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Avril fez uma ligação rápida.

— Venda o apartamento. Quero uma mansão na zona Sul! Sim! A mais segura que tiver! _ Desligou e guardou o telefone.

Jason a olhava misterioso, ele queria fazer uma pergunta, mas era esperto de mais para não o fazer.

— Pergunte filho. Tudo bem!

— Mãe, aquele tio é o meu pai?

Avril suspirou pesadamente, fechando os olhos e massageando a têmpora dolorida.

— Jason, porquê você quer tanto um pai?

— As outras crianças tem pai. Eu também quero um pai. Parece divertido mãe...

— Okay! Vou arrumar um pai para você!

— Aquele tio?

— Não! Qualquer um menos ele! Ele não será seu pai!

— Por quê? Eu gosto dele mãe! Ele fez ensopado. Ele é divertido!

Avril piscou algumas vezes com tristeza refletida em seu olhar. Acariciou os cabelos do filho com ternura.

— Eu também gostava dele... Mas ele mentiu para a mamãe. Ele machucou muito a mamãe! É alguém como ele que você quer como pai?

Jason negou com uma cara zangada. Ele amava a mãe e a ideia de alguém a machucando fez a criança ficar com raiva. Avril sorriu e apertou as bochechas fofas, e se esfregou no rosto amável do filho.

— Mamãe comprou uma casa maior para nós dois.  Você terá mais espaço para brincar agora!

Os olhos do pequeno se iluminaram e ele esqueceu o assunto que deixava sua mãe irritada.

***

No dia seguinte, Henry saiu do hospital com o exame nas mãos, seus olhos estavam sombrios, ele estava pronto para confrontar Avril.

Descobriu o novo endereço e subiu na moto e acelerou.

Parando diante do enorme portão, viu a mansão luxuosa. Os guardas cercando todo o perímetro, todos armados.

Henry escorou na moto, esperando pelo momento em que Avril sairia ou que ele pudesse ter um vislumbre de Jason no jardim. Mas para sua surpresa, mãe e filho estavam chegando de uma caminhada.

Avril falava ao telefone e Jason segurava as guias de três Pitbulls adestrados que não puxavam o menino.

Um deles vendo Henry começou a rosnar e logo todos três estavam latindo. Avril pegou o filho nos braços e com a outra mão a guia dos três animais. Ignorando Henry, ela caminhou em passos poderosos até o portão que se abriu imediatamente para ela.

— Eu trouxe a prova! Você vai me ouvir ou devo entrar na justiça?

Avril continou seu caminho sem o dar atenção. Entregando os animais ao segurança mais próximo. Colocando Jason no chão, ela se abaixou e ajeitou a roupa do filho e sorriu.

— Vá brincar la dentro. Rafaella está preparando seu lanche da manhã.

Jason deu uma olhada séria para Henry. A criança sorridente e adorável não parecia a mesma agora. Parecia com raiva e ressentida. Ele mostrou a língua para Henry e correu para dentro. Parou próximo ao chafariz e encarou a mãe que ainda estava abaixada apoiada nos calcanhares.

— Mãe, eu não quero pai! Eu quero só você! _ dito isso, voltou a correr e entrou na mansão.

Avril sorriu e se colocou de pé. Olhou para Henry por cima do ombro e suspirou com resignação. Pegando a guia de um dos animais que ainda estava por perto, levantou as mãos para o portão que se abrir e ela saiu. Encarando Henry acenou com um gesto sútil para a seguir.

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