Dagmar
Alguns meses depois...
Eu tinha passado com o doutor, ele foi super simpático, me explicou da melhor forma como seria, os prós e contras em uma cirurgia dessa. Ele deu a palavra que sairia do jeito que eu quisesse.
Ele deu um papel dos exames que eu precisaria. Eu precisaria primeiramente passar em um psiquiatra, o psiquiatra deveria me dar a confirmação e ai sim seria um passo a mais.
De primeira eu marquei o psiquiatra. Fiz os exames que tinha que fazer e quando não tinha o que fazer, eu ficava vendo os vídeos das cirurgias, vídeos das monas falando como tinha ficado a xaninha.
Depois da cirurgia, a piriquita vai voar pra todo mundo ver.
Na faculdade tava aquelas coisas de teóricas, tudo escrito, só tinha tido uma aula sobre tecido.
Acho que prostituição e tráfico é mais fácil né mores.
Agora entendo o sonso do meu pai.
Cecília cada dia mais fissurada pelo boy da sala dela. Isso andava me estressando.
João Berto daqui, João Berto dali.
Vá pra puta que pariu, eu em, vai e chama o boy pra beber uma aguinha na cama dela gente.
Gente lerda é outro nível.
*****
Fiquei esperando Cecília e ela veio com aquela cara dela de sempre.
De apaixonada.
— Qual foi do babado hoje? - Perguntei.
— João Berto... Ele me deu um oi caralho! - Cecília disse pulando.
Alguém me fala que tem alguma amiga assim? Que vergonha.
— Nossa, achei que tinha chupado ele já. Se fosse eu, já taria grávido! - Falei negando.
Ela entrelassou nossos braços e ficou saltitante falando do bofe lá. Eu fingia que entendia algo e só concordava.
— Ô caralha, chega já desse macho hétero ai, faz o favor que a gente precisa resolver sobre a festa que vai ter na república lá! - Falei.
Teve alguns alunos que entregaram folhetos sobre uma festa que ia ter hoje. Falam que vem até aluno que já se formou, de tão bom que é.
Ih, nem conhece Rocinha pra saber do batidão que é.
— Vamos? João... - Cecília ia falar e eu belisquei ela.
— Ai se fode Cecília, eu em, esqueceu do Tsunami rapidinho em?! - Falei revirando os olhos.
— Nem lembrava mais... - Ela disse gargalhando. - Eu queria ir com uma roupa nova! - Cecília disse mordendo a boca.
— Amiga aprenda uma coisa, não queira surpreender com roupa não, é logo com a sentada e com a mamada! - Falei piscando pra ela.
A gente pegamos o busão.
Pensa num ônibus ruim do cão, demorava tanto, que dava pra gente ir de apé e voltar que ele nem teria passado. Mas o sol era tanto que eu que não ia derreter minha base da tracta.
Quer um efeito de cimento na cara? Tracta é perfeito amadas.
Chegamos em casa e Cecília foi tirando a roupa e indo tomar banho. Eu abri as mensagens e vi algumas mensagens até chegar na...
WhatsApp 📞
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Sasi: E ae boneca, tudo na tranquilidade ae? - (10:59)
Sasi: Queria tá mandando um papo contigo, tu levou os bagulho pra outro lado, queria eu tu entendesse que na real eu curtia tu. Foi vacilo meu ter ido na maldade contigo, nem mandei o papo que tinha uma mina comigo, e eu to ligado pô. Mas eu tava afim de tu, não queria que tu soubesse se não tu não ia querer cara. Acima de tudo, gostei de tu pelo que tu é... - (11:04)
Sasi: Queria pelo menos falar contigo, olho a olho. Sem maldade alguma Dag!!! Boa ae pra tu, beijão. Tu na minha mente ainda. - (11:06)
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WhatsApp off 📞Deixei no vácuo.
Tenho cara de maluca agora?
Joguei meu celular no sofá e fui fazer um miojo.
Eu curtia ele de verdade e ele vacilou, eu vou dar a volta pro cima e mostrar o que muita gente desacreditou de mim.
• aperta na estrelinha •
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Libertinagem
Teen FictionEm uma sociedade totalmente preconceituosa, existe Dagmar, uma trans que corre atrás pelos seus direitos. Mas morando na favela, o que não tem é respeito, mesmo ela sendo filha de um dos traficantes mais temido do Rio de Janeiro.