• capitulo 26 •

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Marcola

Peguei o radinho e liguei pro Valdinho 157. Fazia tempo que eu não trocava uma ideia com ele. A última vez foi quando o Papagaio partiu.

Moleque faz falta.

Ligação •

— E caralho, lembrou dos das antigas? - Ouvi a voz do Valdinho.

Toda vez a mesma ladainha, tu via ele num dia e no outro pra ele tu já tinha desaparecido por um ano.

— Qual foi cara, tu tá ligado que nunca morre a parceria! - Falei e ele riu do outro lado da linha.

— Qual é o b.o em Marcolita? Só liga pra mim quando aparece um b.o no Rio! - Valdinho disse.

— O b.o dessa vez é aqui em Sampa mermão. Eu ia precisar da tua força , foram na maldade com a cria do Orelha tá ligado meu primo? Trombamo com os safados, to querendo um canto de tortura pô! - Falei.

Ele ficou em silêncio.

— Qual foi irmão, tu sabe aonde é minha favela, tu sabe que aqui tá aberto pra tu, só cola aqui que os bagulho vai tá preparado pra tu ! - Valdinho disse.

Jaé! - Falei.

• Ligação •

Desliguei o radinho e fui em direção dos caras. Curió e Orelha tinham amarrado eles, eu peguei Renan com tudo e joguei no banco de trás do carro, Orelha já veio atrás com ele e ficou apontando a arma na cabeça dele.

Cueca já tava freiada fazia tempo!

Voltei e Curió tava colocando os dois outros no porta mala, ficaram um em cima do outro. Fui pra pegar o último e ficou lá se debatendo, logo já meti a glock com força na cabeça.

Moleque caiu desmaiado.

O cara de mais cagão, coloquei ele deitado no banco de trás do carro de uns dos caras.

Curió entrou no carro e eu guiei pro outro. Dei partida guiando pra favela.

LONGE PRA CARALHO.

— Eu juro eu não fiz nada! - Renan disse.

— Pô cala boca, tu tá me enchendo já caralho! - Bufei acelerando mais.

Odeio nego que fica na orelha.

Quando eu vi de longe a favela do Valdinho, eu até me senti aliviado.

Achei que não chegava mais essa porra.

Acelerei entrando vendo umas negada na laje cheio e fuzil.

Patrulhamento aqui precisa ser mudado, ai os gambé desce pra favela e os primeiro que toma bala é esse ai dormindo.

Subi aquela favela no pique. Cheguei na boca que Valdinho sempre tava, sai do carro e atrai olhares de todo mundo.

As tiriças tudo assanhada. Eu caminhei pra dentro sentindo alguém colocar a mão no meu peito. Um cara parou na minha frente. Medi ele e ele cruzou os braços.

— Qual foi parça, aonde tu tá querendo ir caralho? Tá maluco? - O vapor disse.

Eu medi ele e neguei passando, ele correu e para ou na minha frente de novo.

— Cocaína acabou porra, vaza! - Ele gritou alto vindo pra cima.

pa puta que te pariu porra, grita não.

Meti um murro no nariz dele e ele pegou a pistolinha dele que devia ser de matar passarinho.

Eu peguei a minha e encostei na cabeça dele.

Ele ficou me encarando e eu ri pelo nariz.

— Mete a bala arrombado! - Falei baixinho.

A porta foi aberta e o mano olhou pro lado.

— Qual foi disso? - Ouvi a voz do Valdinho.

Eu olhei pra ele e neguei.

— Teu vapor mermo? Queria atirar em mim! - Eu ri negando.

Valdinho deu um tapa na cabeça do vapor.

— É, atira no cara que comanda a Rocinha mermo! - Valdinho disse.

O menor ficou pálido. Só faltou beijar meu pé.

Ele vazou dali, eu cumprimentei Valdinho e ele me puxou lá pra fora da boca.

— São quatro duquetreze. Foderam com ela pô, nois vai retribuir pior! - Falei cruzando os braços encarando Curió tirar os dois do porta mala.

Duqueteze = estuprador

— É aquele papo irmão, a sala é logo lá atrás, tá organizado pra tu! - Valdinho disse.

— Quero um pit bull! - Falei acendendo um cigarro.

Ele me encarou e riu.

— Eu tenho um! - Valdinho disse. - Qual é do que tu tá bolando ai? - Ele perguntou.

Eu ri encarando os quatros que me encaravam com um certo medo.

— Tu nem imagina. Tu nem imagina! - Falei rindo soltando a fumaça.

Tudo que vai volta, a lei do retorno logo vem. E chegou a hora!

• aperta na estrelinha •

Prontos pra tortura?

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora