• capitulo 18 •

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Dagmar

Eu me vesti em um vestidinho, calcei minha sapatilha de onça e me sentei na frente do espelho fazendo aquele reboco lindo.

Deveriam me patrocina, eu amo uma make bem drag queen.

— Eu to como? - Cecília disse.

Eu encarei ela e ela tava com uma saia jeans, uma blusa amarela e um tênis no pé.

— Podia tá mais piriguete igual eu né more! - Falei jogando o beijo.

Voltei a terminar a maquiagem, e Cecília começou a prancha o muco.

Fui pro banheiro e passei todo meu creme lily.

O creminho bom em meninxs, cheiro de gente safada e que não presta.

Peguei minha bolsa e enfiei meus documentos.

Aprendam comigo meninas. Nunca saiam sem documentos, papel e caneta e um spray de pimenta.

— To pronta... - Cecília disse rodando.

Eu pedi um Uber e fomos descendo. Logo ele chegou e a gente guiou com ele até o lugar.

Pensa em um canto longe. Depois de uns quarenta minutos chegamos. Meio do mato, uns dois kilômetros antes de chegar no lugar, a música já dava pra ser ouvida. Era música eletrônica. A gente desceu daquele carro, e fomos caminhando até o portão, tinha algumas pessoas entrando.

Cecília pegou na minha mão e foi me puxando pra dentro. Tivemos que mostrar o folheto e entramos. Tava mais alto que tudo. Encarei o relógio no meu pulso e já era quase meia noite.

— Você tá vendo o João? - Cecília gritou.

— Cala boca Cecilia, aproveita essa merda. Eu vou ir beber. - Falei me afastando dela.

Fui caminhando sentindo olhares de muitas pessoas. Eu paguei os dois copão de whisky, bebi um rapidinho e outro eu fiquei lá no meio curtindo o som. Senti alguém se esfregar em mim, olhei pra trás e vi Thamara.

— Eita porra, mas já na bebedeira? - Thamara disse me dando um beijo no rosto.

— Tem que aproveitar gata, aproveita também! - Falei balançando a cintura.

Ela riu saindo pegar bebida e eu fiquei ali. Eu senti alguns meninos me encararem. Eles ficavam cochichando entre eles e me olhando.

Eu aguento com quatro em...

Eu pisquei pra mordendo a boca e fui mexendo a cintura sensualmente.

Senti relarem em mim e era Thamara.

— É eletrônica, não é pra ficar sensualizando... - Ela gritou rindo.

Eu ri negando e dei de ombros.

Ficamos ali. Ela tinha percebido o olhar deles. Ela até tentou mexer com um, mas nem deu bola. Eu tentei e um deles me puxou pra um canto.

— Tá sozinha fazendo o que em? Uma mina gata assim não pode ficar sozinha! - Ele disse.

Eu dei o último gole e sorri.

— Eu tava esperando você vir ué... - Falei passando a língua na boca.

Ele mordeu a boca e me puxou pra um beijo ali mesmo. As mãos dele apertava forte meu bumbum. Ele se afastou e me deu um selinho.

— Vamos lá no meu carro? - Ele disse.
Eu encarei ele todo e eu neguei.

Eu fui caminhando até a barraca e peguei mais um copo grande. Eu fui me enfiando no meio daquela gente toda e comecei a dançar com a batida da música eletrônica. Pelos cantos dava pra ver casais se beijando. Logo a luz foi abaixada, quase ficou escuro. Senti alguém acariciar meu muco.

Ih, meu muco não em.

Virei com tudo e era um dos caras que estavam naquele grupinho.

— Solteira? - Ele perguntou me encarando toda.

— Sou sim e você? - Perguntei.

Ele assentiu e eu pisquei pra ele.

— Vamo lá fora dar uns beijos? - Ele disse.

Eu assenti e ele pegou na minha mão. A gente foi indo. Ele me encostou no muro de fora. Me pegou de jeito. Ele passou a mão em todo canto, mas na hora que passou no meio das minhas pernas, ele se assustou. Ele parou o beijo na hora.

Eu escondia, mas o volume ainda fica.

— Que bagulho é esse mina? - Ele disse assustado.

A mesma lenga lenga de sempre.

— Tchau amado, foi bom ter te beijado! - Falei desencostando da parede e indo.

Ele me puxou e segurou minha mandíbula forte.

— Aonde tu pensa que vai porra? - Ele disse todo grosso.

Eu empurrei ele e ele puxou meu cabelo com tudo.

Eu tentei chutar ele e ele me chutou primeiro, senti aquela dor no meio das minhas pernas. Ele me arrascou até lá fora. Ninguém se manifestou.

Essa é a sociedade em que vivemos. Aonde as pessoas vê um macho batendo em uma mulher e não entram no meio.

Tem que entrar sim, eles estão matando a gente a cada dia.

Ele me empurrou no meio do mato. Eu tentei levantar e ele chutou novamente no meio das minhas pernas. Ele mexeu no celular algo, e em poucos minutos tinha aqueles caras que estavam com ele.

— Veio de caô pra cima, é mano, é viadinho da porra esse dai! - Ele disse me dando um chute na boca.

Senti aquele gosto de sangue. Eu tentei levantar e logo senti aquela pancadaria toda. Senti puxarem meu vestido pra cima, e sem dó senti algo entrando no meu cu. Eu gritei, e logo senti um chute.

— Tu não queria um pau na tua bunda teu baitola do caralho! - Ouvi a voz de outra pessoa.

Eu vi minha vista se escurecer e apaguei.

• aperta na estrelinha •

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