• capitulo 4 •

4.3K 451 42
                                    

Cecília

Eu acordei zonza. Minha cabeça latejava, eu tentei abrir meus olhos e não conseguia.

Eu ouvia algumas vozes e quando realmente consegui abrir os olhos, eu vi Paola cheirando aquela carreira de cocaína. Eu me levantei cambaleando. Eu encarei aqueles meninos da boca e esfreguei meus olhos.

- Amiga, cheira ai! - Ouvi a voz de Paola.

Eu neguei com a cabeça e peguei meu celular olhando a hora.

TRÊS HORAS DA TARDE. Geralmente eu saia da escola meio dia e vinte.

Eu peguei minha bolsa e fui saindo daquele lugar ouvindo me chamarem. Eu fui caminhando, caminhando até eu trombar com alguém, eu tava mole demais, eu cai no chão e logo me puxaram pra ficar de pé.

- Qual é teu problema caralha? Todo mundo atrás de você sua puta. - A voz da Dag rodeava minha cabeça.

Eu abracei ela enquanto ela me xingava e eu fiquei ali abraçada com ela.

Ela foi me puxando andando, eu tava com a dor de cabeça horrível.

Eu coçava meu nariz toda hora.

- Tu cheirou né quenga? Vagabunda, tu é uma imbecil mesmo em, nem em cigarro tu tem que chegar perto. - Dag disse.

Eu não via a hora de chegar em casa, e quando cheguei, eu ouvi as vozes da minha mãe. Dagmar me jogou no chuveiro de roupa e tudo. Eu me sentei no chão e logo Dagmar entrou de baixo da água comigo.

- Que água gelada do cão, quase me da um choque térmico! - Dag disse.

Eu esfreguei meu rosto com a água. Minha mãe foi entrando no banheiro e abaixando até a gente.

- O que tu tem em Cecília? Chegou tarde da escola e tá ligadona desse jeito! - Minha mãe disse.

Eu Fechei os olhos e senti meu nariz arder.

*****

Dagmar

Cecília deitou na cama dela e eu vesti uma roupa dela. Eu me sentei no sofá e tia Miriã andava de um lado pro outro.

- Para de andar pra lá e pra cá pelo amor de Deus, já já ataca a minha labirintite! - Falei me abanando.

- O que a Cecília tem? Ela tava com quem? - Miriã perguntou.

- Eu vou ser sincera contigo. Sinto muito se a gatona vai ficar brava. Ela usou cocaína. Tava com a lazarenta da Paola! - Falei negando.

- Cocaína? - Ela disse pasma.

Paolinha que se prepara bebê.

- Pois é tia. Olha, eu vou indo, depois eu dois um pulo aqui ver como ela tá! - Falei e ela assentiu.

Eu sai da casa dela e fui caminhando pra casa. E pela minha "sorte" eu tinha que passar pela boca de fumo aonde ficava Tatão. Eu passei normalmente, dei graças a Deus quando ninguém mexeu comigo.

Mas aquele agradecimento foi por poucos segundos.

Quando olhei do meu lado esquerdo tava o tosco. Medi ele de cima em baixo e continuei caminhando com a cabeça levantada.

- Tu tá um filé em! - Tatão disse me puxando com tudo pro beco.

- Ih Maricona se manca! - Falei saindo daquele beco.

Fui caminhando mais rápido e ele continuou andando do meu lado.

- Passa a noite comigo pô, eu to de separação com a minha mulher! - Tatão disse.

Eu parei e ele parou na minha frente me encarando.

- Nossa sério? - Falei animada sorrindo. - Foda se caralho, eu não perguntei nada pra você o bicho! - Falei fechando a cara e guiando pra casa.

*****

Eu me arrumei e guiei pra casa da Cecília. Ela tava lá sentada no sofá tomando sopa.

- Oi amore mio. - Falei sentando no sofá e beijando a bochecha dela. - Como tá a quenga? - Perguntei.

- Eu to bem melhor. Eu conversei com minha mãe. - Cecília disse passando a mão no rosto.

- Isso é pra tu aprender a não mexer com essas paradas o vagabunda, tá maluca Cecília? Deixa de amizade com essa pilantra ai, se eu ver aqui, eu meto o coco dessa mapoa na parede! - Falei negando com a cabeça.

- É... Mas e ai? Qual é do babado nega? - Cecília perguntou.

- Vamo pra praça, o Tsunami quer bater um papo contigo. Faz esse esforço por mim, ele fechou comigo que se eu te levasse, ele ajeitava o boy que eu quisesse.

E eu quero uma rolona.

- Que horas? - Cecília perguntou.

- O de sempre, ele joga bola. - Falei.

Ela assentiu e foi levar o prato pra cozinha.

Ela guiou pro quarto e logo veio mais arrumada e toda perfumada.

- E olha que nem conhece, imagina se conhecesse! - Falei rindo.

A gente saiu e guiou pro campinho. Ele tava lá no mesmo banco que eu e Cecília tinha sentado. Eu cheguei empurrando Cecília em cima dele e ele segurou ela no impulso.

Eu me sentei do lado e ele me encarou.

- Eu trouxe a bonitona, agora me ajeita aquele morenão que trabalha na tua biqueira, aquele que tem um bocão! - Falei mordendo a boca.

- O saci? - Ele perguntou rindo. - Deixa comigo mona, te dei minha palavra! - Tsunami disse.

- Eu vou comprar um açaí e já volto. - Falei me levantando. - Cuidado com a boneca ai, e tu Cecília, garganta profunda em! - Falei rindo.

• aperta na estrelinha •







LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora