li disse jogando o beijo.
Ela veio até mim, e me puxou pro quarto. Eu sentei na cama e ela também.
- Conta qual é do babado? - Perguntei.
- Tá vindo um boy ai. Tava preso há dez anos, ele vai tá dando a forçona pra Marcola. - Li disse.
É isso?
- E era isso? Me contasse por mensagem ué! - Falei.
Só pé rapado vem pra cá.
- Ele tava junto com a mulher do Tatão, quando ele foi preso, ela abandonou ele lá e ele disse que quando voltasse, ela ia errar o pé. Ainda mais que ela se envolveu com muita gente e nem terminou e nem nada com ele, depois de dez anos vão se ver, e ela que nem sabe! - Li disse.
Vocês já pegaram o chá de vocês???
- É bonito? - Perguntei.
- E tu não lembra? Ele veio de São Paulo, comandava uma favela lá, era poderosão, ele era mo pedaço de mal caminho! - Ela disse.
- Ih mô nem lembro. - Falei rindo.
Será que vai dar merda?
• aperta na estrelinha •
Gente, desculpa a demora de postar, prometo amanhã postar bastante capítulo. Eu to em um lugar com pouca área. Espero que entendam. Beijos e se cuidem!!! ❤️
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Libertinagem
Teen FictionEm uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.