• capitulo 57 •

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Marcola

Sai da salinha dando de cara com Orelha.

— Leva pra tortura! - Falei apontando pra minha sala.

— Tu vai meter pipoco? - Orelha perguntou.

— Não vou! - Falei. - É pra aprender, depois eu dou um pulo lá! - Falei e ele assentiu.

Eu meti o pé pra goma. Cecília me esperava sentada no sofá, quando me viu, veio vindo.

— Cadê ele? O que tu fez com ele? - Cecília perguntou.

— Matei! - Falei seco indo pra cozinha.

Dei aquele abração na minha gata e peguei um prato me servindo.

— Você é louco? Eu te odeio porra! - Cecília gritou batendo a mão no meu prato.

A comida caiu toda no chão, o prato quebrou em vários pedaços.

Eu levantei meu olhar devagar encarando ela.

Eu fui chegando perto dela e ela me encarava firme.

— Matei a confiança que eu tinha em tu! - Falei. - Teu namorado fodido tá vivo, não por mim, mas por tu. Por que eu teria arrancado os órgãos e vendido! - Falei me afastando dela.

Miriã foi pegar a comida do chão e eu segurei ela.

— Tu não pega não, quem vai pegar vai ser a Cecília! - Falei. - Tu pega toda essa porra que tu derrubou, e tu cria respeito pra cima de mim caralho, tu tá achando que tu tá falando com quem? Tu mora de baixo do meu teto, e até tu morar aqui, tu deve respeito a mim e pra tua mãe! - Falei firme.

Ela ficou em olhando feio.

— Pega logo Cecília! - Miriã disse calma.

Eu sai metendo o pé de casa. Fui direto comprar uma quentinha, comi no lugar mesmo.

******

Orelha

— Tu se ligou? Tu errou feião, tu fazia mo trampo lá na boca, mas tu pisou no calo do Marcola, foi um do seu maior erro. Nunca pise no calo dele! - Falei acendendo um cigarro.

Ele negou se encolhendo no canto.

— Não fiz por mal não pô, fiz pensando em viver tranquilo com a Cecilia aqui! - Tsunami disse.

Eu tossi com a fumaça e neguei.

— E por que tu não mandou o papo pro Marcola caralho? Tu se fodeu mané, fodeu legalzão mesmo! - Falei rindo pelo nariz.

Ele ficou calado.

Logo ouvi a porta abrindo, olhei pra trás e era Marcola. Ele tava agitadão, o nariz já mostrava que ele tinha cheirado.

— Vaza Orelha! - Marcola disse caminhando pra perto do Tsunami.

Marcola arrancou a pistola e colocou na cabeça dele.

— Marcola, tu disse... - Fui falar e ele me interrompeu.

— Tu é filho da puta! - Marcola gritou metendo chutes na cabeça do Tsunami.

Tsunami caiu no chão se protegendo.

Marcola começou a xingar ele enquanto metia murro.

Do nada ele me tira um estilete, eu fiquei encarando cada movimento dele.

Ele tava loucão.

Pro Marcola cheirar o bagulho tava louco.

— Tu fodeu a Rocinha! - Marcola dizia passando o estilete nas costas dele.

Tsunami começou a gritar.

Marcola começou a passar na perna. Eu me virei saindo da salinha.

— Qual é do b.o? - Ouvi uma voz e me virei vendo Curió.

— Tsunami! - Falei.

— Menos um cpf? - Curió perguntou.

— Não dúvido nada, Marcola cheirou legal! - Falei.

Curió passou as mãos no rosto negando.

Marcola cheirado, nem demônio pode com ele.

Não me mata por favor! - Ouvimos a voz do Tsunami gritar.

E logo em seguida um tiro!

Curió arregalou o olho e foi correndo pra dentro da salinha.

• aperta na estrelinha •

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