• capitulo 42 •

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Cecília

1 mês depois...

Faltava menos de um mês. Tava tudo ficando pronto. Eu não queria casar com aquele vestidão de noiva. Por isso que eu já tinha até comprado um vestido qualquer branco que ia até o pé.

— Tá me ouvindo? - Ouvi a voz da minha mãe.

— Oi? O que foi mãe? - Perguntei deixando de lado meu vestido.

— Eu marquei com a cabeleireira. - Minha mãe disse.

Cabeleleila leila.

— Nem precisava, eu só vou querer enrolar! - Falei dando de ombro.

— Vai casar de qualquer jeito não em. - Minha mãe disse.

— Não vou ué! - Falei saindo do meu quarto.

Eu precisava ir ver o barracão.

Tinha dado a maior briga, os pais do João quando ficaram sabendo de toda a verdade, não aceitaram vir, não aceitaram que ele casasse.

1 motivo = FAVELA
2 motivo = VULGO MARCOLA TRAFICANTE.

Minha mãe foi falar com eles, e depois de umas duas horas de conversa, eles aceitaram a vir, mas daquele jeito né...

Vindo pelo João...

E ainda disse que depois que casasse era pra gente ir morar na pista.

Ela tinha cara daquelas sogras autoritárias, que mandava ainda no filho.

A decoração ficou por conta dela mesma, ela quis fazer tudo, e eu nem liguei. Não tava animada mesmo, só estava nervosa, por que depois disso não teria como voltar pra trás.

Fui pro barracão e tinha a Liliane que tava de frente com o lugar das coisas.

— Oi Cecília, eu tava precisando de você mesmo! - Liliane disse.

— É mesmo? O que é? - Perguntei.

Lá vai Liliane falando sobre as coisas, eu não entendia nada com nada. Eu estava com a cabeça no mundo da lua. Pensando que eu precisava dar o convite por que já tava em cima tudo.

*****

Depois de sair do barracão voltei em casa e peguei todos os convites. Entreguei pra bastante gente e por fim fui pra boca procurar Curió. Ele tava lá embalando as drogas enquanto contava piada pros outros moleques da boca.

— Um pintinho sem fiofó, foi peidar e explodiu. - Curió dizia gargalhando alto enquanto batia a mão na mesa.

Eu encarei aquilo e neguei.

Ficou um tempinho rindo igual um louco e quando me viu, fez questão de contar de novo.

— Vim te trazer o convite inferno! - Falei entregando pra ele.

Ele pegou e me agarrou abraçando.

— Mesmo se tu não convidasse eu ia tá lá. Qual foi Cecilião, não perco um bafão nesse lugar! - Curió disse. - Fico felizão por tu, tá um mulherão já, te vi nascer pô. - Curió disse negando com a cabeça.

— Pois é né, eu preciso continuar minha vida! - Falei suspirando.

Ouvi a porta abrir atrás de mim e logo senti um perfume forte atrás de mim.

— Boa negada! - Ouvi aquela voz.

Eu senti aquele arrepio, me virei e era Tsunami. Ele me olhou e deu a mão fazendo um toque comigo.

— Eu queria te convidar pro meu casamento. - Falei entregando o convite.

Ele pegou e foi saindo pra fora. Eu sai de trás e ele começou a abrir e eu interrompi.

— Só leia quando eu sair, eu espero que você vá... - Falei sorrindo sem mostrar os dentes.

Ele assentiu com a cara fechada. Eu fui saindo dali de perto e logo quando estava com uma certa distância eu me virei e vi ele lendo.

****

Tsunami

Eu li aquele papel com o coração disparadão. A mulher que eu amava ia se casar, e nem era comigo pô.

Era com o almofadinha.

Comecei a olhar o convite e me deparei com...

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C E C Í L I A           🖤            J O Ã O

É um prazer convidar você a este
CASAMENTO

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Sábado                     |          19:30                   
15 de Agosto           |                                      
de dois mil e vinte|Local: Barracão de esquina rua 9.

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Esperamos tua presença!

“Meu amor, eu confesso, estou casando mais o grande amor da minha vida é você... ”

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Passei a mão no rosto e suspirei fundo olhando Cecília andando.

• aperta na estrelinha •

Existe até a música do Gian e Giovani “ Convite de casamento ” me inspirei neles!


Você pode tudo, não ouça coisas negativas, você é forte! ❤️

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora