• capitulo 110 •

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Dagmar

Fui trabalhar, eu estava morta de cansada, não consegui dormir a noite toda. Tinha muito trabalho pra fazer, fiquei falando com Amélia por umas duas horas seguidas, ela já estava fazendo planos para vir aqui pro Brasil pra começar um projeto comigo.

Eu estava animada até demais.

E como não ficar em?!

— Eu to indo, tem certeza que não quer que eu fique contigo? - Ouvi a voz de Thamara.

Olhei pra porta e ela estava parada com as olheiras escuras.

— Pode ir, eu só vou terminar algumas coisinhas e já vou indo. Obrigada! - Falei sorrindo e ela assentiu saindo.

Eu fiquei ali escrevendo e-mails que eu havia recebido durante a semana. Fechei com algumas empresas contrato e fiquei pesquisando mais sobre algumas marcas que haviam me mandado e-mails.

Eu encarei o relógio e já via que eu devia ir embora, era oito da noite e eu estava ali.

— Só mais esse email! - Falei pra mim mesma.

Comecei a digitar e logo ouvi um barulho. Eu parei na mesma hora, congelei e logo ouvi a campainha tocar.

— Thamara sempre esquece alguma coisa, daqui uns dias vai sem o cu pra casa! - Falei me levantando e indo até a porta.

Quando abri a porta não tinha nada. Taquei a cabeça pra fora olhando a vizinhança e não tinha ninguém por perto. Eu entrei de volta e fui voltando pro meu lugar.

Coisa de criança.

Terminei de digitar minhas coisas e mandei uma mensagem pro Bazilho pra me buscar.

Eu que não ia pegar o ônibus não, ia demorar um caralho pra chegar até a rocinha.

Eu fui apagando as luzes e fechando tudo. Guardei algumas coisas e fui saindo trancando a porta da frente.

Eu sai na rua vendo aquele movimento e sentindo o ar geladinho.

Rio de Janeiro não serve nem pra fazer um frio.

Me encostei na placa pare e fiquei esperando.

Até parecia que eu era garota de programa.

— Lá no camarote eu to bebendo a vontade! - Cantei baixinho.

Ouvia bem baixinho algo. Comecei a olhar em volta e não tinha anda além de uma saco de lixo e uma caixa.

— Trás a maquininha que hoje eu passo xerecard! - Cantei olhando minha unha.

Ouvi de novo.

Eu comecei a olhar ao redor e caminhar vendo se tinha alguém por perto.

Passou uma moto fazendo aquele barulho infernal. Quando ela passou eu comecei a ouvir um choro, eu comecei a olhar em volta e não via nenhum bebê ali chorando.

— Deve ser sono! - Falei coçando os olhos.

Eu não tinha nem dormido bem aquela noite.

LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora