• capitulo 84 •

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Dagmar

1 semana depois...

Eu não tinha ido trabalhar e nem ia. No relógio marcava uma da tarde já, eu tinha limpado a casa, feito comida e dado a Thales.

E pra piorar, justo hoje que a assistente social iria vir, Thales tava com uma febre.

Bazilho fumava um cigarro atrás do outro de tanto nervoso.

— Matar ela resolveria? - Bazilho perguntou. - A gente enterrava e boa! - Ele terminou de dizer e já foi levantando.

— Ai que piora. Relaxa o cu, não sei por que tu tá assim. Você não precisa falar no que você é envolvido, tu nem ficha suja tem, já pagou com o que tu fez! - Falei abraçadinha com Thales.

— Olha pra minha cara Dagmar? Tenho cara de pastor por acaso? - Ele perguntou como se fosse óbvio.

Nem dava pra falar nada, a cara do Bazilho já dizia tudo.

— O que tem tua cara? Tem muitos pastores que são pior que os que é do tráfico ué! - Falei negando com a cabeça.

— A mulher vai pegar minha ficha, ela vai ver que eu já rodei uma vez. - Ele disse.

— Tu já pagou caramba, para de ficar nervoso que isso me deixa mais apavorada. - Falei.

— Ela vai querer a renda mensal! - Bazilho disse sentando e bolando um baseado.

Vocês conhecem o Fumaça? Só quem conhece sabe. Bazilho deve ser parente dele, certeza!

E daí? - Perguntei.

— E daí que tu sabe quanto eu tiro por mês, ela vai se ligar que é tráfico! - Bazilho disse.

Eu sai dali e fui pro quarto deitando Thales no berço dele. Eu sai e fui pra sala de novo.

— Quer se preocupar? Se preocupe quando ela vier. - Falei pegando o baseado da mão dele e jogando pra fora da janela.

******

Era três e meia quando ficamos sabendo que ela estava na barragem.

Meu cu gelou. Eu fui até Thales e ele estava sentado assistindo desenho. Graças a Deus a febre já tinha passado.

Com tantas preces do Bazilho, Thales ficou bom logo.

Bazilho tinha ido de encontro com a assistente. Eu fiquei sentada no sofá, do lado do Thales. Eu rezava tanto pra que desse tudo certo.

Querendo ou não eu tinha pego o maior amor nesse menino. Mal chegou e já ocupou uma boa parte do meu coração.

Quando eu vi a porta abrir, eu senti a minha garganta secar, eu só conseguia olhar aquela mulher que devia ter seus trinta e poucos anos, bem arrumada e com a maior cara de séria que alguém podia ter.

— Você que é a Dagmar? - Ela perguntou e eu assenti estendendo a mão. - Eu sou Hilda, a assistente do caso do Thales! - Hilda terminou dizendo dando um 360 com o corpo encarando cada lugarzinho daquela casa.

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