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Henry faz o código visual com Avril, mas a garota faz uma careta. Ela não era militar e não fazia ideia do que ele estava tentando dizer.

— O quê? – ela protesta em um sussurro e sobrancelha arqueada, abaixando o fuzil.

— Você abre a porta! – Henry rosna e Avril entende. Ela se aproxima na pontas dos pés, escorando na parede ao lado do aparador.

A porta mexe novamente e as batidas ecooam.

— Avril! – A voz de Charlotte ecooa e Avril arregala os olhos, se afasta na ponta dos pés, agarra a mão de Henry e o arrasta de volta para o quarto dela.

— O que foi...– Avril cobre a boca dele e faz sinal de silêncio.

— É a minha irmã! Droga! Eu esqueci dela também! – Sussurra quase inaudível em um rosnado.

— Deixa ela entrar. Qual o problema?

— Você é o problema! – Avril olha para o telefone que acende a tela em cima da cama. Ela suspirou aliviada ao ver que o deixou no silencioso.

— Ah droga! Ela deve ter esquecido... Nem deve estar em casa... – Charlotte resmunga e a tela do telefone desliga. – Brayan, está em casa?

    A voz de Charlotte vai ficando distante. Avril apluma o corpo e olha em direção a porta trancada e suspira se afastando de Henry.

— Por que eu sou o problema? – Henry pergunta sério.

    A energia volta, e ambos tentam acostumar com a claridade. Avril olha para Henry que usava apenas uma calça de moletom e a Glock em mãos.

— Ah droga...– a voz de Charlotte ecooa mais uma vez. – desamparada na madrugada!

Avril joga o fuzil para Henry.

— Fica no quarto! – ela diz ríspida.

   Indo para a sala, boceja e destranca a porta, e sorri abatida para irmã. Não precisava fingir cansaço, seu rosto lhe denunciaria por conta própria.

— Hey! Que alívio...– Charlotte exclama quando a porta é aberta.

— Desculpe mana,! Eu me esqueci que você chegaria hoje a noite. – Avril da passagem e Charlotte passa com suas malas, e abraça a irmã.

— Brayan me disse sobre o acontecido na Itália... – A ruiva diz preocupada e Avril sorri ladino.

— Quem é a essa hora, princesa? – Henry aparece fingindo um bocejo e encara Charlotte.

   Avril sente que sua alma lhe abandonou, suas mãos suaram frio, Charlotte pisca algumas vezes encarando Henry e depois Avril.

— Não conta para o papai! – Avril diz desesperada se agarrando aos ombros da irmã.

— Você está namorado escondido? – Charlotte sussurra surpresa puxando a irmã para um canto.  – Isso não vai durar... eles vão descobrir e você vai estar morta!

— Eu sei! – Avril rosna e Charlotte começa a rir. – O quê?

— Você está crescendo. – Charlotte acaricia os cabelos da irmã. – Eu não vou contar, mas tome cuidado. – Avril suspira aliviada e abraça a irmã. – Acho que não interrompi nada de importante...

— Não! Não mesmo! – Avril nega abruptamente e Henry se aproxima e passa o braço em torno dos ombros da garota.

— Me apresente a sua irmã, princesa.

Avril tenta se livrar dos braços do rapaz  e o lança uma careta.

— Charlotte, esse é o Henry.  – Avril os apresenta com desgosto e se afasta fechando a porta novamente.

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