• capitulo 11 •

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Dagmar

Cecília dormiu em casa. Ficamos a noite toda tentando descobrir com quem Sasi tava falando.

Chegamos na conclusão que...

Eu não tinha que saber, não sou nada dele.

Logo de manhãzinha eu já me levantei, não tava conseguindo pregar a merda dos olhos. Fui direto comer um pãozinho, com café.

— Caiu da cama cedo foi? Teu pai disse que não vai pra escola hoje! - Minha mãe disse.

— Eu não consegui dormi! - Falei dando de ombros.

— Eu e teu pai a gente tá conversando e eu sempre esqueço de perguntar. Como tu vai querer teu aniversário desse ano? - Minha mãe perguntou.

Eu tinha muitas coisas em mente, não queria que meus dezoito anos fosse uma festa como sempre.

— Não quero festa. Com o dinheiro da festa eu quero que paguem a faculdade! - Falei.

Minha mãe se engasgou com o café.

Queria ir pra são paulo, fazer a faculdade de moda.

— Ano que vem já? - Ela perguntou e eu concordei. - Eu já tinha falado até com a Cecília, a gente vai juntas, ela faz a faculdade que ela quer e eu faço a de moda. A gente divide o ap! - Falei normalmente.

Pra minha mãe, ela parecia que tinha tomado uma facada no peito. Ficou lá parada e de boca aberta.

— Eu vou falar com teu pai! - Ela disse e saiu da cozinha.

O que eu tinha planejado era fazer a cirurgia pra tirar o pênis e colocar uma pepeca né, mas, no momento eu pensei mais no meu futuro.

*****

Aquele tiro pra tudo quanto era lado. Fiquei deitada na cama esperando aquela palhaçada que já fazia uma hora e meia.

Caramba, não morre gente não?

Aquelas bombas que parecia que ia estourar meu tímpano.

— Só por causa daquele puto. Pelo amor de Deus, Marcola merece uma bituca do cigarro no cu. Pra queimar! - Minha mãe disse.

— E quem é esse mongo que tá aqui? - Perguntei.

— É um mané, ele se acha a última bolacha do pacote, se achou tanto que foi o único pego. - Minha mãe disse andando de um lado pro outro. - Mas uma coisa eu não posso negar. Ele é gato, gostoso e boatos que roludo! - Ela disse.

Roludo... Interessante.

— Muitos boatos dele tava rolando aqui. - Falei e ela saiu do quarto.

Quero ver logo esse boy maluco.

*****

Acabou aquele forféu todo. Não tava aguentando mais ficar ali. Mas ai é que tava o problema.

Depois de toda invasão vem o medo, de saber quem foi abatido.

O foguete soltou em sinal que a Rocinha ganhou. Mas o medo de perder alguém, é o que mais corrói.

Eu levantei indo até a sala e me sentei lá. Não demorou muito e meu pai entrou soado.

— Orelha do céu, pelo amor de Deus! - Minha mãe disse abraçando ele.

— Que invasão doida, Marcola foi doido de botar essa bocó de novo pra cá! - Meu pai disse.

— Ele já tá aqui? - Minha mãe perguntou.

— Tá, vão fazer um churras mais tarde, nois vai em! - Meu pai disse e saiu indo pra cozinha.

Vou bem linda.

• aperta na estrelinha •

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