• capitulo 83 •

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Bazilho

Thales ficou sentado no sofá vendo o desenho que passava.

O advogado tinha chego a pouco tempo, tava com aquela cara que o papo não era da hora. Ele enrolou pra caralho. Desde a barragem ele tava de papo furado, tava tentando desviar o papo.

— E ai? Qual é do procedimento? Tu já deu a entrada né? - Perguntei sentando na cadeira e vendo ele não tirar os olhos do papel.

Logo logo faço engolir o papel.

— Eu já fiz tudo do meu alcance senhor Bartolomeu, o que eu preciso nesse momento é que Thales vá para um orfanato, até a guarda se concretizar e realmente ficar com você e tua esposa! - O advogado disse.

Eu levantei encarando ele e bati na mesa.

— Tá louco porra?! - Gritei.

Ele levantou e ajeitou o óculos.

— É o jeito nesse momento, eu to tentando o máximo, vocês poderão visitar, mas nesse momento o que a justiça quer é isso! - Advogado.

— Que caralho de justiça, se fosse assim o que a justiça quer, eu não vou ter a guarda. A justiça desse brasilzão é um caos doutô, tu mesmo sabe da caminhada, tu sabe o quanto é sujo esse bagulho. Quem não tem que ficar com guarda acaba ficando e quem tem que ficar não fica! - Falei negando com a cabeça.

O advogado veio até mim e colocou a mão no meu ombro.

— Eu farei tudo, confia em mim. No momento é o melhor, daqui uma semana provavelmente a assistente social vem, eu estarei aqui, só se acalme! - Ele disse.

— Tu vai correr atrás desse bangue, eu te dou a quantia que for, mas quero esse moleque comigo, fechou? - Falei e ele assentiu com a cabeça.

Ele pegou o rumo e meteu o pé.

Era muito bagulho na mente, essas papeladas, essa doação, Dagmar viajando pra fora. Era um turbilhão. Eu tava ficando malucão com essas paradas, sem caô.

******

Busquei Dagmar na barreira, Thales tava capotado no meu ombro.

— E ai bonitão! - Dag disse me dando um selinho. - Que cara é essa? - Ela perguntou.

Ela percebe qualquer bagulho que não esteja legal, eu não consigo disfarçar também, é foda demais.

— Bora, depois te explico... - Falei pegando na mão dela e subindo.

Ela parecia uma metralhadora, não parava um minuto. Ela tava ansiosa e alegre, não queria desmanchar esse sorrisão.

Quando a gente chegou na porta da goma dela ela me puxou, tinha ninguém na sala, a gente foi direto pro quarto. Deixei Thales deitado e ela foi trocando de roupa ali na minha frente.

— Vai me dizer ou não por causa dessa sua cara? - Dag disse vestindo o shorts.

Eu suspirei fundo e fiquei encarando ela amarrar o cabelo.

Nem valia a pena atrasar o lado dela com esses papos, a mina tava mo alegrona com o que tava rolando na vida dela, esperou tanto.

Eu neguei com a cabeça e passei a mão no rosto.

— To com dor no pote, só isso! - Falei suspirando.

Ela me encarou desconfiada.

Nem da pra meter o louco na nega.

— Não me engana essa sua cara! - Ela disse chegando perto.

Eu abracei ela.

— Qual foi mô, relaxa é só canseira, amo tu! - Falei beijando o ombro dela.

Ela se afastou e sentou no meu colo.

— Você sabe que pode compartilhar qualquer coisa comigo, não vem ficar guardando isso só pra você em! - Ela disse e eu assenti.

******

Eu fiquei a noite toda na boca de fumo, eu não parava de pensar, aquilo martelava na minha mente.

Devia der por volta das duas da matina. Meu radinho pitou, eu encarei e vi que era mensagem do doutô.

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Doutô: Boa noite, queria te informar que nessa visita da assistente social tudo tem que estar no lugar. Ela vai encher de perguntas, querer saber de tudo, então esteja preparado para isso! - (02:06)

Doutô: Sua esposa tem que estar presente também. Qualquer dúvida me mande mensagem! - (02:07)

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Assistente social na favela, querendo saber qual é meu ganha pão.

• aperta na estrelinha •

Não desista! ❤️

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