• capitulo 63 •

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Dagmar

Era coisa de tempo, eu falei pra gente ir com calma, mas o que esse sonso entendeu que era pra gente ir parando.

Ele que se foda também, o problema é dele se perdeu a carne mais suculenta do açougue.

Terminei de comer aquele paxtelzinho com Curió e meti o pé pra casa de volta, escovei meus dentes e fiquei enrolando até dar a hora.

Meu pai quis chegar cedo lá, e eu acompanhei eles.

Pensa em um baile lotadão.

Eu fui pro camarote e logo Cecília chegou, ela veio pro meu lado e me deu um beijo na bochecha.

A gente tava voltando como nossa amizade era, mas ainda Cecília sempre pedia desculpas, ela sabia da merda que tinha feito.

— Tu viu o Bazilho com uma morenona lá em baixo? - Cecília perguntou e eu assenti.

Eu tinha visto mas ele não me viu, ela tava bebendo e ele fumando.

— Eu? Eu não lembro nem quem é mais Bazilho! - Falei dando de ombro.

Fui direto pra barraca, peguei uma latinha de cerveja e voltei pra grade rebolando.

— O que rolou em? Tu tava animadona! - Cecília disse.

— Eles estavam abraçados na maior intimidade... Eu já devia esperar, dei muita bola pra ele! - Falei negando.

Mas agora quem vai aproveitar vai ser eu!

Virei a latinha e logo fui pegar outro copão.

Quando voltei, Bazilho já estava no meio da rodinha com os envolvidos.

A menina que tava com ele, dançava ali na grade, Cecilia tava meio perto dela, Cecília encarava a menina na maior cara dura.

Eu não podia negar, a menina arrasava no rebolado. Bazilho as vezes me dava umas olhadas, mas eu me fazia a que não tava vendo.

— Eu vou descer, aqui é morto! - Falei tomando um gole.

— Vamos! - Cecília disse.

Cecilia pegou meu copão e acabou derramando a bebida tudo em cima da menina.

— Ai amor, desculpa! - Cecília disse com a mão na boca.

A menina tava toda ensopada.

Eu neguei com a cabeça, Cecília não devia ter feito isso, o bagulho era eu e o Bazilho.

— Tu tá cega caralho? - A menina disse alto.

— Ou, ela te pediu desculpas mona, releva! - Falei.

— Desculpas o caralho! - Ela disse deixando o copo dela no chão.

Ah mas eu mereço essa.

— Tu abaixa tua crina aê bonitona, ela te pediu desculpas, se tu não aceitou, tu enfia no cu então! - Falei fechando a cara.

Ela fechou a cara e colou a cara na minha, logo eu senti aquele puxão, era Bazilho entrando no meio da gente.

— Que bagulho feião é esse Eduarda? Te trouxe aqui, mas é pra tu ficar na tua pose mano, qual foi porra? - Bazilho disse olhando pra menina.

Eduarda cara de capivara.

Ele me olhou e eu revirei os olhos.

— E tu? Qual foi? - Ele ia dizer e eu cortei.

— Vem com lição de moral não, tu se resolve ai com teu presente de Deus! - Falei saindo de perto.

Fui saindo ali do camarote e fui direto pro banheiro. Fiz meu xixi e quando sai eu sentei no chão.

— Mano ele é um ordinário, por que falou aquela merda aquele dia? Tava possuído pelo prazer era? Filho de uma puta ele! - Falei suspirando e pegando o copo da mão da Cecília.

Tomei aquele golão, e pra mim não fez efeito nenhum. Eu fechei os olhos lembrando de São Paulo, e logo ouvi alguns passos, eu abri os olhos e vi Bazilho com um cigarro na boca.

— Posso bater um papo contigo? - Bazilho disse.

— E tu tá aqui fazendo o que? Ela não quer falar contigo, olha a merda que tu fez! - Cecília disse.

Eu me levantei e encarei bem ele.

— Contigo eu não tenho nada pra falar! - Falei saindo mas ele segurou no meu braço.

— Tu tá em outra dimensão pô. Deixa eu te explicar! - Bazilho disse.

— Cecília pode ir! - Falei.

Cecília foi e eu encarei ele de braços cruzados.

— Tu não tem direito nenhum de abrir essa tua boca, tu é um sem vergonha, pediu pra gente ficar juntos e depois vem com essa daí, não to te cobrando não, só to te mandando a real. - Falei suspirando. - Mas eu torço muito, que você seja feliz, eu to é querendo distância de macho escroto igual a você! - Falei dando dois passos.

Ele me puxou de volta e jogou a bituca de cigarro no chão.

— Eu amo tu! - Bazilho disse.

— Ama o caralho! - Falei tentando empurrar ele.

Ele me segurou firme, a gente ficou colados.

— A Eduarda é minha irmã caralho, para de graça! - Bazilho disse.

— É? Eu duvido! - Falei.

Ele me puxou com tudo. Fomos indo até o camarote, meu pai ficou só fitando tudo. Chegamos perto da menina que já tava sentada de cara fechada.

— O que tu tá fazendo com essa puta? - A menina disse.

— Eduarda, o que a gente é? A gente namora? - Bazilho perguntou.

— Que namorar o que, tá doido porra! - Ela disse. - Irmãos por que? Tua namoradinha não acredita? - Ela riu e eu mostrei o dedo do meio.

Sai dali voada, comecei a descer as escadas e logo senti puxarem meu cabelo.

— Meu cabelo não! - Falei me virando metendo um soco no saco.

Quando vi era Bazilho.

— O porra! - Ele disse com a mão no pau dele.

Quem mandou relar nos meus cachinhos.

— Vem fazer uma massagem com a boca agora... - Bazilho disse e eu mostrei a língua negando.

Ele sorriu e eu fechei a cara. Ele desceu mais um degrau e me abraçou.

— Tu jura que é mesmo tua irmã? - Falei.

— Ela mesmo disse, te juro Dagmar, não trocaria esse mulherão ai não! - Ele disse e eu neguei rindo.

Ele colocou a mão no meio do meu cabelo e me puxou me beijando.

— Sabia! - Ouvimos uma voz.

A gente se afastou e era meu pai nos olhando.

• aperta na estrelinha •

Que você durma muito bem!!! ❤️

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