Libertinagem

• capitulo 103 •

Dagmar

1 mês depois...

— Não tem como tu levar Thales pro teu trampo não? - Bazilho perguntou ajeitando aquele boné.

Odeio ele de boné, quer ter estilo de bandido? Tenha, mas ser um bandido sem boné.

— E por acaso tem como levar ele pro teu? - Perguntei como se fosse óbvio.

— Tua coroa sempre tá de portas abertas! - Bazilho disse.

— Minha mãe disse que vai tá ocupada hoje. - Falei bufando.

— Eu também! - Bazilho disse e eu joguei minha bolsa nele.

Ele saiu rapidinho de casa.

— Oia que da tempo de eu não casar em! - Falei pra mim mesma.

Terminei de calçar meu tênis e vazei pra fora de casa. Fui descendo sentindo aquele sol ardido.

— Queria morar mesmo lá aonde faz neve, imagina a gente lá! - Falei pra Thales.

Ele ainda tava sonolento. Deitou a cabeça no meu ombro e capotou, eu aproveitei e chamei um Uber.

Cheguei no pé da favela e já via aquelas crianças indo pra escola tudo de uniforme.

Ahhhh meus tempos de escola, fui piranha, mas estudei em.

Logo o Uber chegou, eu entrei e fomos em direção aquele lugar de todo santo dia.

Hoje era sexta feira, eu tava já no bico do corvo de tão cansada.

— Calor em dona! - O Uber disse com sotaque nordestino.

— Tu é da onde? - Perguntei.

— Maceió. Lá é quente, mas por esses dias aqui tá bem mais! - Ele disse.

— Essa temperatura é o normal, tu ainda não viu o dia que fica quente mesmo! - Falei rindo.

Só quem é carioca sabe...

Ele ficou lá falando da vida dele, enquanto eu só encarava Thales dormir. Quando chegamos, paguei ele e fui saindo do carro.

Thales acordou e logo coloquei ele no chão.

Peguei na mão dele e fomos entrando.

Thamara me esperava na porta.

— Bom dia! - Falei.

— Que coisa mais linda! - Thamara disse pegando Thales no colo. - Amiga, a Débora tá ai... - Thamara disse.

Eu revirei os olhos.

Pô, tem gente que não aprende mesmo em!

— Tu fica com ele rapidinho? - Perguntei e Thamara assentiu.

Eu fui guiando em direção a minha sala, quando entrei Débora estava sentada com vários papéis em mãos.

Bati forte a porta e ela me olhou arqueando uma sobrancelha.