• capitulo 34 •

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Dagmar

O taxista deixou a gente lá com muita mala.

Ai eu não posso subir, imagina se começa um tiroteio, eu tenho família ”

— Alguém me ajuda! - Berrei.

Veio dois vapor. Eles pegaram as malas e eu medi os dois.

— Vapor novo? O que tá acontecendo com Marcola em, ele não gostava de colocar gente nova nesses negócios não! - Falei negando.

O menino mediu eu toda.

— Solteira? - Ele perguntou.

— To viu, o perrengue desgraçado! - Falei.

Fomos subindo aquele ladeirona que só a favela tinha. Quando estavamos chegando, avistamos de longe aquele churrascão que tava rolando.

— A gente se matando com esse peso e eles comendo carninha! - Falei negando.

— Seu Marcola!!! - Cecília gritou.

Ele começou a procurar e logo olhou em nossa direção.

Eu larguei a mala e fui pra perto do vapor.

— Pode ir, obrigado more! - Falei mandando um beijo e ele mordeu a boca saindo junto com o outro.

Quando me virei Marcola tava abraçado com Cecília.

— Eu quero pão de alho! - Falei caminhando até o churrasco.

Meu pai me mediu toda.

— Vai lavar tuas mãos antes, mão suja pô! - Meu pai disse.

Eu mostrei a língua e ele me agarrou abraçando.

— Por que não disse que ia vir porra? Eu ia te buscar! - Ele disse.

— Pai, você malemá pode ficar na barragem, imagina mudar de estado! - Falei e ele deu um tapa na minha cabeça.

Ele foi lá pegando as malas e eu pulei em cima do Curió.

— Fiquei com saudade de dançar com vocês nos bailes! - Falei.

— Agora a gente cola em todas que tiver pô. Ainda mais em perreco, tá pra estourar um perreco quente daqueles. - Curió disse rindo.

— De quem? - Perguntei.

— Sua mãe, Miriã com umas meninas ai. - Curió disse negando a cabeça. - Eu que não vou perder, até adiantei meu lado na boca pra ver a pancadaria! - Ele disse e eu neguei beijando a bochecha dele.

Eu procurei Cecília e ela tava lá falando com meu pai que tava cheio de malas junto com Marcola.

Ela viu que eu tava olhando e veio vindo. Peguei na mão dela e fomos subindo até em casa primeiro.

— Curió disse que vai ter perreco! - Falei batendo palmas. - Dona Ellen e Dona Miriã! - Terminei falando.

— Por que? - Cecília perguntou e eu dei de ombros.

Fomos guiando rápido pra casa e quando cheguei já fui abrindo dando de cara com Miriã e minha mãe com café na cara.

— Que papo é esse de barraco em? - Perguntei.

As duas se assustaram.

— Vai bater em quem dessa vez? - Cecília perguntou.

Minha mãe pulou em cima de mim.

— Não me avisou que vinha. Você tá bem? - Minha mãe perguntou.

— Surpresa mulher. - Falei apertando ela. - To bem, mas quero saber dessa história! - Falei me sentando.

Miriã sentou no colo de Miriã e minha mãe encarou Miriã.

— Foi o corno do Curió não foi? - Miriã perguntou e eu assenti.

— Faz uns três pagode já que fica trombando, jogando piada e dando em cima do marido dos outros! - Minha mãe disse.

— Eu já bati em uma, por que quando tá sozinha nem olha na cara, mais quando tá o galinheiro todo formado se acha na oportunidade de pagar de bandida! - Miriã disse.

O gentinha barraqueira em.

— E quando vai ser? - Cecília perguntou.

— Sexta no pagode ué, eu deixei avisado já, fica de indireta, mas quando a gente abaixa lá na porta da casa da mona ela nem atende! - Miriã disse negando.

Preparar meu look pra esse evento maravilhoso.

*****

Tava de noite, fomos pra pracinha que íamos sempre pra ver os meninos jogar, e eles continuavam jogando ainda. Ainda tinha aquelas meninadas berrando pros casados.

— O vergonha que eu ainda não passo! - Falei.

Chegamos na metade do jogo, e depois de muito bate papo, quando vimos tinha acabado. Encarei Tsunami e grudei na grade.

— Ô filho de cruz credo! - Berrei e Tsunami me encarou rindo negando.

Ele veio vindo na nossa direção e eu me sentei.

— Achei que tinha se esquecido dos pobre! - Tsunami disse.

— Como vou esquecer se eu sou pobre também?! - Falei.

Ele deu aquela olhadona na Cecília e ela estendeu a mão. Ele pegou e ficaram os dois se encaram.

— E ai? Como vai a vida? Casou? Teve filhos já? - Perguntei.

— Na correria de sempre né! - Ele respondeu. - To casado! - Ele disse e Cecília virou o rosto.

— Cecília tá quase casando também! - Falei.

Ele sorriu sem mostrar os dentes e logo ficou aquele silêncio.

— E a mulher de Tatão? O que deu em? Bazilho deu um jeito nela? - Perguntei.

— Bazilho ele é misterioso, o bagulho com ele é surpresa, faz mo cota que ele saiu da cadeia e nunca nem relou na mina, nos bailes ele passa do lado e finge que nem conhece. Mas papo entre a gente? O mano quando menos esperar ele vai cobrar! - Ele disse e foi se afastando.

Ele foi pra perto dos meninos e Cecília me olhou.

— Tu decidi em. Não adianta ficar com o boy que tu nem gosta. Mas também não estrague o relacionamento dos outros não em! - Falei.

— Não Dag, eu vou continuar com o João. Tsunami fez a vida dele já. O que resta é só torcer por ele! - Ela disse se levantando.

Ela foi guiando até a sorveteria enquanto recebia o olhar do Tsunami.

Ah esses dois viu!

• aperta na estrelinha •

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