• capitulo 36 •

3.2K 325 46
                                    

Cecília

Sai do banheiro e trombei com Tsunami. Ele me encarou dos pés a cabeça.

— Tu mudou! - Ele disse de cara fechada.

— Todo mundo né! - Falei.

Ele concordou.

— Vai casar? - Ele perguntou.

Cara por que eu ainda sinto alguma coisa por ele ainda? Eu nem dei pra ele.

Que inferno.

— Eu e meu namorado tá planejando... E você e sua mulher? Pensam em filhos? - Perguntei engolindo seco.

Já viu alguém que você era apaixonada tá com a vida feita, mas feita com outra pessoa? Eu fico feliz por ele, mas fico triste por não ser eu...

Ele coçou a cabeça e fez uma cara que eu já logo entendi.

— Não sei, minha mulher toma remédio, ela é doidona por um moleque, não to afim pô, to ligado do jeito que esse mundão tá cara, nega que se envolve comigo já tá nos corre, é só ladeira abaixo. Os da pista fica de olho, tu tá ligada né? - Tsunami disse.

E era verdade.

Logo ele foi puxando, ele olhou pra trás e era a mulher dele.

Ela me olhou e sorriu.

— Tudo beleza? - Ela disse.

— Tudo sim! - Falei sorrindo pra ela e saindo dali.

Eu guiei pra perto da minha mãe e abracei ela. Ela me abraçou de volta e eu fiquei ali ouvindo os pagodes.

Eu to fazendo errado alguma coisa?

Essa pergunta tava martelando a minha cabeça de um jeito.

Minha mãe me soltou e foi indo sentar com meu pai. Eu encarei aquele lugar procurando Dagmar.

Cadê essa vagabunda?

Fui pra perto de Curió e ele logo já me olhou desconfiado.

— Tá aprontando em! - Ele disse e eu neguei.

— Viu a Dag? - Perguntei e ele negou. - E Diana? - Perguntei.

— Não deu certo né, ela voltou pra sampa com a coroa dela! - Curió disse.

Curió não era de ninguém, Curió gostava de curtir...

— E agora quem é teu partidão? - Perguntei.

— Surpresa! - Ele disse piscando.

Certeza que era da pista.

*****

O pagode tava rolando solto ainda, eu tinha bebido mais uns quatro copos e ainda nem tava bêbada. Dagmar voltou se fazendo de maluca, bebeu horrores e logo foi embora com a desculpa que tava cansada.

Desde quando ela cansa? Essa menina é a última a sair dos lugares, e só sai por que os povo tira ela lá a força.

Eu tava cansadona. Fui pra barraca pegar uma água e quando voltei pra onde eu tava, a minha mãe já tava na frente de uma mulher.

Meu pai fitava de longe enquanto bebia a cerveja dele.

— Joga na roda aqui os negócios que tu anda falando com meu nome! - Minha mãe disse de braços cruzados.

Ellen foi lá perto. A música continuou na mesma altura, eu cheguei perto e Curió logo veio pro meu lado.

— Tu deve ser surda demais pra não ouvir né corna?! - A mulher disse.

Eu medi ela e logo vi o pé todo sujo de barro.

Osh

Pelo visto quem tá surda e cega é tu vagabunda, fica de olho em marido meu pra tu ver. Eu vou estourar essa tua cara já que tu não tem a mesma disposição que tu jogava as piadas! - Minha mãe disse empurrando a mulher com tudo.

A mulher caiu na mesa que tinha gente bebendo. As amigas dela foi em cima da minha mãe, Ellen logo entrou no meio.

Eu dei meu celular e fui pra cima puxando o cabelo de uma com tudo. Ela caiu pra trás, eu comecei a chutar a costela da mulher, ela me puxou com tudo pro chão.

Senti o murro na minha cara e puxei com tudo o tomara que caia dela.

Ela começou a tentar esconder e eu comecei a tentar socar a cara dela. Senti alguém me puxar e era Tsunami.

Ela soltou de mim e eu chutei a cara dela. Eu me levantei fazendo um coque no cabelo e meu pai já tava lá tentando puxar minha mãe.

Ninguém conseguia com ela e com a Ellen, era coisa de outro mundo.

Eu via sangue pelo chão e eu não sabia de quem era, se era da minha mãe ou da mulher que ela batia.

Meu pai puxou minha mãe com tudo, a mulher tava no chão com a cara cheia de sangue.

— Vem jogar piada e trombar comigo, na próxima tu sai num caixão sua tiriça, vem na minha não, o que eu mando eu cobro, tu se manca! - Minha mãe gritou tentando se soltar do meu pai enquanto apontava o dedo.

Curió segurava a outra, enquanto as amigas dela tava tudo em um cantinho quietinha.

— Vou continuar amore, não tenho culpa se você não aguenta a verdade na sua cara, seu marido ai... - A mulher começou a falar com deboche.

Meu pai simplesmente soltou a minha mãe. Minha mãe pulou em cima dela, Curió caiu no chão junto e ficou encarando aquilo sem entender.

— Meu nome não caralho, nem fiz bagulho nenhum! - Meu pai disse negando com a cabeça.

Minha mãe terminou de arrastar a cara dela. As amigas dela tudo vazaram embora, meu pai puxou minha mãe de volta enquanto minha mãe xingava ela de todos os nomes existentes.

— Cuidado em, tu se cuida pra não acordar morta, ou com a boca cheia de formiga lazarenta! - Minha mãe disse.

Meu pai puxou ela pra fora e Curió ria.

Os povo tudo voltou a sambar. A mulher saiu dali rapidinho. Tsunami veio pra perto e eu tentei me afastar vendo que a mulher dele nos encarava.

— Tua mulher tá ali olhando! - Falei ofegante.

— Vai amanhã ver eu joga, vou tá esperando! - Tsunami disse e eu neguei.

— Meu namorado vai vir! - Falei e ele abaixou a cabeça e saiu dali.

• aperta na estrelinha •

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora